domingo, agosto 31, 2008

os olhares do vereador

O vereador da Câmara de Tomar, Carlos Silva, como eu um apaixonado da fotografia, é um dos utilizadores do reputado site 'olhares'. Lá é possível encontrar "olhares" seus, maioritariamente sobre Tomar mas também sobre outras paragens. São já vários e a aumentar todos os dias.

aqui: www.olhares.com/carlospiedadesilva1

sexta-feira, agosto 29, 2008

o nosso presidente


Ontem fez-se história lá pelos states. Barack Obama foi nomeado candidato Democrata à presidência dos EUA, o primeiro afro-americano de sempre.
Por mim, espero que tenha sido apenas o primeiro momento dum feito muito maior a acabar dia 3 de Novembro, até porque o que está em causa não é apesar do feito, a cor da sua pele, mas o que pode fazer pelo seu país e pelo mundo.
Como alguém dizia, todos devíamos votar no presidente daquele país, afinal, as suas decisões afectam-nos a todos.

o rei

O rei da pop fez hoje 50 anos, no mesmo mês em que a rainha Madonna completou igual idade. Já vão de facto uns anos desde que, miúdo, me deliciava ao som de Billie Jean ou Who's Bad, entre muitas outras, ou delirava a ver os passos dançados de Moonwalker.
Mickael Jackson transformou-se ele próprio num thriller, o que talvez se deva ao facto de ser uma estrela desde os cinco anos de idade, ter começado a carreira aos toques de cinto do pai e mentalmente não aparentar ter envelhecido muito mais.
Seja como for, aquele que detém ainda o albúm mais vendido de sempre, entre outros recordes, é sem dúvida um marco na música, tendo revolucinado por exemplo, a forma como eram naqueles anos 80 e a partir daí, feitos os videoclips que passaram a ser muito mais do que apenas um músico ou uma banda a tocar

quarta-feira, agosto 27, 2008

sabedoria

Esta também vai especialmente dedicada à má língua dos anónimos dos blogues tomarenses

«Quando falares procura que as tuas palavras sejam melhores que o teu silêncio.»
(provérbio indiano)

"A minha próxima vida" de Woody Allen

«Na minha próxima vida quero vivê-la de trás para a frente. Começar morto para despachar logo esse assunto. Depois acordar num lar de idosos e sentir-me melhor a cada dia que passa.
Ser expulso por que estou demasiado saudável, ir receber a pensão e começar a trabalhar, receber logo um relógio de ouro no primeiro dia.
Trabalhar 40 anos até ser novo o suficiente para gozar a reforma.
Divertir-me, embebedar-me ser de uma forma geral promíscuo, e depois estar pronto para o liceu. Em seguida a primária, fica-se criança e brinca-se.
Não temos responsabilidades e ficamos um bébé até nascermos.
Por fim, passamos 9 meses a flutuar num spa de luxo com aquecimento central, serviço de quartos à descrição e um quarto maior de dia para dia e depois Voila!
Acaba como um orgasmo! I rest my case

pertinente contribuição de Dina Lopes

utilidades

Para quem necessite, aqui fica uma sugestão de procura.
Especialmente dedicada à malta que tem tempo para passar dias inteiros na má-lingua dos blogues tomarenses.

http://www.maisemprego.pt/

info cultural

Duas séries de posts em blogues tomarenses acabaram recentemente e valem uma visita. Sobre a nossa Mata Nacional dos Sete Montes no nabantia, e sobre o também "nosso" Regimento de Infantaria 15 no Tomar, a cidade.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Alguém sabe quem é?... dois anos depois.

Há uns tempos que não me debruço sobre a actualidade nabantina, e em rigor também não há muito para falar, como aliás é mais ou menos hábito.

E o assunto que me leva agora a fazê-lo em verdade não o merece, alguns me dirão com muita razão que nem deveria falar dele. Mas coisas há que me impedem de conter. Falo do folhetim dos paralelos da política, onde um convicto Luís Ferreira e um aflito Pedro Marques se têm digladiado com algumas palavras, e sobre o qual assistimos a uma malograda réplica na semana que passou, num artigo do senhor Pedro Vasconcelos no jornal O Templário – o que não é bem novidade e já noutro tempo me obrigou a escrever (Alguém sabe quem é... ).

