Uma vez que a hipótese do humor está excluída, só resta outra: Cinismo.
Puro, básico, tão arrogante como deprimente - cinismo.
Dizer depois que o voto de reprovação é "contra a contenção de despesas e apoio social da Câmara Municipal de Tomar, em especial, nas áreas da educação, saúde, desporto e transportes (...) representam o apoio directo aos idosos, às crianças e aos jovens", é de uma desonestidade inteletual que não é sequer digna de pessoas que devem estar ao serviço dos cidadãos.
O conteúdo da coisa nem merece grande análise de tão pobre que é, começando nas questões de pormenor como dar a entender que a oposição é o PS (o que o PS agradece, mas não corresponde à verdade - se não estou em erro há mais uma força política na câmara).
Depois, só podem mesmo estar a confirmar a minha tese de que andam a brincar com os tomarenses julgando que somos todos estúpidos. Acusar a oposição (leia-se PS) de incoerência, só pode mesmo ser para brincar. Será preciso lembrar que já o ano passado o PS se absteve e argumentou muito bem porque o fez? Será preciso lembrar quantas vezes dissemos que o PSD, fazendo de conta que continua com a maioria absoluta, não discute, não reune, não quer alterar uma linha de sua fraquíssima atuação? Será preciso lembrar quantas vezes apelámos ao bom senso, quantas vezes apontámos alternativas, quantas vezes gritámos com esperanças mínimas de que nos ouvissem?
Dizer depois que o voto de reprovação é "contra a contenção de despesas e apoio social da Câmara Municipal de Tomar, em especial, nas áreas da educação, saúde, desporto e transportes (...) representam o apoio directo aos idosos, às crianças e aos jovens", é de uma desonestidade inteletual que não é sequer digna de pessoas que devem estar ao serviço dos cidadãos.
Mas para o PSD sim, parece que o interesse de Tomar e dos tomarenses nunca foi, e cada vez mais o demonstram, muito importante para aquilo que fazem ou deixam de fazer.
"Uma oportunidade perdida" dizem no comunicado sem que se perceba bem porquê. Mas oportunidades perdidas, muitas e muitas, foi o que os 14 anos de governação social-democrata têm significado para o concelho. E factos são factos: o decréscimo da população, gritante no caso dos jovens; a já quase inexistência de empresas com mais de uma dúzia de trabalhadores e a fuga de investidores, as dificuldades sempre crescentes do comércio, a perda exponencial da importância do concelho na região; as dificuldades criadas pela própria câmara a particulares, investidores e instituições; as opções erradas e as obras mal planeadas e inúteis; a dívida sempre crescente sem qualquer hipótese de recuperação financeira; a desorganização dos serviços; a falta de transparência e alguns processos pouco claros; a falta de capacidade política; a inexistência de uma só ideia para resolver o que quer que seja - e as vergonhas gritantes: o mal conduzido caso do alambor, o Convento de Santa Iria, o Polis, o mercado, o parque T.
Sobre tudo isto e mais, sim, era interessante ouvir o que tem a dizer o PSD. Mas eles continuam convencidos (mas só eles mesmo, e pouco) que fizeram e estão a fazer alguma coisa de jeito.
Interessante também era que nos dissessem afinal quem é o primeiro responsável por este orçamento rejeitado. Quem é afinal o Presidente de Câmara de Tomar? Apoiam Corvêlo ou querem que saia? E onde é que ele está e por quanto tempo?
E depois, qual cereja em cima do bolo, acabam com isto que se mais nada dissessem, esta pérola da insensibilidade política e da incapacidade autocrítica diria tudo:
"Reforça-se ainda que o PSD irá governar num sistema de partilha de ideias e valores, onde todos os que se apresentem com ideias positivas e válidas, serão ouvidos e convidados a participar, tendo em vista reforçar a imagem e posicionamento de Tomar ao nível regional e nacional".
Eles serão mesmo inconscientes de tudo o que têm feito, ou estarão apenas a gozar connosco à descarada?!
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