texto publicado no jornal O Templário de 18 de setembro
O novo ano letivo começou, este com desafios ainda maiores que nos anteriores, motivados por tudo o que sabemos em relação à pandemia.
São muitas as adaptações, a começar na organização dos agrupamentos, como sejam na disposição das salas de aula e dos percursos dentro das escolas, mas também de horários e outras matérias.
Essas alterações, particularmente nos horários escolares, provocam outras, como nos horários e circuitos dos transportes que nunca vão estar como gostaríamos até porque, por exemplo a hora de entrada diverge de um agrupamento para outro e não é possível ter um autocarro à medida de cada turma, cada aluno, ou cada localidade. Estes primeiros dias, como todos os anos, serão ainda oportunidade para tentar afinar dentro do possível algumas questões.
Há também alterações nas refeições com mais desfasamento de horários para que menos alunos se cruzem, e também a possibilidade de os alunos levarem consigo as refeições. Sublinho, é uma possibilidade e não, pelo menos no atual contexto, uma obrigatoriedade, ainda que seja muito recomendado especialmente para os alunos que não se desloquem em transporte público.
Muita aquisição de materiais, máscaras naturalmente, mas também dispensadores de álcool gel, tapetes apropriados para desinfeção de calçado, medidores de temperatura; isto a juntar ao que é adquirido diretamente pelos agrupamentos escolares e também por aquilo que as juntas de freguesia também colaboram nos seus territórios.
Depois, há vida para além do COVID, e temos este ano também alterações na rede escolar. Como é sabido, transitaram-se os serviços da antiga EB1 Infante D.Henrique para a Escola Básica Integrada Stª Iria, tendo agora esses alunos, assim como docentes e pessoal auxiliar, a par com todos os que lá já estavam, muito melhores condições para o processo de ensino aprendizagem. Refira-se que estas instalações, excelentes, ficam ainda muito aquém da sua capacidade de lotação.
Também o Centro Escolar da Linhaceira, cujo edifício está pronto, mas falta concluir os arranjos exteriores, será importante para melhorar a qualidade num local onde as atividades letivas estão divididas por dois edifícios, mais um contentor sala de aula, e ainda um edifício de atividades de tempos livres.
Não posso deixar de sublinhar uma nota em relação a custos. A educação é ano após ano o setor onde o orçamento municipal é maior, na casa dos 4 milhões de euros, e sempre a crescer. E este ano crescerá forçosamente ainda mais.
Os transportes escolares (a seguir ao pessoal auxiliar, que são mais de 200, um terço de todos os funcionários municipais), são a rubrica com mais custos, na casa do meio milhão e que este ano, por todo o que é necessário alterar, vai aumentar muito.
Ao isso acresce as refeições de todas as escolas, mais umas centenas de milhares de euros; manutenção de edifícios, material de desgaste, custos energéticos, material informático e similar, e muito mais.
E claro, tudo o que tem que ver com ação social escolar, apoios que também temos aumentado ano após ano. São investimento naturalmente, mas a verdade é que o orçamento municipal não é infinito, e por isso cada vez mais todos os gastos têm de ser feitos com critério e rigor.
Enfim, importa e para ir concluindo, transmitir uma mensagem de confiança e serenidade, confiança em todos os profissionais, docentes ou não docentes, nos serviços municipais, nas associações de pais, em toda a comunidade educativa nas suas mais diversas responsabilidades na qualidade e dedicação do seu trabalho para garantir que as nossas crianças e jovens tenham o melhor e mais seguro processo educativo;
Serenidade, porque na situação que atravessamos, é importante encontrar o equilíbrio para nem dramatizar nem desleixar. Tudo está o mais possível, e no limite desse possível, planeado, preparado para o dia em que os casos apareçam, e naturalmente, eles vão aparecer. Saibamos todos manter a calma e simultaneamente a flexibilidade possível para agir e reagir a essas situações.
Temos de acreditar que tudo vai correr o melhor possível, e fazer por isso acontecer.
E porque na educação existe este privilégio de poder desejar bom ano novo duas vezes em cada um – Bom ano para toda a comunidade educativa!
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