segunda-feira, dezembro 31, 2007

Comecem por onde começarem, que 2008 seja um grande ano para todos, repleto de sucessos e realizações, com amor e saúde junto dos que nos completam.
Feliz Ano Novo

curtas dos jornais

Esta rubrica que por vezes aqui coloco, refere-se desta vez apenas a conteúdo d’O Templário.

Grande destaque a um grande homem, uma grande personalidade da nossa comunidade, uma referência pela distinção, pela preocupação social, pela forma como está na vida: Luís Bonet.
Ex-presidente de câmara logo após o 25 de Abril, entrevistado no momento em que após 22 anos deixa a presidência do CIRE, instituição diga-se, onde apesar da dimensão e da necessária disponibilidade e grande entrega dos seus dirigentes, isso se faz ainda, ao contrário duma moda que quer pegar, como total voluntarismo. Também aí se vê a marca dos Homens e dos homens.

A propósito do "aumento de salário" dos 0 para os 1500€ do Provedor da Misericórdia de Tomar instituição onde segundo se ouve pela cidade, se respira "democracia", leia-se outro artigo de opinião, cujo autor de memória, e não tenho agora o jornal comigo, não me recordo.

Sobre as questões sociais, obviamente que é de aplaudir a reportagem sobre as condições de vida que alguns tomarenses enfrentam, e que, ao contrário do que aconteceria numa autarquia com essas preocupações, não recebem apoio ou forma de alterar essa situação, por parte de quem de direito.

Pertinente... muito pertinente o artigo de Nuno Marta, sobre a descaracterização dita requalificação do Mouchão parque, ou ilha do Mouchão como preferimos chamar-lhe. Pertinente ainda mais porque vem de um especialista possuidor ainda do necessário olhar crítico da política. As dúvidas que coloca sobre a substituição de algumas árvores, sobre o desaparecimento do canal de rega estilo árabe, ou sobre os custos de manutenção provocados pelas alterações são, entre outras, sem dúvida observações a ter em conta. a ler.

O artigo de Carlos Carvalheiro merece sempre também uma leitura, se mais não for, para respirarmos um pouco de boa disposição.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Espírito natalício


Ora diz que é natal. Por mim, não posso dizer que seja particularmente aficionado desta festarola feita grande. É verdade que tem aqueles momentos sadios em que a família se junta algures perto duma lareira, a engordar uns quilos com um amontoado de coisas que fazem muito mal a muita coisa. Mas tudo o resto... enfim, era dispensável. Hoje finalmente fiz as aquisições da época, e se não fosse no último dia não teria piada costumo dizer, mas também não teria conseguido fazê-lo antes. Entre estas têm destaque as costumeiras prendas, um dos aspectos a que tenho alguma aversão, não fosse dificilmente me serem aprazíveis realidades impostas. As prendas deviam ser como se diz do natal, oferecidas quando bem entendêssemos, e não seleccionadas de prateleiras de hipermercado devidamente abarrotadas e separadas consoante a bolsa dos clientes.

Finalmente aqui sentado perto da tal lareira na minha casa de campo, que é como quem diz a casa dos meus pais, enquanto as minhas avós se deliciam com o Fernando Mendes a dizer disparates na televisão, e o resto da família vai chegando, e depois de deglutidos já uns sonhos e umas filhoses entre outras iguarias, tenho então tempo para no portátil quase a estrear navegar por aqui um pouco.
Já não tenho paciência para ler mais sms, nem tive ainda tempo e vontade para enviar nenhum; na televisão extravasam programas e anúncios de beneficência a favor não sei de quem; e toda a época tresanda a hipocrisia, desperdício, pedantice e vaidade, valores afinal, muito diferentes dos que pretensamente propala a cristandade. Até “a iluminação de natal é um exemplo”.
Enfim, tentemos abstrairmo-nos de tudo isso, e aproveitar apenas as coisas boas e íntegras, até porque o peru entretanto chegou à mesa, e está tudo com ar esfomeado a olhar par o maluco que está agarrado ao portátil. Fiquem bem, gozem muito, e se mais não for, que da vida se leva o que cá se aproveitou, ao menos que haja tempo para

BOAS FESTAS…


a frase do ano

"Assim como deixou marca o General Fernando Oliveira, António Paiva deixa marca em Tomar"
Vitor Gil, deputado do PSD na Assembleia Municipal de 21 de Dezembro


Bom, a frase não precisa de mais comentários, quem sou eu para pôr em causa a comparação do nosso ainda presidente, com essa destacada figura do regime de Salazar? Mas não deixo de me questionar, que tipo de marcas serão essas, serão como aquelas que ficam se nos coçarmos muito enquanto temos varicela? Ou sarampo, ou papeira... ou sei lá, que as marcas são tantas que devem chegar para as doenças todas...

