quinta-feira, novembro 17, 2011

extemporaneidade

Ontem quando me deslocava de carro para Tomar, ouvi uma parte do programa da rádio Hertz "A semana em revista", no momento em que os dois comentadores falavam do último caso da coligação que nunca o foi. (que eu também comentei no post anterior).
E disse António Cruz (deputado municipal independente, ex PSD) a determinado momento que questões mais complicadas já aconteceram anteriormente sem que isso tenha significado o fim da dita, referindo como exemplo as "eventualmente extemporâneas declarações do anterior presidente" da concelhia do PS de Tomar. Traduzindo: quando há uns meses escrevi que em Tomar não existia uma Câmara mas sim uma cambada, não um coletivo mas um grupo desorganizado de pessoas cada um a puxar para seu lado.
Por mais estranho que a mim me pareça, não é a primeira vez que alguém acha que nesse episódio usei palavras irrefletidas.

Então para que conste saibam que, não estando livre disso, não tenho de qualquer forma o hábito de fazer "declarações extemporâneas", muito menos quando falo de política, e menos ainda quando essas declarações são na forma escrita.
O problema de alguma hipocrisia reinante é que parece que há muito quem se preocupe com palavras, mas pouco com as ações. Pois eu, já deviam saber, não tenho medo nem do significado das palavras nem das usar sempre que entender apropriadas.

E para que fique ainda mais claro cá vai uma súmula, sem qualquer tipo de extemporaneidade, das muitas que tenho usado nos últimos meses para com a Câmara de Tomar e respetivas vísceras:

- Esta ficará para a história imediata como a pior Câmara nabantina do pós 25 de Abril. Não há liderança, não há estratégia, não há planeamento, não há uma ideia coletiva do que quer que seja. Desta forma, o Presidente de Câmara e os 4 vereadores com pelouros limitam-se a gerir o dia a dia de cada um dos seus quintais, com mais 2 vereadores a assistir.
Resumindo: Isto não é uma Câmara é uma cambada.

A principal causa da situação deve-se ao PSD nabantino, não só pelo comprometimento óbvio sobre a escolha dos autarcas, a começar pelo presidente de câmara, claramente incapaz para o exercício de tão relevantes funções, mas também pela forma como trataram a situação, desde logo como têm tratado o PS a quem convidaram para ajudar a gerir o município, mas com quem, como é público, sempre se recusaram até hoje a dialogar.
À direção do PSD de Tomar não afetam os interesses do coletivo, os interesses e as dificuldades dos munícipes, e estão focados apenas nos espúrios jogos partidários, muito por incapacidade para gerir politicamente o que quer que seja, sendo que distintamente nem para esses estão à altura, uma vez que a atual situação da autarquia só pode ser desprestigiante para o partido que ganhou as eleições e que desde 1997 governa em Tomar. Ou seja, não é só com os tomarenses em geral que a direção do PSD anda a brincar à política, na minha opinião está a fazê-lo em primeiro lugar com os militantes e simpatizantes sociais-democratas. Mas esse é problema que a mim já não me diz muito.
O PSD nabantino está a prestar um péssimo serviço a Tomar, à democracia, à imagem da política e dos políticos.
Resumindo: Corvêlo de Sousa é incapaz para o desempenho das funções de Presidente de Câmara, e o PSD nabantino é irresponsável e anda a brincar com os tomarenses.

Pronto, agora quem discordar ou achar que estou a ser extemporâneo, chegue-se à frente e contraponha. Talvez alguém acredite.

Importante em todo o caso seria que nos deixássemos todos de hipocrisias e cinismos, pruridos de semântica e enredos novelísticos de fraquíssima qualidade e passássemos sim a dedicar a atenção à gravosa, aviltante, degradante, situação que se vive no município de Tomar, expondo as coisas como elas são e fazendo o possível para que a situação se altere. Seja preciso usar que palavras forem.

Sobre isso contudo, infelizmente, vejo muito poucos preocupados.

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