O senhor Vasconcelos devia ter vergonha, mas há muito deixei de me iludir com a Ética que dos outros espero – de alguns ao menos. No caso deste senhor há já alguns anos que eu sei que não tem. E que ilustre personagem foi o vereador Pedro Marques escolher para seu advogado de defesa. Não é de estranhar, desde os tempos em que mesmo tendo perdido eleições contra o homem que agora acusa de “frustrado” e de quem diz não merecer “o mínimo de respeito de ordem política” (Luís Ferreira), esse que foi ainda assim, de espírito democrático quem depois de o ter vencido o convidou para o Secretariado do partido, que é diga-se, como que o governo do mesmo, e este aceitou para depois continuamente passar informações a outros, que Vasconcelos está habituado a fazer jogo sujo contra o PS. Já na altura mostrava pouco achego à inteligência, pois cedo percebendo nós o que se passava, rapidamente as informações que levava, eram exactamente as que queríamos que levasse.

E já agora senhor Vasconcelos, eu sei que já mostrou pouca capacidade de aprendizagem, mas aceite esta dica, que nem tem muito a ver com o facto de escrever mal, mas com o conteúdo do que escreve: leia bem as coisas antes de as escrever, ou peça a alguém para as ler. Alguém que acaba um texto com um «Descanse em paz. Até breve» estará a precisar de ajuda especializada?

O senhor Vasconcelos que é um dos “anónimos” dos blogues tomarenses (percebem tão pouco disto que pensam mesmo que são anónimos), é um daqueles exemplos tomarenses de alguém que sofre do complexo de achar que o seu sobrenome é muito importante, e lá no fundo perceber que está aquém da responsabilidade; é o senhor que tentou fazer uma espécie de compra de um lugar de vereador; o mesmo senhor que acha possível concorrer contra o partido onde militava e continuar a dele fazer parte, entre várias outras inenarráveis situações.
Aliás, não se percebe, este senhor que Marques e os “anónimos” usam para poder dizer que havia na altura entre os dirigentes do PS quem quisesse que o candidato fosse esse senhor do passado, não foi capaz de o propor no local próprio. Ele estava tão tão convicto da mais-valia de Pedro Marques, que só foi ter com ele, quando a Comissão Política do PS não o votou – a ele Vasconcelos – para o lugar que queria. Bizarro não? É o que se chama uma estranha conjugação de interesses. E que espírito democrático e de entrega ao colectivo que este auto intitulado “camarada” revelou demonstrar!

Bom, já que estamos nisto sejamos mais amplos; havia mais uns 4 ditos socialistas entre os apoiantes de Pedro Marques – o que em quase 400 militantes em Tomar, comprova o forte apoio que Marques reivindica! – e outro deles também há muito que merece e leva já agora por tabela. Chama-se José Neto, foi meu professor há vinte anos trás, e é outro dos “anónimos” dos blogues. O seu filho que também fez parte dessa lista, foi cerca de um ano meu colega de escola e alguns meses de casa no ensino superior, e este fundamentalista (no pior que a palavra pode significar, porque só assim se podem explicar algumas atitudes) apoiante de Marques gosta de, com alguma frequência, vir “anónimo” para os blogues contar um conversa descontextualizada e desvirtuada ocorrida entre mim e o seu filho na altura da campanha de 2005, obviamente dessa conversa só revelando o meu nome. Mais do mesmo, é preciso ter muita lata e das duas uma, ou uma total alienação da realidade ou mesmo alguma falta de amor-próprio (ou pelos próprios), porque se eu me pusesse para aqui a contar histórias, essas sim com todo o contexto e assinadas por baixo… Enfim, falta vergonha.

