quinta-feira, abril 23, 2020

Educar em tempos de pandemia

Texto publicado no jornal O Templário de 24 de abril


Nestes tempos absolutamente incomuns, a educação é uma das áreas, como de costume, que está na primeira linha da ação e da necessidade e capacidade para se reinventar.
A educação é a base transformadora e impulsionadora de uma sociedade, e continua a ser a melhor forma de promover igualdade de oportunidades, de atenuar diferenças sociais e promover a chamada elevação social. E em boa verdade, as escolas são também quem garante em larga parte a disponibilidade das famílias para tudo o resto, desde logo para o trabalho.
Por isso estas semanas têm sido de uma força regeneradora e solucionadora que muito se deve a todos os profissionais envolvidos por todo o país e que enquanto sociedade nos deve orgulhar.
Tenho plena confiança nos meus colegas docentes, nomeadamente nos que prestam funções no nosso concelho, nas nossas escolas, assim como nas suas direções e demais órgãos de chefia e coordenação para esta capacidade de se transformar e adaptar e ter sempre como grande objetivo, independentemente dos instrumentos e da largura de banda (risos), o de transmitir conhecimento, e ajudar a formar cidadãos e futuros profissionais.
E isso é o que tem estado a acontecer. Não de forma imediatamente perfeita como é evidente. Nada, muito menos nesta situação o consegue ser. Mas a enorme capacidade de em tão pouco espaço de tempo todo o sistema se conseguir reinventar e adaptar é impressionante, e não tenho dúvidas que também aqui, seremos dos países do mundo que melhor o estão a conseguir.
Aulas à distância, envio de tarefas por mail, por telefone, pelos agentes da escola segura ou por outros meios, agora também a nova telescola – é todo um sistema que na adversidade cria oportunidades que, nomeadamente num aproveitamento ainda maior da capacidade das tecnologias virá seguramente para ficar.
Da parte do município estamos também e com as direções dos agrupamentos a reinventar e encontrar recursos, tendo muito presente precisamente a atenuação de diferenças e assim tentando chegar a quem mais precisa.
Desde o empréstimo de equipamentos informáticos e ligações de internet, à entrega em take way ou ao domicílio de refeições (neste momento já na casa da 260 diárias), aqui também com a colaboração importante da generalidade das juntas de freguesia. E outros grupos da comunidade que se vão organizando para contribuir também.
Dia a dia vamos ter de reinventar soluções, e por mais que o repita, a necessidade é mesmo essa, reinventar, adaptar, transformar.
Por exemplo, estamos a pensar num modelo, que aqui deve contar com a colaboração de (pelo menos algumas) associações de pais, para que não aja interrupção de ATL durante o verão, muito como forma de auxiliar as famílias que vão precisar de ter onde deixar as suas crianças, mas também como forma de auxiliar algumas dessas associações de pais que se viram sem receitas durante este tempo.
Enfim, pensamento e atitude positiva, sabendo que existirão sempre falhas pontuais, mas que a energia de mudança é grande, saibamos fazer também aqui num enorme espírito coletivo, desta crise uma oportunidade para nos transfigurarmos mais uma vez, e ressurgirmos melhores. Eu sei que o vamos conseguir.

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