quarta-feira, agosto 17, 2011

ter e não ter

E já que no post anterior toquei no assunto IPJ, é de dizer mais qualquer coisa. Na verdade haveria tanto a dizer... mas não me quero alargar muito que sofro de azia...
Apenas que esta anunciada fusão com o Instituto Português do Desporto é um abissal disparate*. Aliás, não poderia ser melhor forma de concluir o Ano Internacional da Juventude...
Infelizmente é a materialização daquilo que foram as actuações de todos os Governos desde Durão Barroso (incluíndo e muito o Governo PS): a total subalternização das políticas de Juventude ao Desporto (muitas vezes, pouco mais que futebol e uma ou outra modalidade olímpica).
*Já a extinção da FDTI e dissolução da Movijovem (embora esta com reticências dependendo de quem vier gerir as Pousadas de Juventude - deveria ser o IPJ) não só está correta como tardava. Faltou coragem ao anterior Governo /Secretário de Estado.

O que esta malta não percebe ou não quer perceber, é que ao praticamente apagar a existência do IPJ estão por exemplo, a esquecer as milhares de associações (e a tendencialmente desrespeitar a Constituição - art. 70º) por esse país fora que trabalham com muitos outros milhares de jovens (e não só jovens), em diversas áreas de actuação que vão da cultura à acção social, do desporto ao voluntariado ou às mais distintas formas de ocupação de tempos livres. E depois admirem-se que quando essas associações deixarem de intervir na sociedade e ocupar cidadãos, que comecem a ocorrer cá (mais porque já os há) fenómenos como os que aconteceram recentemente no Reino Unido.

É que até para a boa imagem dum qualquer Governo e penetração junto de uma larguíssima franja de cidadãos, uma organização como o IPJ tem um potencial como poucas no contexto do Estado. Mas infelizmente desde um governante chamado António José Seguro, nunca mais ninguém percebeu nem quis perceber a base de trabalho que ali tinha.
Sensibilidade, capacidade e faro político, de facto tem quem quem, e os últimos governantes com responsabilidades em áreas como a juventude e o associativismo têm estado muito longe de as ter.
Faro político é evidente que Miguel Relvas tem, mas quanto ao resto, bom, nesta área da Juventude está a começar mal.
Quanto ao novo Secretário de Estado da Juventude, Alexandre Mestre, não faço ideia. Currículo não lhe falta... na área do Desporto claro. Eu esperava que fosse mais competente, ou com mais vontade de o ser que o seu antecessor... mas a iniciar assim parece-me que vai ser mais do mesmo.

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