domingo, março 18, 2007

Auschwitz-Birkenau

Quando se elegem as novas 7 maravilhas do mundo, deveríamos também eleger os piores locais.
Este seria certamente o primeiro. E não se pode ler em qualquer papel ou ver em qualquer filme o que se sente e descobre neste espaço. É apenas arrepiante.


'Arbeit Macht Frei' - O Trabalho Liberta-te
escrito no portão de entrada do campo de concentração (matadouro sem eufemismos), exemplo da grande aposta dos nazis na propaganda.

O pátio dos fuzilamentos para os presos políticos (não judeus, pois com esses normalmente não se gastavam balas), depois de "julgados" no edíficio ao lado. A parede tem um revestimento especial para silenciar as balas. Nem sempre o veredicto era fuzilamento, mas sempre era a morte. Por todo o campo encontramos várias sádicas formas de levar alguém a ela.

Tudo era aproveitado e despachado para vários fins. Do que ficou dos últimos dias antes da chegada dos soviéticos, e que os nazis não haviam ainda despachado e não tiveram tempo de destruir, sobram entre muitas outras coisas, por exemplo 80000 pares de sapatos e 2 toneladas de cabelo. Repito, SÓ dos últimos dias. Se estão intrigados com o que faziam ao cabelo... tapetes.

Neste crematório, o único que sobrou, eram gaseados numa pequena sala com aparência de balneário (a água nunca chegou a ser ligada aos duches) 700 judeus à vez e posteriormente queimados, não sem antes lhes ser retirado o que ainda possuissem de útil (cabelo, dentes de ouro, próteses de várias espécies,...)
Na fase mais "aperfeiçoada", o gás utilizado demorava meia hora a alcançar o efeito desejado. E chegou a esta fase depois de sucessivas tentativas de melhoramento da fórmula, sendo que no início as pessoas demoravam dias a morrer ('enlatados' na tal sala). Muitos eram queimados ainda vivos.

Esta é a entrada de comboio para o campo de Birkenau, ou Auschwitz 2. Aqui chegavam comboios atulhados de judeus de todas as partes da Europa e da bacia do Mediterrâneo. De alguns países, derivado à campanha nazi, os judeus vinham livremente pagando o seu bilhete, por acreditarem que vinham para uma nova terra prometida.

O campo de Birkenau, todo em madeira e incendiado pelos nazis em fuga, foi construido propositadamente a poucos quilómetros de Auschwitz, por este já não ter capacidade de acolhimento e de mais rápida matança. Nos crematórios deste novo campo eram gaseadas 2000 pessoas de cada vez.
Na foto que abrange apenas uma porção da zona norte do campo, podemos ter uma ideia do que seria a sua dimensão se verificarmos que cada chaminé pertencia a uma barraca.

Em cada uma das barracas de madeira, contruidas por base em estábulos alemães, dormiam entaladados cerca de 400 judeus. A maioria era morta à chegada e não chegaria a usar estas instalações. Eram poupados apenas aqueles que tivessem à chegada condições para trabalhar (nos campos e nas fábricas das redondezas). Destes, a maioria morreria nos primeiros dias. Os poucos 'mais felizes', aguentavam em média três meses.


Nenhuma destas fotos ou do que escrevi, pode realmente descrever o que sentimos no local.

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