terça-feira, dezembro 18, 2007

O romance do Virgílio


Não é só porque é meu amigo ou camarada, mas o primeiro romance do nabantino Virgílio Saraiva vale de facto a leitura.
Apresentado há pouco mais de uma semana na Bertrand do Picoas Plaza em Lisboa, li-o de uma assentada algures na semana que passou. Não que a escrita do Virgílio fosse uma novidade, da poesia aos contos, a textos de outras índoles, há muito que me habituei à sua escrita apelativa, sentida e combatente, mas um romance é sempre um romance.
Ora esse romance não só não desapontou como agradou realmente. Não só porque a Simone da sua história é da minha idade sendo por isso reflexo da mesma geração, mas também porque o fugido ao ultramar Amílcar, partilha muito dos meus pensamentos, do olhar sobre o mundo, da incompreensão dos outros, e do mesmo humor perante aquilo que os outros dele acham ou tentam dizer.
Porque chamar "A onze de Setembro" a um livro que fala e acontece em Portugal? Bom, isso só para os leitores, assim não percam no próximo dia 22 a sessão de autógrafos na "Lojinha da Avó", até porque ainda é tempo de ser uma boa prenda para este Natal.

domingo, dezembro 16, 2007

Ossos Mudos

(artigo publicado no Cidade de Tomar de 14 de Dezembro)
“O passado é a única realidade humana. Tudo o que é já foi.”
Anatole France


Há verdades inegáveis e por todos conhecidas. Que quando em Tomar se faz um buraco qualquer coisa do passado aparece é uma dessas verdades. Numa cidade com a sua importância e dinamismo ao longo da história não é novidade, nem poderia sê-lo, pois com a especial predilecção para que por cá se façam buracos, disso somos repetidamente lembrados.
Esqueletos dos que por cá viveram, restos de casas onde moraram, muros, utensílios que usaram, pequenas relíquias que os adornaram, ou mesmo as riquezas que acumularam, tudo vai aqui e ali aparecendo à luz novamente, mesmo que por vezes por curto tempo, como que para um fôlego breve, antes de novo enterro.
Ora, o que me choca em primeiro lugar, é que há ainda quem ache que estes achados são apenas empecilhos às obras e ao bom decurso destas, e que melhor mesmo era ignorar e destruir tudo o que aparecesse, antes que os chatos arqueólogos dessem por isso, (e todos sabemos que às vezes…)
Mas, não prepara o futuro quem ignora o seu passado, ou, “conta-me o teu passado e saberei o teu futuro”, como diria o sábio Confúcio; e realmente o futuro de Tomar, se não for já o seu presente, vai indicando ser muito menos risonho que o que já que foi.
Além dessa mentalidade obsoleta, que como em tantas outras matérias demora a mudar, a outra questão a isto relacionada é a que me assalta com mais premência: o que acontece afinal com todos estes achados, ou seja, aqueles que são passíveis de retirar dos locais onde são encontrados, as fotos que se tiram nos locais, os mapas que do arcaico se constroem, assim como o que estas descobertas vão completando no puzzle da nossa história e do nosso passado?
Numa cidade que diz ser de cultura, com um importante lugar na história nacional e mesmo com alguns grandemente ignorados contributos para a construção do mundo contemporâneo e um passado imensamente rico, porque não temos ainda um local onde seja possível ter contacto com essa história, onde os cidadãos tomarenses pudessem conhecer mais sobre si mesmos, onde as crianças pudessem aprender, e que pudesse igualmente ser mais uma oferta turístico/cultural?
Não teremos capacidade para isso? Não teremos dimensão? Não teremos qualidade?
Essa incapacidade está bem demonstrada no fórum romano por detrás dos bombeiros.
Ali nasceu há séculos uma cidade, aquele era o seu centro, o coração dum lugar no mundo que haveria de contribuir para que outros mundos esse mundo tivesse; e no entanto, para a maioria de nós, não passa dum monte de pedras meio enterradas e escondidas por entre ervas vadias.
Esse local, há tantos anos à espera de resolução, falado de quando em vez, mas em verdade esquecido a maior parte do tempo, é o melhor lugar, a exemplo do que acontece noutras urbes, para instalar essa espécie de museu arqueológico e da história de Tomar e seu concelho. Nada extraordinário, há soluções arquitectónicas já várias vezes utilizadas noutros locais que permitiriam manter visível e preservados os “achados” do fórum, e acima dele ter instalações que pudessem acolher os vestígios da nossa história. Também aqui não é preciso inventar nada, basta, com bom senso e vontade, seguir os bons exemplos.
Nestes três mandatos do PSD na câmara de Tomar nunca houve qualquer mostra credível de intenção de resolver o assunto, como aliás acontece com toda a política cultural, e mesmo com a verdadeira promoção turística.
Talvez seja fácil de perceber porquê, aparentemente estes temas, por muito que necessários, não dão votos. Rotundas e passadeiras, aparentemente dão, a ilusão das obras parece que também. Por muito que de forma geral todos as critiquem.
Hoje, cada vez mais, a política e a gestão autárquica passa pela “construção” de cidadãos no mais puro do termo, ou seja, com pleno conhecimento, exercício, e respeito pela Cidadania; e pela edificação de cidades, naquilo que são sinergias, motivações, orientações, projectos de futuro para espaços sustentáveis e responsavelmente planeados, onde essa cidadania plena seja, senão já uma realidade, um caminho que se perspectiva.
Essa é a visão e o arrojo dos políticos capazes, que sabem criar e respeitar prioridades e olhar não para o imediato mas para o que projecta no futuro. Hoje, e para quem dê atenção à história sempre foi, à luz de cada época, o cunho duma política com maturidade.
Mas, tal como no desenvolvimento individual do ser humano passamos da fase das operações concretas na infância, para a das abstractas na adolescência, assim é também na política, e a autarquia de Tomar não deixou ainda a fase dos “legos”. Só o concreto e imediato da “política do betão” é prioridade. E mesmo aí, muitas vezes, mal.
É por isso que intitulei este texto com uma mentira, em verdade não penso que os ossos que vamos descobrindo sejam mudos, acredito sim que nós é que nos mostramos surdos para ouvir o que têm para nos ensinar; ou então, paradoxalmente, porque não sabemos perspectivar o futuro, dizem-nos que somos a prova de razão das palavras do escritor Anatole – só o passado vale alguma coisa para Tomar, tudo o resto…

