artigo publicado no jornal Cidade de Tomar de 19 de Outubro
Em Outubro de 2007 o 13 foi ao sábado, mas tal não significa que não fosse um dia que merecesse destacar. Porquê? Porque foi este dia 13 passado que assinalou exactos 700 anos que em Paris, Jacques de Molay, vigésimo segundo e último grão-mestre da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, mais conhecidos como Templários, era capturado e levado para os calabouços do até aí Templo da Ordem na capital francesa.
Assim como ele, centenas de outros cavaleiros eram presos e severamente torturados por toda a Europa e muitos acabariam tal como o grão-mestre queimados na fogueira, simbolizando esse dia como aquele que marca o fim da que, criada dois séculos antes por nove cavaleiros liderados por Hugo de Payens, se havia surpreendentemente transformado na mais poderosa, respeitada e temida Ordem de cavalaria.
Muito mais que simples monges ou cavaleiros guerreiros, a ordem tornar-se-ia numa instituição com fortes influências quer política como financeiramente. Fora o papa Inocêncio II quem, por razões pouco apuradas, concedera uma bula que lhes outorgava poderes ilimitados, sendo declarados "isentos de jurisdição episcopal", constituindo-se desse modo em poder autónomo, independente de qualquer interferência, política ou religiosa, quer de reis quer de prelados, e que acumulara vastos domínios em mais de dez países, vindo a enriquecer ainda mais através da concessão de créditos a reis, nobres e clérigos, cobrando juros sobre esses recursos, estabelecendo o embrião do moderno sistema bancário.
Por inveja e cobiça dos tesouros e conhecimentos de presumíveis segredos embaraçosos, como as conhecidas conjecturas do Santo Graal – o cálice sagrado, ou da teorética descendência de Jesus, a tramóia conjecturada por Filipe IV O Belo e o seu fantoche papa Clemente V, havia sido alcançada com sucesso. Era preciso destruir essa organização afim de se apoderar dos seus recursos e aniquilar a sua possível ameaça, acusando-os de hereges e de uma série de outras perfídias. E mesmo que mais tarde a verdade fosse reposta, a ferida havia sido demasiado profunda para recuperar o irrecuperável, ou assim se acredita.
Mas Jacques de Molay e os seus Templários haviam todavia vencido a malvadez do invejoso rei. O tesouro e os segredos que procurava desapareceram misteriosamente, sendo até hoje motivo de lendas e mitos. Diz-se que carroças cobertas de feno saíram de Paris na noite anterior, diz-se que navios ancoraram em sabe-se lá quantos portos.
Diz-se que os Templários não desapareceram, mas apenas adormeceram, converteram-se, adoptaram outras divisas, mas que em verdade ainda andam por aí… Diz-se muita coisa, e a verdade provavelmente nunca se saberá. Mas é isso que adoça o mistério e aguça a curiosidade, basta que pensemos em fenómenos como o livro e posterior filme “O Código Da Vinci”. São milhares os apaixonados em todo o mundo nesta matéria, afinal, quem não gostaria de descobrir um tesouro, ou de se achar na posse de um segredo milenar?
Em Outubro de 2007 o 13 foi ao sábado, mas tal não significa que não fosse um dia que merecesse destacar. Porquê? Porque foi este dia 13 passado que assinalou exactos 700 anos que em Paris, Jacques de Molay, vigésimo segundo e último grão-mestre da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, mais conhecidos como Templários, era capturado e levado para os calabouços do até aí Templo da Ordem na capital francesa.
Assim como ele, centenas de outros cavaleiros eram presos e severamente torturados por toda a Europa e muitos acabariam tal como o grão-mestre queimados na fogueira, simbolizando esse dia como aquele que marca o fim da que, criada dois séculos antes por nove cavaleiros liderados por Hugo de Payens, se havia surpreendentemente transformado na mais poderosa, respeitada e temida Ordem de cavalaria.
Muito mais que simples monges ou cavaleiros guerreiros, a ordem tornar-se-ia numa instituição com fortes influências quer política como financeiramente. Fora o papa Inocêncio II quem, por razões pouco apuradas, concedera uma bula que lhes outorgava poderes ilimitados, sendo declarados "isentos de jurisdição episcopal", constituindo-se desse modo em poder autónomo, independente de qualquer interferência, política ou religiosa, quer de reis quer de prelados, e que acumulara vastos domínios em mais de dez países, vindo a enriquecer ainda mais através da concessão de créditos a reis, nobres e clérigos, cobrando juros sobre esses recursos, estabelecendo o embrião do moderno sistema bancário.
