sexta-feira, setembro 14, 2012

a escola

Hoje começa mais a sério (leia-se: com os alunos) o meu novo ano letivo. Daqui a pouco recebo a minha direção de turma, uma turminha mesmo ao meu jeito ou não fosse de currículos alternativos com alunos todos repetentes :) (Pelo menos é um bocadinho mais pequena que as outras turmas que lecionarei).
Mais logo ao fim da tarde será a vez dos respetivos encarregados de educação.

Para professores, pais e alunos, e demais comunidade educativa esta é a nova realidade do ensino em Portugal:
Turmas com 30 alunos entre os quais 5, 6, 7 alunos com necessidades educativas especiais (quando a Lei diz no máximo 2 se forem redutores, e nesses casos o máximo total por turma são 24), várias etnias, várias idades;
Uma "nova" organização curricular sem pés nem cabeça, que vai aumentar o desinteresse dos alunos pela aprendizagem;
Muito menos professores, e em simultâneo milhares de professores com horário zero (o ministro continua a mentir descaradamente em relação a isto) para os quais as direções andaram a inventar funções alternativas;
Contratações de professores para ofertas de escola onde agora é obrigatória uma entrevista que pesa 50% na escolha do docente - está-se mesmo a ver para que serve, não é?;
Um novo estatuto do aluno que, entre mais, praticamente obriga os professores a passar todos os alunos (e eu sou dos que defende que isso de chumbar ou não nem deveria existir, mas seria de forma clara e assumida - e isso é outra discussão);
Cortes na Ação Social Escolar, logo, mais alunos a vir sem livros e restante material;
Além de tudo o resto que é externo à escola, mas que sempre se reflete na escola.

Obrigado sr. ministro por esta visionária nova realidade para a educação. Assim, Portugal vai ser melhor, não tenho dúvidas......

Os professores também têm culpas? Claro, raramente alguém está isento de culpas. No caso da educação, a culpa dos professores e das associações que os representam, passa por perderem tempo e normalmente com grande mediatismo, com assuntos menores e impopulares para os demais setores (como a sua própria avaliação, que estes senhores demagogicamente não suspenderam, mas também.... ) e pouco enérgicos com  aquilo que realmente interessa. Como agora, que estamos a viver a maior destruição do ensino público e da educação em Portugal depois do 25 Abril.

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