artigo de opinião publicado no jornal Cidade de Tomar de 15 de setembro
Se defendo que quem governa não comenta, fui coerente
durante estes quatro anos em deixar de escrever opinião neste jornal. Agora, ao
menos uma vez e porque se avizinha novo momento de decisões importantes para a
nossa comunidade, sinto o dever de dizer algo.
Trabalhámos muito nestes 4 anos e com condições muito
difíceis, e propomo-nos a continuar a fazê-lo. E há muito trabalho pela frente.
Internamente, continuar a reduzir a dívida e restruturar
serviços, continuar a rever regulamentos e procedimentos, tendo sempre em vista
a simplificação administrativa e a facilidade de acesso e economia dos munícipes.
Continuar e aumentar a promoção do concelho no exterior a
vários níveis, aumentar e qualificar os eventos seja na cultura, no desporto ou
noutras áreas, para que a indústria do turismo continue a crescer de forma
sustentada, a criar postos de trabalho e a movimentar a economia local.
Rever os instrumentos de gestão do território que têm sido
castrantes para o desenvolvimento urbano e levar o novo PDM a discussão pública.
Continuar a apostar na reabilitação urbana e na requalificação de espaços da
cidade (e nas aldeias) como as avenidas de acesso à cidade ou a Várzea Grande
cujos projetos estão em andamento, ou a zona ribeirinha do Flecheiro após a
saída total de quem ali foi colocado há mais de 40 anos.
Sobre isso, muito se falou ao longo desses 40 anos mas até
este mandato, por iniciativa da Câmara nunca dali tinha saído uma família,
nunca tinha sido derrubada uma barraca. Hoje, das 230 pessoas que ali
encontrámos no início deste mandato, estão apenas cerca de 150 e vários
projetos em curso para retirar as restantes. (E não, apesar dessa mentira ter
pegado, nunca prometemos resolver o assunto em 100 dias).
Na área da habitação aliás, e depois do abandono a que os
bairros sociais estiveram durante anos, no trabalho conjunto com a freguesia
urbana foram reabilitadas e já entregues mais casas do que em qualquer outro
mandato autárquico. E, não interessa nada porque não podemos olhar a isso, mas
para que conste a verdade, ao contrário do que é dito, a maioria das famílias
que iniciou nova vida não é cigana.
Apesar da redução da dívida, e com esforço de rigor e
contenção, foi possível nestes 4 anos aumentar os apoios sociais, bem como os
apoios na área da educação. As associações de pais por exemplo, recebem hoje a
tempo e horas quando há 4 anos, existiam associações a quem o município devia
refeições e ATL’s há 9 meses!
Isso é o que se passa também com a generalidade dos
fornecedores que hoje recebem na casa dos 60 dias. Que diferença daquilo que
encontrámos! O município de Tomar voltou a ter crédito na praça, quando há 4
anos muito fornecedores já só com dinheiro à frente.
E apesar desse rigor e contenção, aumentou-se o apoio ao associativismo e mudaram-se as regras tendo pela primeira vez todas as associações podido candidatar-se independentemente da área em que funcionam.
Aumentaram-se (e muito!) as transferências para as juntas de freguesia, e sempre por acordos de execução, ou seja, com destino previamente acordado, ou que permitiu muito mais obra por todo o concelho, com rigor e transparência.
Resolveram-se problemas de anos, como a ponte do Carril, a estrada da Serra e várias outras, a obra do mercado, o parque infantil ribeirinho, e tanto mais – tudo saído do orçamento municipal sem 1 cêntimo de fundos comunitários!
E apesar desse rigor e contenção, aumentou-se o apoio ao associativismo e mudaram-se as regras tendo pela primeira vez todas as associações podido candidatar-se independentemente da área em que funcionam.
Aumentaram-se (e muito!) as transferências para as juntas de freguesia, e sempre por acordos de execução, ou seja, com destino previamente acordado, ou que permitiu muito mais obra por todo o concelho, com rigor e transparência.
Resolveram-se problemas de anos, como a ponte do Carril, a estrada da Serra e várias outras, a obra do mercado, o parque infantil ribeirinho, e tanto mais – tudo saído do orçamento municipal sem 1 cêntimo de fundos comunitários!
Cometemos erros, claro. Só quem não trabalha não erra. Particularmente
na fase inicial do mandato houve um ou outro que são bem conhecidos. Mas foram
resolvidos e servem de aprendizagem.
Não fizemos tudo o que gostaríamos de ter feito, nem ninguém
o conseguiria fazer, muito menos com o estado de coisas que encontramos. A dívida
sufocante (mais de 37 milhões); os 80 casos em tribunal; a desorganização dos
serviços; os veículos, dos bombeiros às obras passando pelos camiões do lixo, em
muitos casos a cair de podres.
Verdade por outro lado, é que tanto se inventou contra a
câmara nestes quatro anos. É percetível, incomodámos alguns instalados e um
certo sistema de hipocrisia social, mas não devemos ignorar e deve ser
combatido quem tente manipular ou condicionar a opinião pública com recurso a
mentiras ou meias verdades. E muito menos se forem pessoas que tenham ou já
tenham tido responsabilidades.
Algumas forças conservadoras que nunca conseguiram aceitar o
facto dos tomarenses terem preferido o Partido Socialista nas últimas eleições,
um ou outro com ambições de vir para o município como eleito ou como “convidado”,
um ou outro só porque gosta de ser do contra ou “dono da verdade”. Um ou outro
que é já problema de saúde mental.
Poucas vezes nestes 4 anos se discutiu na praça pública
política séria e com interesse para a comunidade e gestão municipal.
Inventaram-se histórias, discutiram-se minudências, ameaçaram-se pessoas por
não serem da mesma opinião. E neste fim
de campanha o que ainda estará para vir…
Quando se avalia o trabalho em termos da Presidente ou de algum
de nós ir ou não à missa, ou estar melhor ou pior vestido, está tudo dito sobre
como algumas pessoas ainda pensam sobre o que deve ser a avaliação do trabalho
dos políticos e daquilo que deve ser a comunidade.
Só que, apesar de tudo isso, não há qualquer dúvida de quem
é a liderança e a equipa melhor preparada para continuar este caminho, continuar
a trabalhar em conjunto cada vez mais com a generalidade das instituições,
combater um certo cinzentismo e bota abaixo militantes na comunidade, e ter
como agora se sente cada vez mais, uma comunidade que olha para o que une e não
para o que divide, uma comunidade que percebe que o fazemos juntos fazemos
melhor, uma comunidade que olha para os obstáculos com vontade de os resolver e
não de culpabilizar alguém por eles.
Por tudo isto, com pensamento sempre positivo e a olhar para
o lado certo da vida, apetece terminar este texto com aquela velha frase
popular: pedras no caminho? Apanhamo-las todas e ainda vamos fazer (mais) um
castelo!
E dia 1, a decisão é de todos e de cada um. Que ninguém
deixe de exercer o dever da escolha.
Hugo Cristóvão
Vereador
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