terça-feira, janeiro 22, 2013

prandium

Entre atropelos e interrompidas conversas e a mescla de aromas, as marmitas e os tupperwares espalham-se nas mesas entre dossiês, garrafas de água vazias, malas de senhora, e todo o tipo de pequenos utensílios de escritório, enquanto os despojos já usados de alfaias da função de comer se acumulam desorganizadas em redor do exíguo lava-loiça.
As falsas gémeas chaleiras apitam em agudo aviso entre vapores ali bem junto à lotada torradeira, enquanto uma mesa mais organizada vai ganhando jeitos de superfície de repasto.
A fila cresce para o microondas mesmo ao lado do atulhado frigorífico que com roncos ajuda na cacofonia do local, e na espécie de bimby colocam-se os últimos legumes cortados para a sopa do dia.
Outros menos afortunados ou mais práticos sacam do iogurte líquido e da sandes de alface, espalhados por esta ou aquela cadeira, entre outros sons e retratos de mais um quotidiano âgape docente.

Mais um apenas, período de almoço numa das muitas salas de professores de Portugal, 2013.

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