... é o que parece ter acontecido com este blogue, pois reinaugurado há mais duma semana, só agora houve tempo e vontade para fazer os acabamentos, o principal deles os comentários, uma vez que o blogue não estava a querer aceitá-los. Mas cá estão finalmente.
E por falar em comentários, ao último artigo que escrevi para o jornal "Fazer bem faz mal", que está uns posts mais abaixo, três comentaristas responderam ao desafio e escreveram quase tanto como eu no artigo, que sinto dever-lhes resposta. Como além disso passou algum tempo, faço-a aqui mesmo na página frontal do algures.
Sucintamente só algumas questões. Primeiro, caro Francisco Santos, ninguém me pede, pelo menos da forma como alvitra, para escrever sobre isto ou aquilo, ainda que cidadãos anónimos por vezes me sugeriam assuntos, que eu ainda assim raramente sigo, até porque só escrevo quando quero e não é assim com tanta regularidade. E não, não me pagam por escrever em qualquer jornal, mas é normal a confusão. Há muitos a pensar que sim.
Depois, não sei bem que responder ao seu comentário uma vez que ele é muito incoerente: ora me acusa de escrever "um hino à estupidez", como depois diz que sou "alguém com grande vontade de mudar as coisas"...
Francisco, isto lhe posso dizer, quase tudo o que escrevo tem um fim último, tentar levar aqueles que leiam, a pelo menos para si mesmo, fazerem uma análise crítica ao que se passar à sua volta. Já era muito bom. E sublinho sempre isto: criticar não significa apenas dizer mal.
Depois, caro Virgílio Alves, eu concordo com quase tudo o que diz, grande excepção feita às conclusões e a uma outra situação. Por exemplo, concordo absolutamente com a introdução do Inglês no primeiro ciclo; globalmente acho que nunca se fez em Portugal reformas tão profundas ainda que em muitos caso fosse preciso mais. Será sempre preciso mais.
Não posso de forma alguma concordar com a ideia fácil mas falsa de que os governos do pós 25 de Abril foram maus e a ideia a essa inerente, de que o Portugal de antigamente é que era bom, aí é que se geria bem, aí é que não havia "tachos", nesse tempo é que é que era bom viver... Sim eu nasci já em Democracia, e não tenho qualquer dúvida, por muito que tenham havido governos melhores ou piores, que uma pequena mas séria análise prova o contrário de qualquer teoria semelhante a essa.
E depois Virgílio, respeito a sua provável militância, mas não esqueça que o PC também já foi Governo por um tempito, e bem sei que eram tempos difíceis, mas parece que não correu lá muito bem.
Acha mesmo que se tivéssemos o PC ou o BE no Governo - acredito que fosse diferente - mas seria melhor?
Por fim, caro João Passos, também concordo com muito do que diz e partilho de alguma da sua utopia, mas há coisas que não são realizáveis, como acreditar que pode, ao menos por muitos anos ainda, existir Democracia sem partidos. Os partidos são com todas as suas vicissitudes, espaços de ideologia, espaços reconhecidos, com regras, e ainda que com falhas, espaços onde se faz seriação de pessoas, ao nível da sua competência, credibilidade, seriedade, etc.
Muito mais em risco coloca a Democracia esta moda de se dizer mal da política, dos políticos e dos partidos apenas porque sim, porque é "normal" dizer-se. Muito mais em risco coloca a Democracia, essas modas "independentistas" onde projectos pessoais, sem qualquer controle ou os predicados que enunciei para os partidos, seguras apenas por uma espécie de mediatismo independentemente das razões que o criaram, que permitem que uma só pessoa possa desvirtuar todo o que é o normal equilíbrio democrático numa qualquer comunidade.
E mesmo para acabar João, achar que os computadores portáteis ou o Simplex são "sinais de má gestão e administração" é, para ser gentil, não querer encarar o mundo em que vivemos, não será?
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