São senhores como estes que, tendo ouvido dizer dumas palavras como credibilidade e seriedade que ficavam bem, depois as reivindicam aos dirigentes do PS porque não sabem o que fazer com elas. São aliás, senhores como estes, que vêm para os blogues a coberto do anonimato, chamar todos os nomes, inventar todas as situações, julgando que tal nos afecta ou ofende. O vosso problema meus senhores, é que os actuais dirigentes do PS em Tomar, a começar por mim, não se afectam ou ofendem por qualquer disparate dito por frustrados com o complexo da rejeição. O vosso problema, é que os dirigentes do PS não fazem insinuações e outras maquinações "anónimas”.
Os dirigentes do PS em Tomar, podem até ser pouco conhecidos, podem até não ter currículos de exposição mediática, mas ao contrário do que vós exortais e é isso que vos irrita e não entendem, são impolutos, incorruptíveis, não cedem a pressões venham elas donde vierem, traçaram um caminho que pode até estar errado mas é o seu (e este seu é muita gente), têm a certeza e a força das suas convicções, dos seus ideais, das suas capacidades, do que ambicionam para Tomar e para o PS, e só estão disponíveis para abandonar a luta quando eles mesmos o decidirem.

Quem não deve nem teme, no que trata de “ligar alguma” a uma espécie de seres sem valores, só faz mais que ignorar ou ter pena, como quando no caso essas frustrações transbordam em muito o limite da sua própria flagelação, e se torna imperativo avisar por segurança que “eles andam por aí”.

domingo, agosto 24, 2008

Os Olímpicos terminaram...

... e apesar de poderem ter corrido melhor para os lusos, Nelson Évora fez ouvir o hino que não se ouvia há doze anos. Portugal lá ganhou duas medalhas e o Benfica três...

publicade

Pediram, eu faço.

Astrologia em Tomar: http://astrobalance.blogspot.com

sexta-feira, agosto 22, 2008

obras à portuguesa...

... é o que parece ter acontecido com este blogue, pois reinaugurado há mais duma semana, só agora houve tempo e vontade para fazer os acabamentos, o principal deles os comentários, uma vez que o blogue não estava a querer aceitá-los. Mas cá estão finalmente.

E por falar em comentários, ao último artigo que escrevi para o jornal "Fazer bem faz mal", que está uns posts mais abaixo, três comentaristas responderam ao desafio e escreveram quase tanto como eu no artigo, que sinto dever-lhes resposta. Como além disso passou algum tempo, faço-a aqui mesmo na página frontal do algures.

Sucintamente só algumas questões. Primeiro, caro Francisco Santos, ninguém me pede, pelo menos da forma como alvitra, para escrever sobre isto ou aquilo, ainda que cidadãos anónimos por vezes me sugeriam assuntos, que eu ainda assim raramente sigo, até porque só escrevo quando quero e não é assim com tanta regularidade. E não, não me pagam por escrever em qualquer jornal, mas é normal a confusão. Há muitos a pensar que sim.
Depois, não sei bem que responder ao seu comentário uma vez que ele é muito incoerente: ora me acusa de escrever "um hino à estupidez", como depois diz que sou "alguém com grande vontade de mudar as coisas"...
Francisco, isto lhe posso dizer, quase tudo o que escrevo tem um fim último, tentar levar aqueles que leiam, a pelo menos para si mesmo, fazerem uma análise crítica ao que se passar à sua volta. Já era muito bom. E sublinho sempre isto: criticar não significa apenas dizer mal.

Depois, caro Virgílio Alves, eu concordo com quase tudo o que diz, grande excepção feita às conclusões e a uma outra situação. Por exemplo, concordo absolutamente com a introdução do Inglês no primeiro ciclo; globalmente acho que nunca se fez em Portugal reformas tão profundas ainda que em muitos caso fosse preciso mais. Será sempre preciso mais.
Não posso de forma alguma concordar com a ideia fácil mas falsa de que os governos do pós 25 de Abril foram maus e a ideia a essa inerente, de que o Portugal de antigamente é que era bom, aí é que se geria bem, aí é que não havia "tachos", nesse tempo é que é que era bom viver... Sim eu nasci já em Democracia, e não tenho qualquer dúvida, por muito que tenham havido governos melhores ou piores, que uma pequena mas séria análise prova o contrário de qualquer teoria semelhante a essa.
E depois Virgílio, respeito a sua provável militância, mas não esqueça que o PC também já foi Governo por um tempito, e bem sei que eram tempos difíceis, mas parece que não correu lá muito bem.
Acha mesmo que se tivéssemos o PC ou o BE no Governo - acredito que fosse diferente - mas seria melhor?

