quinta-feira, fevereiro 14, 2013

"No Estado, o absurdo não paga impostos?"

Não andei muito atento às notícias nos últimos dias, até porque andei offline e a net é cada vez mais a minha forma priveligiada de "ligação com o mundo", se bem que até me tinha já chegado qualquer coisa aos ouvidos, pensando ainda assim que fosse brincadeira de carnaval...

Então não é que os senhores do Governo mais as suas ideias estapafúrdias, agora querem multar os consumidores que não pedirem fartura?!!! Mas endoideceram de vez?!

Não só a ideia é totalmente absurda, e provavelmente ilegal, como me parece que vai ter o efeito contrário ao desejado. É que como este Governo há muito tempo está morto no que diz respeito à legitimidade democrática percetida e delegada pelos cidadãos, a vontade destes é precisamente fazer tudo ao contrário daquilo que o governo disser.
(É essa a diferença que alguns não querem entender entre legitimidade institucional e legitimidade democrática. A diferença entre ter real poder para agir ou estar apenas na posse de um poder ilusório - que ainda assim, acaba quase sempre por sê-lo).

Adiante. Eu nem sou grande fã de Francisco José Viegas que como político e comentador diz por vezes umas grandes barbaridades (e como escritor conheço pouco), mas sendo ele um ex-elemento do atual Governo, (e mesmo que alinhe na sua continuada estratégia pessoal de reganhar alguma simpatia do seu público, perdida depois dessa má experiência governativa, à qual teve ainda assim a decência de abandonar) parece-me o melhor para nos dizer como proceder em relação a esta ideia tonta.
No seu blogue publica dois textos seguidos sobre o assunto, o último com o mesmo título que aqui se usou (o primeiro intitulado "um monumental manguito para o Estado"), onde avisa o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais que caso alguém o tente fiscalizar "à saída de uma loja, um café, um restaurante ou um bordel" para saber se pediu fatura, terá "de lhe pedir para ir tomar no cu".
Ora toma que já almoçaste!

Entretanto, notícia de última hora, e porque se fala tanto em "tomar", o presidente da Assembleia Municipal da dita, Miguel Relvas, recusa-se a comentar...

A propósito, sublinho que quem usa esta linguagem, excessiva quanto a mim, é um ex-secretário de Estado.
Já na conservadora e comatosa sociedade nabantina, há uns poucos que ficam muito ofendidos quando alguém usa linguagem um pouco mais forte.
Eu por exemplo, quando em tempos que parecem já longíquos me limitei a dizer o óbvio e mais que reconfirmado com o tempo, que a câmara de Tomar não o é, é uma cambada.
E repito as vezes que forem precisas até porque, dizê-lo assim ainda é ser simpático.

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