sexta-feira, junho 14, 2013

acima das nuvens o céu está sempre limpo


Com uma história passada à beira mar, também o li quase todo sobre a areia... o meu presente conselho literário vai para o livro que ganhou o Prémio LeYa no passado ano.
O segundo livro de um autor que deve já figurar entre os melhores novos autores portugueses.
Muito bem escrito, profundo, com uma acção fluída, quase cinematográfica, e personagens bem desenvolvidas, um tocante retrato das vidas diárias de tantos de nós, dos sucessos e das frustrações, das amizades, dos amores, da solidão de tantos.

No prólogo, um resumo que define bem o que se segue, escreve o autor:
«Uma história são pessoas num lugar por algum tempo. As margens da página, como o silêncio, estabelecem limites certos para que um conto não se confunda com o que não lhe pertence. Pode contar-se uma história enchendo uma caixa vazia ou desenhando paredes à volta de gente. Esta é uma história de portas adentro.»

E entre tantas frases deliciosas e certeiras destaco ainda esta algures no livro que, independentemente do contexto em que lá surge, se aplica a tanto da vida dos homens...
«Aos rebanhos pouco lhes interessa se o pastor acredita no pastoreio. Basta que os leve aos pastos, que os proteja do frio e os assista na doença.»

Debaixo de algum céu, Nuno Camarneiro, LeYa.

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