sexta-feira, junho 16, 2006

Óculos de cabedal

Estive por obrigações profissionais no Sábado ao iní­cio da tarde e à noite na Barquinha, onde desse dia até Terça decorreram as festas do concelho, festas essas que decorreram na zona do espectacular parque urbano, inaugurado algures o ano passado.
De facto, acho que até já o tinha aqui referenciado, mas só o tinha visto de longe e por breves momentos, enquanto desta vez pude mesmo passear pelo agradável espaço que corre junto ao Tejo, a ligar este com a vila, com alguns espaços aquáticos, um repuxo aqui outro ali, um ou outro jogo para os miúdos, árvores e muita, muita relva com espaço para fazer tudo e mais alguma coisa.
Vila Nova da Barquinha, um pequeno concelho dando mostras de como com bom senso, com planemento é possí­vel, sem arrogantismos e despotismos, mas com relativa simplicidade, dotar os cidadãos de espaços aprazí­veis para a vivência do dia-a-dia.

Ora, acontece que ao fim dessa tarde tive que me deslocar a Tomar por outra obrigação, onde, em determinado momento conversava com dois supostos importantes responsáveis políticos nabantinos, exactamente sobre a contínua perca da qualidade de vida, e da supremacia de outrora de Tomar sobre a região, dando entre outros, o exemplo do referido parque, por contraposição ao que podendo ser, não é feito em Tomar.
A isto me responderam com a cega e irresponsável resposta "chave nº5" do: "Tomar não tem nada a ver com isso, e a história, e a beleza, e a qualidade, e a cultura", e os blá-blá-blás do costume, sem notoriamente saberem sequer do que estava a falar, e com a ignorância clássica de quem se julga rei de aquém e além mar, à conta dos feitos dos antepassados que se cá viessem tinham vergonha.
E eu tive que responder: pois é à conta dessas afirmações, à conta de andarmos de olhos fechados agarrados ao "engenho" dos que há muito partiram, continuamente à volta da "nora" dos emblemas dos feitos antigos, que aqueles que sem palas, e que tendo menos, pensam, sabem e fazem, e andam em frente, ao contrário de Tomar que da cabeça do pelotão, vai ficando cada vez mais na cauda de tudo o que seja desenvolvimento.

Quando todos andavam de burro, Tomar era o belo coche dos nobres. Hoje, já os outros andam de carro, e em Tomar continuamos a ser o mesmo belo coche... fechado num museu sem visitantes.

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