Por fim, caro João Passos, também concordo com muito do que diz e partilho de alguma da sua utopia, mas há coisas que não são realizáveis, como acreditar que pode, ao menos por muitos anos ainda, existir Democracia sem partidos. Os partidos são com todas as suas vicissitudes, espaços de ideologia, espaços reconhecidos, com regras, e ainda que com falhas, espaços onde se faz seriação de pessoas, ao nível da sua competência, credibilidade, seriedade, etc.
Muito mais em risco coloca a Democracia esta moda de se dizer mal da política, dos políticos e dos partidos apenas porque sim, porque é "normal" dizer-se. Muito mais em risco coloca a Democracia, essas modas "independentistas" onde projectos pessoais, sem qualquer controle ou os predicados que enunciei para os partidos, seguras apenas por uma espécie de mediatismo independentemente das razões que o criaram, que permitem que uma só pessoa possa desvirtuar todo o que é o normal equilíbrio democrático numa qualquer comunidade.
E mesmo para acabar João, achar que os computadores portáteis ou o Simplex são "sinais de má gestão e administração" é, para ser gentil, não querer encarar o mundo em que vivemos, não será?

quinta-feira, agosto 21, 2008

coisas nossas

As coisas curiosas que aprendemos sobre nós enquanto povo, quando lemos umas coisas. Todos sabemos ou ao menos vamos dizendo, que este nosso "jeitinho" de ser português não é de agora, há muito que andamos a apurá-lo. A mim fascina-me descobrir novas coisas sobre este melting pot que é o "português".

Por exemplo, todos já ouvimos falar em moçárabes, e para não sabe quem fossem, eram os cristãos que, quando os árabes dominavam boa parte da península ibérica, se convertiam ou fingiam converter à religião muçulmana. Bom, mas as razões que levavam a essa conversão não teriam propriamente a ver com religião, é que os católicos pagavam impostos, e os muçulmanos... não.

Ainda derivado da religião, mas agora no campo da linguagem, também sabemos que há expressões que usamos que vêm desses tempos, como o "oxalá", mas outras porém têm proveniências mais insuspeitas, como o "se deus quiser". Diríamos que é uma expressão provinda do forte peso da igreja católica, certo? Errado!, é ao islamismo que ela se deve, e é no alcorão que se pode ler, versículos 23 e 24, capítulo 18: "E nunca digas de alguma coisa, sim, fá-la-ei amanhã, sem acrescentar: se Deus quiser."

Outra interessante é a teoria de que o tão conhecido sebastianismo português, o mito do desejado, aquele que virá para nos salvar e levar à glória, não é mais que uma apropriação adulterada provinda da enorme influência do judaísmo em Portugal. Afinal o cerne da religião judaica é a espera do messias...

quarta-feira, agosto 13, 2008

novo rosto

Depois de algumas promessas, cá está ainda pintado de fresco e a precisar de uns retoques aqui e ali, a nova cara do algures aqui.
Mais leve, permitindo uma leitura mais fácil, fresco, um pouco ao jeito do verão.
Uma das novidades é a listagem de etiquetas ali ao lado, que permite uma pesquisa por temas, de assuntos no blogue. Claro que entretanto terei que etiquetar os posts dos dois primeiros anos do blogue, quando tal coisa não existia.
Entretanto, ainda não há comentários disponíveis uma vez que o novo sistema do blogger não permite com facilidade o sistema de comentários antigo do algures, mas lá encontrarei uma solução.

terça-feira, agosto 12, 2008

sexta-feira, agosto 08, 2008

8.8.08 Olímpica




Daqui a alguns minutos, quando por lá forem 8h08, começam em Pequim os 29ºs Jogos Olímpicos da era moderna, e Tomar está mais uma vez representado na modalidade de trampolins, desta vez pela Ana Rente, a primeira portuguesa na modalidade.
Dia 16 pelas 4h será a sua primeira eliminatória.
Não tem que trazer uma medalha, mas ninguém se chateava...
Força ANA, Bom Trabalho!

Fazer bem faz mal

artigo publicado (com letras pequeninas :), no jornal Cidade de Tomar de hoje.

