segunda-feira, fevereiro 04, 2013

o povo é quem mais ordena

- Cada vez são mais...
«Presidente da Câmara de Bragança julgado por abuso de poder», lê-se na RTP.
«Presidente da Câmara de Salvaterra de Magos acusada pelo Ministério Público de falsificação de documentos», lê-se n'O Mirante.

Mais o caso do agora demitido Paulo Júlio, pelas prevaricações enquanto Presidente da Câmara de Penela, e tantos outros por esse país. (Lembremos a perda de mandato de Macário, ou que lá vai por Mafra, por exemplo...)
E a tendência é para aumentar, não porque os casos sejam mais, estou convencido que não, mas porque a fiscalização e a justiça estão a apertar e finalmente a atuar a sério.

em Tomar, há tanto por onde pegar. O nosso maior escândalo, comparável à escala autárquica com a mega fraude do BPN e muitos dos contornos ilícitos que começam a ser aflorados (vejam a reportagem da SIC), com moldes muito parecidos entre a empresa e figuras políticas comuns em várias autarquias, falo do Parque T, está bem elencado no Tomar a dianteira.
Como é possível que, contra a vontade de todos e contra o simples bom senso, capítulo a capítulo, asneira atrás de asneira, o PSD nabantino tenha permitido tamanha dimensão de danosa gestão?!
E há, seguramente, muito ali a descobrir.

Mas em Tomar a questão começa em coisas aparentemente bem mais simples. Ainda em Dezembro último se provou na Assembleia Municipal que o presidente de Câmara, além das demais ilegalidades, mentiu descaradamente à AM, à comunicação social e aos tomarenses, ao ter afirmado antes que tinha um parecer jurídico que lhe permitia candidatar o município ao PAEL, parecer que evidentemente e como se provou, não tinha. Chamei-lhe várias vezes nessa reunião, olhos nos olhos, aquilo que se provou ser: mentiroso.
Ninguém achou sequer estranho ou anormal...
Noutros locais ou com outros protagonistas seria manchete de primeira página, mas em Tomar e no que toca à imprensa, que me tenha apercebido, não houve sequer uma linha em letra miudinha na página mais escondida de um jornal.

Será tão normal que um presidente de câmara minta, que já não lhe ligamos nenhuma?
Estamos assim tão alienados?
É a terra onde vivemos. Somos como somos. E depois queixamo-nos...

Ainda assim, é deste género de autarcas que as populações parecem gostar. Basta lembrar casos como Isaltino ou Valentim, mais que evidentes e afastados pelo próprio partido, e ainda assim, concorrendo como independentes e eleitos novamente.
Os cidadãos queixam-se da justiça e dos partidos, mas quando estes tomam decisões, o que fazem? Desautorizam as instituições e aprovam os prevaricadores.

E depois é muito fácil dizer em jeito de desculpabilização própria que os políticos são todos iguais. Pois... os não políticos (se tal existisse) também devem ser.

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