Por inveja e cobiça dos tesouros e conhecimentos de presumíveis segredos embaraçosos, como as conhecidas conjecturas do Santo Graal – o cálice sagrado, ou da teorética descendência de Jesus, a tramóia conjecturada por Filipe IV O Belo e o seu fantoche papa Clemente V, havia sido alcançada com sucesso. Era preciso destruir essa organização afim de se apoderar dos seus recursos e aniquilar a sua possível ameaça, acusando-os de hereges e de uma série de outras perfídias. E mesmo que mais tarde a verdade fosse reposta, a ferida havia sido demasiado profunda para recuperar o irrecuperável, ou assim se acredita.
Mas Jacques de Molay e os seus Templários haviam todavia vencido a malvadez do invejoso rei. O tesouro e os segredos que procurava desapareceram misteriosamente, sendo até hoje motivo de lendas e mitos. Diz-se que carroças cobertas de feno saíram de Paris na noite anterior, diz-se que navios ancoraram em sabe-se lá quantos portos.
Diz-se que os Templários não desapareceram, mas apenas adormeceram, converteram-se, adoptaram outras divisas, mas que em verdade ainda andam por aí… Diz-se muita coisa, e a verdade provavelmente nunca se saberá. Mas é isso que adoça o mistério e aguça a curiosidade, basta que pensemos em fenómenos como o livro e posterior filme “O Código Da Vinci”. São milhares os apaixonados em todo o mundo nesta matéria, afinal, quem não gostaria de descobrir um tesouro, ou de se achar na posse de um segredo milenar?
Bom, perguntará o caro leitor: - certo, história interessante, mas tem isso algo a ver com Tomar ou é só para dar ares de intelectual?
E eu direi, pois tem tudo, e nada.
Tudo, porque a seguir a essa fatídica sexta-feira 13 desse Outubro longínquo, e que até hoje associa sem que a maioria saiba porquê esse epíteto de azar a essas sextas-feiras, os Templários que sobraram, e ainda eram muitos, fugiram para locais seguros, um deles Portugal, e em Portugal Tomar, devendo-lhes nós grande parte do que somos. E porque D. Dinis, um dos mais cultos e visionários soberanos da nossa história, convenceu doze anos mais tarde o novo papa João XXII a autorizar a criação da Ordem de Cristo, convertendo, acolhendo todos esses cavaleiros em fuga, assim como as suas posses e os seus conhecimentos. E porque se acredita que Portugal (ou, porto do Graal?) pode ter sido o ou um dos portos seguros dos seus tesouros.
Tudo porque, com sede em Tomar, sendo Tomar guardião dos segredos e das descobertas da nova Ordem, foi essa que, usando nas velas das caravelas a marca templária, “descobriu novos mundos ao mundo” na epopeia dos descobrimentos, na mais áurea época do nosso país, quando fomos efectivamente império, quando fomos centro do mundo, e quando Tomar era por isso um dos locais mais importantes e simultaneamente ocultos desse mundo de então.
Nada, porque apesar de toda esta propriedade, de todo este potencial, do Convento de Cristo sede das duas Ordens e também ele detentor de segredos, monumento património mundial (mesmo que não figurando nas mais ou menos 7 maravilhas), e de termos como nossa uma marca reconhecida em todo o mundo, o que sabemos aproveitar para nosso benefício, para desenvolvimento turístico, para criação de riqueza, e até mesmo reconhecimento do concelho ao menos no contexto nacional, é mais ou menos isso: nada.
E isto leva-nos ao facto de que, se essa azarada sexta-feira 13 de Outubro de 1307 acabou por ser proveitosa para Portugal e para Tomar, de há uns anos para cá a coisa inverteu-se e aqui pelas margens do Nabão, e numa cidade que foi líder e pioneira em tanta coisa, hoje somos constantemente ultrapassados e até parece que todos dias são dias de infortúnio.
Pelo que é caso para perguntar: onde anda esse sangue templário que é suposto correr-nos nas veias? Está oculto esperando o momento de ressurgir, ou desapareceu de vez nos resquícios da memória e nas mordomias letárgicas dos tempos modernos?
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