Nitidamente o Governo da República está amaldiçoado, é que esta coisa de decidir e fazer só trás chatices. Pronto, uma boa parte das pessoas que por acaso tivesse começado a ler este texto, acabou já aqui, na primeira linha; «ora, se este tipo está a dizer que o Governo decide e faz coisas não é bom da cabeça… Ah!, pois, é do PS, só podia!»
Contudo, para você que está disposto a conceder o benefício da dúvida, continuemos.
Inicio estas palavras a propósito da última que me chegou ao e-mail. Para os que não estejam totalmente embrenhados nas férias e demais delícias de verão, e salvem algum tempo para acompanhar as notícias, terão certamente ouvido falar no “Magalhães”. Sim, o computador portátil português, produzido em Matosinhos, que cria riqueza, postos de trabalho e afins, que o Governo vai distribuir a 500 mil alunos do 1º ciclo, e que vai muito provavelmente ser também exportado para o resto do mundo.
Se isto não é o Choque Tecnológico, não sei então o que possa ser; permitir aos jovens desde bem cedo a manipulação destas tecnologias que passarão para eles a ser tão banais como para mim era andar de bicicleta, apostando ainda no desenvolvimento nacional destas tecnologias com tudo o que tal acarreta.
Porém claro, já circula na internet que «é tudo uma intrujice», que «é um erro geracional», que esse computador «não é nada revolucionário», que não, não se está a desenvolver nacionalmente esta indústria, e os “por aí fora” do costume. Que dizer?!
Aliás, o mesmo aconteceu no “programa e.escola”, quando o Governo inundou o país com computadores portáteis, não só permitindo a sua aquisição a muitos alunos que não o poderiam ter ou aos professores que por prática imposição profissional dele necessitam, mas igualmente obrigando à óbvia descida de preços dos demais, logo se ouviram os «Ui, porque não são topo de gama, porque se vende gato por lebre, porque se tem de pagar o serviço de internet…» Enfim!
Mas continua. O Governo, no âmbito do “Simplex”, colocou muitos serviços totalmente disponíveis através da internet, investe nas Lojas do Cidadão (em Tomar não temos que a Câmara não quer, vá-se lá perceber!) e nos balcões únicos, como este último o “Casa Pronta”, a partir do qual num só balcão e duma vez, o cidadão pode tratar de toda a papelada relativa à compra de casa. Claro que para tudo isso se vai dizendo «mas como é que pode ser, que isso é lesivo dos interesses e vão ser enganados e não estão protegidos e blá blá blá».
Se cria o “Novas Oportunidades”, para chamar alunos jovens que saíram da escola demasiado cedo, e outros a quem não foi permitido estudar, também para qualificar a experiência adquirida, «Ai senhor, porque se está a banalizar o ensino, e a dar diplomas…» Nessa matéria aliás temos o clássico dos exames nacionais, se são fáceis «Ai Jesus!», se são difíceis «Ai nossa senhora!»
O Governo tira o monopólio dos medicamentos às farmácias ou investe nos genéricos, diminuindo os preços, «Epá, cuidado, porque as pessoas vão ser enganadas, não estão protegidas…» Aliás, mesmo agora que se anuncia a diminuição do preço dos genéricos em 30%, lá vêm os senhores das farmácias que não pode ser, que é um risco e é isto e aquilo…
Durante muito tempo, se foi dizendo que na Função Pública não existia controlo, entrava-se e pronto era só deixar o tempo passar e levar as coisas com calma, os próprios sindicatos diziam que era preciso distinguir os melhores, que era preciso novos mecanismos… pois. Cria-se um novo sistema de avaliação (SIADAP) e pronto «Onde é que já se viu, ter de prestar contas, ser avaliado, seriar as pessoas, só permitir que alguns subam na carreira…»
E tanto mais. O investimento nas energias renováveis que nos coloca no topo da Europa, não interessa. Novas barragens, «Mas para quê que desperdício! Que megalomania!». Portugal vai ser plataforma mundial do lançamento em massa do carro eléctrico, «Oh, ganhem juízo, isso nunca vai acontecer, nem interessa nada!»
Antes não havia fiscalização, era tudo “à vontade do freguês”; cria-se a ASAE que trabalha a sério, e pronto, é a “perseguição”, a “falta de respeito e sensibilidade”, o “abuso de poder”. Muitos outros exemplos haveria, mas por agora chega para a conclusão possível: ou nunca estamos bem com coisa nenhuma, ou

Tudo é bom desde que não nos toque no umbigo.