domingo, dezembro 09, 2007

Diz que é uma espécie de jornalismo

De há umas semanas para cá temos vindo a assistir ao regresso do "não jornalismo" tomarense ao seu "melhor" nível. O Cidade de Tomar brinda-nos esta semana com mais umas lições sobre o assunto.
Não é sequer a esta pergunta de refinada subtileza - "Vereador paga agora factura de mau resultado eleitoral?" - colocada na primeira página e novamente no título da página 3 a que me refiro, por muito que alguns conceitos de ética ou de equidade levem a perguntar quando alguma vez se viu interrogação carregada de tanta malícia colocada sobre o PSD local ou outros protagonistas.
Não, o que ainda assim é mais perturbante é que se faça passar por jornalismo tudo o que escreve na página três. Ficamos na dúvida, são aquilo notícias? Não aparentam ser, mas como ninguém assina não parece ser um artigo de opinião. Logo, é suposto entendermos aquilo como notícia. Talvez no Cidade não se saiba bem a diferença entre relatar um acontecimento e comentá-lo.

A que propósito a comparação com o caso Luísa Mesquita? Há alguma semelhança? Talvez para um cidadão pouco informado, mas para um jornalista por muito medíocre que fosse não deveriam existir.
E qual a pertinência de presunções à volta de “facturas eleitorais” volvidos mais de dois anos sobre as eleições? É algo objectivamente estranho, ou não tivessem vindo da parte de jornalistas, desde o exacto dia das eleições, a pressão e as conjecturas sobre quando deixaria o lugar o vereador socialista. E surge a clássica questão: o jornalista é espectador ou actor da notícia?
Acreditei que com a nomeação de Ana Felício para a chefia da redacção, jovem e jornalista de formação, o rumo do jornal ganhasse algum equilíbrio e porque não dizê-lo, um vinco de maior rigor e competência – ingenuidade minha, ou a auto ilusão dos que em algo querem acreditar.

Qualquer tomarense com dois dedos de testa sabe e diz, e eu já o disse muitas vezes, que a comunicação social nabantina nunca primou pela imparcialidade, mas há limites de bom senso e razoabilidade. No Cidade de Tomar parece que não se conhecem esses limites.

