Nestes tempos absolutamente incomuns, a educação é uma das
áreas, como de costume, que está na primeira linha da ação e da necessidade e
capacidade para se reinventar.
A educação é a base transformadora e impulsionadora de uma
sociedade, e continua a ser a melhor forma de promover igualdade de oportunidades,
de atenuar diferenças sociais e promover a chamada elevação social. E em boa
verdade, as escolas são também quem garante em larga parte a disponibilidade
das famílias para tudo o resto, desde logo para o trabalho.
Por isso estas semanas têm sido de uma força regeneradora e
solucionadora que muito se deve a todos os profissionais envolvidos por todo o
país e que enquanto sociedade nos deve orgulhar.
Tenho plena confiança nos meus colegas docentes,
nomeadamente nos que prestam funções no nosso concelho, nas nossas escolas,
assim como nas suas direções e demais órgãos de chefia e coordenação para esta
capacidade de se transformar e adaptar e ter sempre como grande objetivo,
independentemente dos instrumentos e da largura de banda (risos), o de
transmitir conhecimento, e ajudar a formar cidadãos e futuros profissionais.
E isso é o que tem estado a acontecer. Não de forma imediatamente
perfeita como é evidente. Nada, muito menos nesta situação o consegue ser. Mas
a enorme capacidade de em tão pouco espaço de tempo todo o sistema se conseguir
reinventar e adaptar é impressionante, e não tenho dúvidas que também aqui,
seremos dos países do mundo que melhor o estão a conseguir.
Aulas à distância, envio de tarefas por mail, por telefone, pelos
agentes da escola segura ou por outros meios, agora também a nova telescola – é
todo um sistema que na adversidade cria oportunidades que, nomeadamente num
aproveitamento ainda maior da capacidade das tecnologias virá seguramente para
ficar.
Da parte do município estamos também e com as direções dos
agrupamentos a reinventar e encontrar recursos, tendo muito presente
precisamente a atenuação de diferenças e assim tentando chegar a quem mais
precisa.
Desde o empréstimo de equipamentos informáticos e ligações
de internet, à entrega em take way ou ao domicílio de refeições (neste momento
já na casa da 260 diárias), aqui também com a colaboração importante da generalidade
das juntas de freguesia. E outros grupos da comunidade que se vão organizando
para contribuir também.
Dia a dia vamos ter de reinventar soluções, e por mais que o
repita, a necessidade é mesmo essa, reinventar, adaptar, transformar.
Por exemplo, estamos a pensar num modelo, que aqui deve
contar com a colaboração de (pelo menos algumas) associações de pais, para que
não aja interrupção de ATL durante o verão, muito como forma de auxiliar as
famílias que vão precisar de ter onde deixar as suas crianças, mas também como
forma de auxiliar algumas dessas associações de pais que se viram sem receitas durante
este tempo.
Enfim, pensamento e atitude positiva, sabendo que existirão
sempre falhas pontuais, mas que a energia de mudança é grande, saibamos fazer
também aqui num enorme espírito coletivo, desta crise uma oportunidade para nos
transfigurarmos mais uma vez, e ressurgirmos melhores. Eu sei que o vamos
conseguir.
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