Durante três anos, com Durão Barroso e Ferreira Leite, depois com Santana e sempre com Portas, os portugueses tiverem um Governo que por entre as imensas trapalhadas, a venda absurda de património, a venda por tuta e meia de créditos da Segurança Social, entre outras, sempre a falar da tanga e do combate ao défice, acabou por o duplicar. Antes, durante seis anos o Governo de Guterres, acusado, a meu ver injustamente, de reunir demasiado e decidir pouco. Pois agora, temos um Governo que decide e faz, e no entanto a muitos parece que também não agrada. Confunde-se (sim, se calhar uma vez ou outra com alguma razão), a convicção e determinação de Sócrates com arrogância, e critica-se tudo, na maioria das vezes porque se ouviu dizer, porque é hábito dizer-se, ou totalmente sem saber do que se está a falar. Sim, somos portugueses, o que dizer mais?
Talvez, dizer apenas que, às vezes, o que apetece mesmo é não fazer nada; dá tão menos chatices não é? Ou, no lema confesso de um meu professor de curso, ilustre cronista dum diário nacional, e ex-Secretário de Estado de Cavaco, o que as pessoas no fundo pensam é: “Não te rales não te entales, a responsabilidade vem sempre de cima, e nunca ninguém foi condenado por não fazer nada”.
Ora, bem vistas as coisas, e até porque o antes tão invocado “deus” está cada vez mais em desuso, o que está mais acima é o GOVERNO, seja ele qual for, por isso está bom de ver que a filosofia é simples:

A culpa é sempre DELES. E tudo o que ELES façam, pois já se sabe, está mal feito e é para NOS tramar!

Esta concepção serve para qualquer outra coisa: uma associação, a empresa onde trabalhamos, o chefe seja lá do que for, ou aquele ou aqueles, aquela entidade que em qualquer momento detenha o poder de decisão (hum, até o presidente de um partido…). E esse é afinal o desporto favorito, falar mal, se não de todos, ao menos de quem “manda”. Mas em verdade, em qualquer sociedade, em qualquer comunidade, em qualquer organização, em qualquer sistema humano minimamente estabelecido; ora, até nos animais que se constituem em grupos; sempre tem de existir quem exerça num determinado momento, o poder de decisão, por muito interessante que seja a ideia do consenso e da deliberação colectiva. Onde quer que duas pessoas se juntem, sempre há-de chegar o momento em que têm opiniões diferentes.
E a essa capacidade caro leitor, de decidir entre opiniões divergentes, tomando portanto opções, chama-se Política. Assim, com letra maiúscula, porque é uma arte nobre.
Por mais idealisticamente aprazível que seja a imaginação de uma empresa sem chefe ou sem administração, de associações sem presidente ou direcção, de sociedades sem políticos ou governos, a verdade é que isso não existe. Se tal acontecesse o Homem não teria deixado as cavernas, e a simples assumpção da possibilidade dessa existência é caminho para sistemas, esses sim, de total ausência da partilha de decisão e concentração total da mesma: ditaduras. É para lá que caminharemos se continuar a perdurar e a crescer esta ideia consumada de dizermos que a Política não serve para nada, que os políticos não prestam, que os partidos nada servem e neles não queremos intervir. Essa relutância na participação cívica e política, essa generalizada má vontade para com os que elegemos é a negação da Democracia, e um passo largo para a perca da mesma; esse que talvez não seja o melhor sistema, mas é até hoje o mais perfeito que temos, sem vislumbre de outro.
Esta errada ideia do que é a Política, esta repulsa para com ela, para com os políticos e os partidos, esta permanente depreciação das governações muitas vezes leviana e constituída em desconhecimento, esta escassa vontade de participação e a mitigação das ideologias, a ignorância dos órgãos de soberania, do que fazem como e porquê, e acima de tudo, a não consciencialização da sua imprescindível importância, é também mostra evidente, das lacunas da educação e formação de um povo, do avanço e desenvolvimento cívico e a todos os meios de um país.
Mas contudo caro leitor, você que terá sido dos poucos que leu este texto até ao fim, dir-me-ia muito provavelmente que não tenho razão, e que só o digo porque afinal, também sou desses, dos políticos. Não é verdade?

segunda-feira, agosto 04, 2008

Assim vai, Tomar.

