terça-feira, setembro 11, 2012

orgulhosamente sós

roubado aqui
Quando está visto que a receita não resulta e provoca piores resultados, e mesmo assim o Governo insiste e ainda a piora;
Quando a troika se desvincula dos maus resultados dizendo que são da responsabilidade do Governo, e vem agora dar razão ao PS ao dar mais um ano para a redução do défice;
Quando o Governo está a fazer tudo ao contrário do que prometeu, e muito do que garantiu que jamais faria duma forma incomparável com qualquer outro Governo;
Quando o faz com uma demagogia e hipocrisia como não há memória - e ainda "ontem" Passos Coelho na oposição pedia desculpa aos portugueses;
Quando estão a aplicar receitas ideológicas ultra-liberais que não foram sufragadas e não têm concordância ideológica na grande maioria dos portugueses, ou sequer na maioria dos que se afirmam de direita;
Quando o Governo já nem esconde que quer baixar largamente o plafond salarial dos portugueses, aumentar as desigualdades sociais, e empobrecer o país;
Quando o Governo convida aqueles nos quais o Estado mais investiu, aqueles de quem o país mais precisa para "renascer" e que são a geração melhor preparada de sempre, a emigrar;
Quando alguns membros do Governo mentem insistente e descaradamente, como o ministro da Educação, com a lata de mentir sobre coisas que qualquer pessoa com acesso à net verifica nos sites oficiais;
Quando do CDS vão chegando cada vez mais vozes críticas, mesmo que algumas delas veladas;
Quando todas as associações representantes dos trabalhadores, como a UGT ou a CGTP, se mostram contra e prometem endurecer a luta;
Quando muitos, como a Associação Sindical dos Juízes Portugueses e vários constitucionalistas levantam questões de inconstitucionalidade;
Quando mesmo os grandes da economia como Belmiro de Azevedo ou Francisco van Zeller apontam o disparate das medidas;
Quando os indefetíveis comentadores liberais e anti PS, como José Gomes Ferreira, se juntam às críticas;
Quando organizações dos sociais democrata, como os TSD ou a JSD ou muitos dos barões, usam os mais diversos adjetivos para descrever a estupefação que sentem;
Quando até defensores e colaboradores próximos de Passos Coelho e Miguel Relvas, como Morais Sarmento, dão sinais de desconforto;

- Sem ser a dos próprios (e muitos andam calados e escondidos; e de João César da Neves, mas desse também se sabe o que a casa gasta) com a legitimidade de quem é que este Governo ainda está em funções?

E depois aparece Relvas com aquele ar agastado que adquiriu nos últimos tempos, a dizer que a culpa é da governação do PS, porque, ele que é dos mais hábeis da retórica, perante todas as evidências não consegue dizer mais nada. Será que acreditam que isso, ou a desculpa do memorando da troika (com a qual também se mente bastante) ainda convence alguém com dois dedos de testa?

Eu bem dizia logo no início do mandato, que este Governo bateria o recorde do de Durão na curta duração, e parece que não me vou enganar.
Há coisas que são como o algodão, e aquilo que nasce torto...

1 comentário:

Anónimo disse...

Há muito tempo li no teu blog que era preciso cuidar da democracia - tinhas razão!

Está na hora de ir à luta, o povo tem de acordar!

Grande abraço e cuida de ti!

s.a.