Mas são precisos mais exemplos? Não seja por isso que eles não faltam nesta edição e não os enunciarei todos, mas olhemos para a página 2 e veja-se a grande parangona: “IRS do concelho de Tomar é o maior”.
E o leitor mais avisado perguntará: e isso é relevante para quê? Ora, relevante porque parece confirmar a teoria que o senhor Presidente da Câmara explana (mais uma vez) na página 13: “a qualidade de vida demonstrada é acima da média, agora mais uma vez comprovada pelos números desta vez pelo IRS.”
Uma simples leitura inteligente à tabela que o jornal apresenta bastará para pôr essa conjectura por terra, mas às teorias de António Paiva voltarei se a vontade o mandar, agora centro-me no jornal.
É estranho, com a relevância que PS e IRS assumem nesta edição do jornal, que não exista qualquer referência à proposta apresentada em reunião de câmara pelo PS, sobre a redução de IRS no concelho, quando no entanto houve espaço para as propostas dos “independentes”.
(O que me lembra de agradecer aos mesmos, por mais uma vez fazerem o reforço das propostas do PS, desta vez na proposta de medalha para a Ana Rente. Lembro que o PS por minha mão, já em Fevereiro havia proposto que a Câmara homenageasse personalidades ou instituições de mérito, e Ana Rente foi um dos exemplos mencionados. Mas apresentaram e bem, porque as ideias quando se tornam públicas são de todos.)

Enfim, quanto ao jornal não quero alongar-me mais hoje. Pessoalmente já várias vezes fui atacado ou mesmo prejudicado por uma espécie de notícias, e na maioria das vezes deixei o assunto morrer. Não sou eu contudo, ou pelo menos apenas, que estou agora em causa. Por muito que goste das pessoas, e ainda que perceba a dificuldade de quem tem contas ou “contas” para pagar, não posso esquecer que algumas responsabilidades sobre mim pesam, e que por isso terei como muitos me pedem, de passar a ter um relacionamento e uma atitude diferente para com certo tipo de “jornalismo”.

Não podia contudo terminar sem um pouco de exercício cívico, se mais não for para esclarecimento do jornal e de quem escreveu as “notícias” da página 3.
Sobre a suspensão e demais bulício da reunião de câmara de dia 30, sobre a qual aliás o PS lançou comunicado, diz o jornal, na tal linguagem que nada tem a ver com o relato duma notícia, que “Ficou a dúvida se o PS conhecia a legislação” pois “o vereador Becerra Vitorino tinha de ser convocado com 48 horas de antecedência”. Mas não, o que o PS de Tomar não conhece é autarquias onde situações básicas da Democracia sejam tratadas desta forma (mesmo a Assembleia Municipal de Tomar tem procedimento diferente) e não gostaríamos de conhecer jornais onde questões de governo autárquico e respeito pela pluralidade partidária fossem tratadas com esta leviandade.

Mas não quero dar lições, por isso e para que cada um possa ler, aqui fica a ligação para a Lei nº 169/99, que estabelece o quadro de competências, assim como o regime jurídico de funcionamento, dos órgãos dos municípios e das freguesias, e a transcrição do que interessa para o caso, ou seja, o ponto 4 do artigo 76º que aqui transcrevo, e para o qual remete o ponto 7 do 77º (suspensão de mandato e convocação do membro substituto):

"4 - A convocação do membro substituto compete à entidade referida no nº 2 e tem lugar no período que medeia entre a comunicação da renúncia e a primeira reunião que a seguir se realizar, salvo se a entrega do documento de renúncia coincidir com o acto de instalação ou reunião do órgão e estiver presente o respectivo substituto, situação em que, após a verificação da sua identidade e legitimidade, a substituição se opera de imediato, se o substituto a não recusar por escrito de acordo com o nº 2."

Obviamente não foram dúvidas de legalidade de que aqui se tratou, mas de má-fé política. Assim como terei de começar a aceitar que não é por ingenuidade ou incompetência que algumas coisas se escrevem.
Se escrevem, se confundem, ou se omitem.

Más notícias

"Presidente de Tomar quer concentrar população na cidade" (mirante online)
provando afinal, de que aquilo que durante anos o PS de Tomar o acusou era absoluta verdade.

"Paiva "Escandalizado" com Empréstimo para Lisboa" (otemplário online)
É um disparate tão grande esta demagogia de Paiva que a citação do título basta para comentar.

"Pagam para entrar na rua onde moram" (blogue otemplário)
Claro que a culpa não é nem poderia ser da Câmara e de quem a governa...

Boas notícas

"Cartão Jovem Municipal em Abrantes" (mirante online)

"Posto "Empresa na Hora" em Abrantes" (mirante online)

"Empresa promete 800 postos de trabalho em Azambuja" (mirante online)

"Câmara Municipal de Torres Novas deliberou(...) definir a participação variável do IRS para 2009, que corresponde aos municípios, em 4 por cento (...) sendo os munícipes poupados em 1 por cento"
"empresas com lucros tributáveis abaixo dos 150 mil Euros, (...) ficarão isentas de taxas" (jornal torrejano)

"Passagem de ano no centro histórico de Santarém" (mirante online)

Pergunta de um miúdo de dez anos a tudo isto: e Tomar?
Pergunta ingénua: e o jornais de Tomar falam disso? Comparam Tomar com o que está à volta?