Uma vez cá, lá estive há pouco, a princípio com algum contragosto confesso, a passar em revista os jornais locais. Cá ficam alguns destaques.

O historiador (e meu antigo professor) Ernesto Jana, propôs em reunião de Câmara, um centro vivo de interpretação da história do homem, ou, por outras palavras, a conservação no local, junto à igreja de Santa Maria do Olival, de alguns dos túmulos da que dizem ser a maior necrópole da Penísula Ibérica, de forma a assim poderem ser apreciados.
A proposta foi aprovada por unanimidade. E bem.
Bom, mas apetece comentar que, realmente em Tomar a única coisa que se vai "encontrando" são coisas velhas, e particularmente, já mortas.

O mesmo Ernesto Jana coordenou a revista "Tomar: lugares e memórias" que esta semana (por mais um euro) acompanha O Templário. Mais uma iniciativa de mérito, desta feita contrapondo através de imagens e texto explicativo, o passado e o presente de vários locais de referência da nossa cidade.

A propósito, O Templário fez 20 anos. PARABÉNS!

Quem pegar n'O Templário também se pode inteirar de muitos eventos da região: a Feira de Petiscos de Ferreira do Zêzere; a Benção do Gado em Riachos, Torres Novas; a Feira de Enchidos em Vila de Rei.
Bom, e em Tomar, acabou este fim de semana a grande festa anual da cidade, a Festa de Cerveja organizada pelo União de Tomar... Significativo.

No Cidade de Tomar, fala-se ainda em extensa reportagem da "melhor superfície comercial do Médio Tejo", referindo-se ao Torreshopping.
Pois, melhor só mesmo se por ser a única daquelas dimensões, porque bom , bom...
Se é aquilo que queria o PSD na câmara fazer em Tomar; mais, se é por aquilo que querem deitar o mercado abaixo... Ó senhores, bom senso e bom gosto nunca fizeram mal a ninguém.

Também se fala da preparação da Feira de Stª Iria (ah! pois, estava a esquecer-me, esta é que é a festa anual da cidade), que diz-se por aí, parece que não está a correr muito bem, vá-se lá saber porquê; se eu fosse vendedor e me quissessem mandar para um baldio fora da cidade e sem condições nenhumas...
Enfim, veremos a continuação das notícias.

as maravilhas da tv

Pois é, cá estou de volta, depois de uns parcos dias de praia e afins e sem fim as noites, que bem vistas as coisas, ainda sou jovem... mas cada vez menos; a coisa antigamente parece que se fazia melhor!
Ainda assim, nada como uns bons dias sem computador, sem jornais, praticamente sem televisão, e telemóvel, olhar para ele só aí uma vez por dia... enfim, como que desconectado do mundo. Venham mais.

Mas se houve coisa que não pude perder na semana que passou, foi a oportunidade de ver a santa terrinha no longo programa da rtp; e é bem verdade, as coisas na televisão parecem totalmente diferentes. A televisão estava ligada, como outras vezes, mais para criar ambiente, mas por momentos tive que concentrar-me no aparelho para ter a certeza que era mesmo de Tomar que estavam a falar. Como quando o nosso presidente de Câmara arranca com esta: "(Em Tomar) O turismo é muito importante, e estamos a trabalhar para que seja mais importante ainda"...
Digam lá que não é brincalhão, hum?

E esta: "Há uma ligação intíma entre os tomarenses e o seu convento", quem disse, quem disse? A senhora directora do Convento, pois claro, mas vá, mas ela tem desculpa, está em funções há pouco tempo.

E mais desculpa tem a repórter que nem sequer é de cá quando disse: "Esta é a roda do mouchão, que em tempos ajudava à rega da ilha." - Pois, é que o "em tempos" foi até às obras do ano passado, em que foram destruidos os canais de inspiração mourisca, que distribuiam a água que a roda tirava do rio pela ilha. Cegas modernices.

