terça-feira, janeiro 17, 2012

O fim do ciclo

Com o novo ano (e uma nova configuração de blogue que há-de aparecer quando houver tempo) as minhas "notas do dia" na rádio Hertz vão passar a estar também aqui, podendo como sempre ser ouvidas em primeiro .Assim, enquanto amanhã é dia de nova crónica e cujo tema não é certamente difícil de adivinhar, a última nota do dia (4 de Janeiro) tem o título em epígrafe e é esta:

Iniciámos um novo ano, um ano que nas contas dos mais esotéricos, daqueles que acreditam em presságios, mitos, lendas e histórias antigas, apesar de tudo mal contadas, este ano representa o fim de um ciclo e o começo de um novo. E não o fim do mundo como alguns, mal, interpretam.
2012 promete ser um ano difícil para nós portugueses. Mais impostos, mais taxas, menos apoios sociais, mais dificuldades particularmente para os funcionários públicos.

Acabámos agora de saber que Portugal foi o país onde as medidas de austeridade mais aumentam as desigualdades sociais, ao contrário do que está a acontecer por exemplo na Islândia e na Irlanda, tidos já como bons exemplos. O que significa que há alternativas mais eficazes e mais justas, às medidas que o governo está implementar e que na minha e na opinião de muitos, só virão a agravar os problemas.
Acabámos também de saber que mais uma das grandes empresas do país, a proprietária dos supermercados Pingo Doce, transferiu a sua sede para a Holanda país onde a partir de agora passará a pagar a fatia maior dos seus impostos, o que nos deve fazer pensar por um lado na noção de responsabilidade dos empresários portugueses, mas por outro na falta de eficácia das medidas fiscais do nosso país.

2012 é também o ano que marca o fim da televisão analógica em Portugal, e o advento da televisão digital. Noutros países como a vizinha Espanha, onde o processo está mais avançado, esta alteração significa de facto um acréscimo de qualidade e serviços para os cidadãos. Em Portugal, como de costume faz-se tudo pelo básico, e por isso, pelo menos para já a alteração significa apenas o acréscimo de mais algumas despesas.
Na política, este ano teremos eleições presidenciais noutros países, alguns sem grande interesse para nós, como a Finlândia, o México ou a Venezuela. Outros com mais, como as eleições em Novembro nos Estados Unidos, ou mais ainda, em Maio em França, onde há a expectativa se Sarkozy consegue um segundo mandato ou sai, o que poderá ter implicações na forma, quanto a mim falhada, como está a ser conduzida a política europeia e as erradas opções de combate à crise que protegem os países mais fortes e prejudicam os mais desfavorecidos.
Na Alemanha, a economia que mais dita as regras na europa, sabemos já que os índices de emprego são dos maiores dos últimos anos, o que nos diz que a crise por lá não significa bem o mesmo que por cá. Além disso este ano marcará a abertura do novo Aeroporto Internacional Berlin-Brandenburg, o maior projeto de infraestrutura na Alemanha.

Por cá, demagogia política, populismo barato e muita desinformação, ditaram para já o afastamento do projecto do novo aeroporto que mais que uma necessidade para o país, é uma necessidade europeia para a ligação com a América e com África, e quem está a esfregar as mãos de contente é a vizinha Espanha que sempre ambicionou este projecto para si, a realizar algures entre Badajoz e Sevilha. E se Portugal não ganhar juízo, será mais uma onde nos passam a perna, por exclusiva responsabilidade própria.
Teremos este mais países, a Bulgária e a Romênia, a integrar o Acordo de Schengen, ou seja, a ver as suas fronteiras abertas e portanto mais cidadãos e mercadorias a circular livremente na Europa, com tudo o que de bom e mau isso acarreta.
No Desporto, em Junho teremos Campeonato do Mundo de Futebol, e entre Julho e agosto teremos Jogos Olímpicos em Londres 9 de Setembro.
Na cultura, a cidade de Guimarães será este ano (a par com Maribor na Eslovénia) capital europeia. E isto talvez lembre alguns tomarenses que há uns anos atrás, uma das aldrabices que tentaram vender aos eleitores nabantinos foi a hipótese da candidatura de Tomar a capital europeia da cultura, precisamente de 2012. Ideia que, como muitas outras avançadas pelos governantes do município de Tomar na última década, só serviu mesmo para engodo, porque nada, absolutamente nada, foi feito para a concretizar. Já Guimarães, como muito outros concelhos noutras matérias, meteu mãos à obra e foi bem sucedida. Aqui pelas margens do nabão fica-se sempre pela conversa da treta.

Em Tomar, 2012 também está a começar muito atribulado, estão finalmente a ficar completamente a nu, todas as mazelas, todas os disparates, todos os erros e todas as incapacidades da governação dos últimos 14 anos. Mas sobre Tomar, haverá tanto a dizer, que o melhor mesmo é deixar isso para outras núpcias.
Bom ano para todos!

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