texto publicado no jornal Cidade de Tomar de 4 de setembro
Não há como evitá-lo, mas assumi-lo e trabalhar nesse sentido: este vai ser um ano letivo muito peculiar.
As reuniões e outros trabalhos de preparação têm sido imensos e continuarão ao longo dos próximos dias, e por muito que se planeie haverá sempre situações que, como todos os anos e este mais ainda, só já com as aulas a decorrer poderão ser totalmente afinadas. Transportes escolares por exemplo.
Se todos os anos letivos são desafios, este traz-nos dois em particular. A pandemia que o mundo atravessa e o que ela nos condiciona; acrescendo em Tomar e noutros concelhos a descentralização de competências na área da educação que assumimos desde 1 de setembro, e que nos acarreta trabalhos e encargos maiores.
Em relação à pandemia, além de toda a preparação que os agrupamentos e as suas direções têm levado a cabo, por exemplo na definição de horários que permitam menor cruzamento de alunos, estamos a adquirir um conjunto de materiais específicos, como doseadores de álcool gel para todas as salas de aula, para as entradas das escolas e para outros locais; tapetes humedecidos para a entrada das salas de pré-escolar; termómetros eletrónicos para todas as escolas; entre outras medidas.
Os transportes escolares que já referi de passagem têm um conjunto de alterações, nos circuitos por exemplo, que têm que ver com a sua melhor adaptação aos horários este ano mais complexos. É sempre das áreas mais difíceis. Vamos por exemplo ter alunos que vão chegar muito cedo à escola, ou ter transporte muito depois das aulas terminarem. Vamos tentar minorar ao máximo esses constrangimentos, mas não será possível adequar transportes a todas as situações.
As refeições escolares são outro dossiê complexo e com novidades, como a possibilidade de levar a refeição para casa.
Vamos alterar atividades e muitas serão suspensas. Está para já cancelada a medida de adaptação ao meio aquático, ou seja, não vamos ter como habitualmente os alunos de 3º e 4º ano a ir à piscina; e só permitiremos visitas de estudo no autocarro municipal (pré-escolar e 1º ciclo) no espaço geográfico do Médio Tejo. Os agrupamentos vão, assim foi decidido, fazer o mesmo em relação aos restantes anos letivos.
Atividades como a FREE ou o dia da criança que já este ano não se realizaram, terão provavelmente o mesmo desfecho, assim como um conjunto de atividades mais pequenas que iam acontecendo ao longo do ano.
Estamos por outro lado a tentar manter e reforçar as equipas multidisciplinares nos dois agrupamentos: técnicos de psicologia, terapia da fala, ação social. E, como temos feito progressivamente, continuaremos a aumentar apoios na ação social escolar, seja com mais atribuições de subsídios de refeição e materiais, seja com outras ajudas na comparticipação de refeições, atl’s ou transportes.
Relativamente à descentralização, as maiores mudanças são nos recursos humanos e nas questões financeiras.
Nos recursos humanos, os mais de 60 funcionários das duas escolas secundárias deixam o ministério da educação e vêm juntar-se a todos os outros, passando os funcionários municipais na educação (que já era o maior grupo municipal) a ser mais de 200. A nível de gestão financeira, o município passa também a realizar e gerir todos os contratos dos estabelecimentos de ensino, tendo desde logo à cabeça por ser o mais dispendioso, a gestão das refeições das EB23 e secundárias (no pré-escolar e primeiro ciclo já é assim).
Vai seguramente ser também um ano de imprevistos em que, como tudo nos últimos meses nos têm ensinado, não podemos nem desleixar nem dramatizar. Com calma e bom senso vamos enfrentar todos os desafios.
É um ano que, apesar das contingências nos vai seguramente trazer coisas positivas. Algumas já se veem no horizonte, como as novas instalações do Centro Escolar da Linhaceira que permitirão melhores condições àquela comunidade educativa e, também, terminar com a situação que há muitos anos ocorre de alunos a ter aulas num contentor.
Não posso deixar de sublinhar uma vez mais e agora perante o que foram os últimos meses do ano letivo transato e o que o novo nos vai trazer, a enorme confiança no trabalho do gabinete municipal de educação e nos funcionários que temos em todas as escolas, nos docentes e nas suas direções, nas associações de pais e em todos os que compõem a comunidade educativa que em tantos momentos tem dado provas da sua excelência.
Todos faremos o melhor para que os perto de 4000 alunos de ensino básico e secundário do concelho tenham as melhores e seguras condições de aprendizagem. Juntos somos mais fortes.
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