O Codex 632

O verão, a praia, o calor que inibe alguns pensamentos mais profundos, são estímulos propícios a leituras um pouco mais leves que o habitual, e O Codex 632 de José Rodrigues dos Santos, cabendo nesse formato, foi companhia de areia e espreguiçadeira de piscina nestes últimos dias. Leve no conteúdo (ainda que com passagens dignas da melhor literatura) mas um pesado calhamaço cujas quinhentas e muitas páginas há tempo o faziam descer na lista de espera das minhas leituras prometidas, por esse volume pouco se coadunar com as diárias viagens de comboio do último ano.
O romance que se desenrola em torno da polémica nacionalidade de Colombo (esse Cristóvão meu antepassado :))), acaba por ter em Tomar, ainda em passagem fugaz, um palco decisivo para a história. Aqui ficam alguns curtos trechos aí usados para descrever esta terra que em tempos foi, camuflado centro decisor dum império.

"O permanente arrulhar dos pombos enchia a Praça da República de uma musicalidade gorgulhante; eram pássaros gordos, bem alimentados, a debicarem pela calçada e a esvoaçarem em saltos, adejando de um lado para o outro, enchendo os telhados, cobrindo as pequenas saliências nas fachadas, pendurando-se na estátua de D. Gualdim Pais, a enorme figura de bronze erguida no ponto central do largo.
(…) apreciando o elegante edifício dos Paços do Concelho de Tomar e todo o terreiro central até prender a sua atenção na original igreja gótica à direita, era a igreja de São João Baptista; a fachada branca do santuário ostentava um elegante portal manuelino, muito trabalhado, rematado, por um coruchéu octogonal; sobre a igreja impunha-se a vizinha torre sineira amarelo-torrada, um imponente campanário cor de terra que ostentava com orgulho um trio simbólico por baixo dos sinos, reconheciam-se ali o brasão real, a esfera armilar e a cruz da Ordem de Cristo.

(…) tratava-se de um espaço abrigado por entre árvores e dominado pela maciça Torre de Menagem, que se destacava por trás das altas muralhas do castelo templário, enormes muros de pedra recortados no céu azul pelo rendilhado das ameias. Deixaram o automóvel à sombra de uns pinheiros altos e seguiram pelo chão empedrado que circundava as muralhas da torre, a Alcáçova, em direcção à imponente Porta do Sol; deu-lhes, por momentos, a impressão de terem retornado à Idade Média, a um tempo rústico, simples, perdido na memória dos séculos e do qual só restavam aquelas orgulhosas ruínas. Um rude muro dentado por sólidas ameias estendia-se à esquerda, bordejando o caminho e delimitando a floresta densa; as folhas das árvores agitam-se ao vento pela encosta do monte, os galhos pareciam dançar ao ritmo de uma suave melodia natural, embalados talvez pelo animado zinzilular das recém-chegadas andorinhas e pelo permanente trinar dos alegres rouxinóis, aos quais respondiam as cigarras com agudos ziziares e as abelhas por com um azoinar laborioso, gulosas em torno das flores coloridas que espreitavam pela verdura. O lado direito do caminho quedava-se num silêncio seco, vazio, por essa banda apenas se elevava uma árida encosta de pedras, no topo das quais imperava o castelo, qual o senhor feudal, altivo e arrogante.

(…) Cruzaram a magnífica Porta do Sol e desembocaram na Praça de Armas, um vasto espaço com um belo jardim geométrico à esquerda, sobranceiro ao vale. Viam-se por ali sebes moldadas em meias-esferas, arbustos por aparar, ciprestes altos e esguios, plátanos, canteiros de flores.
(…) as muralhas à direita e as estruturas medievais em frente, dominadas pela escadaria e pelo enorme bloco cilíndrico da magnífica Charola, com o seu ar de fortaleza românica, a fachada marcada pelos maciços contrafortes dos vértices que alcançavam os telhados, a cobertura rematada por merlões quinhentistas e a torre sineira a coroar toda a estrutura; do outro lado do complexo destacavam-se as compactas paredes exteriores do Grande Claustro e, por trás de um gigantesco plátano que sobre o convento lançava a sua protectora sombra, as ruínas incompleta da Casa do Capítulo.

(…) Afinal de contas, vive em Tomar, no alto destas misteriosas muralhas medievais, o espírito puro do Santo Graal, a enigmática alma esotérica que encarnou a formação de Portugal e orientou a gesta dos Descobrimentos.”