... e eventualmente fruto de generalizações simplistas e não necessariamente ordenadas, de opiniões que podem não ser de todos mas são minhas, relativamente às eleições de ontem e outras que tantas.
A comunicação social é, não o 1º poder, mas a melhor arma para o manter ou obter. É cada vez mais a comunicação social que ganha eleições.
Cada vez mais se prova que, em eleições, contra mitos e preconceitos não há argumentos.
As pessoas votam com o coração e não com a razão.
Será importante analisar se as sondagens reflectem a realidade, ou se a realidade reflecte as sondagens, e seria importante perceber até que ponto é necessária, ou mesmo suportável, a divulgação pública das mesmas.
Em campanha deve-se dizer o menos possÃvel sobre coisas concretas, falar por chavões que entrem no ouvido, dar-se ares de arrogante ou mesmo petulante e criar a imagem de que se é uma espécie de enviado do qual os outros necessitam. O português gosta dessa imagem, gosta das "excelências" e gosta da bajulação à s ditas.
O português gosta também da imagem do coitadinho, na polÃtica também há "Zé Marias" e para os portugueses, os partidos são os "Marcos" que agridem os "Zé Marias".
O povo é soberano.
Mas esqueceu-se já do valor da liberdade e da democracia. Esses valores que implicam a aceitação e o cumprimento de regras estão cada vez mais em causa. E a pior ditadura é aquela da qual não nos apercebemos.
Felizes os que desconhecem da sua condição de escravos obedientes.
Cada vez mais assistimos a fenómenos de culto da personalidade, e cada vez mais se perde a importância do colectivo.
As pessoas gostam de se rever nesta ou naquela individualidade, por processos de transmutação de personalidade ou de dessapessoamento esquecem-se do valor de si mesmos, e do valor da sua individualidade, e da contribuição que podem e devem dar para o sucesso do colectivo que será também o seu.
Ainda assim, sempre foram minorias que conduziram maiorias.
O pessimismo e o negativismo são cada vez mais um culto.
Em Portugal não se discute.
Está-se a favor, ou está-se contra. Ponto.
Mesmo assim, a maioria não se apercebe se está contra ou a favor. Esperou, sem que disso se apercebesse, que alguém lhe dissesse.
Em Portugal, a direita é militante, a esquerda é discordante.
Ou, existe um maior sentimento de "defesa dos seus" nos partidários da direita, ao contrário da esquerda onde reina um culpabilizar e um contrariar permanente e talvez excessivo.
Existe uma enorme crise de valores que é há muito tempo óbvia.
Mas também de ideologias e de causas.
A imagem decadente e pouco convincente da polÃtica poderá ser o reflexo duma sociedade em crise, e de valores e responsabilidades democráticas muito abaladas. Os portugueses não sentem causas pelas quais lutar, além das ufanas necessidades do "eu".
Naturalmente, uma sociedade de ditadura subliminar cria mecanismos de atrofiação e de contÃnuas novas necessidades, que na realidade apenas distraem do que é importante.
Pão e circo.
Ainda assim, os portugueses gostam da ideia romanesca da luta de causas, e por isso aprovam quem lhes agite essa bandeira, mesmo que esta em verdade nada represente, a não ser o sonho dessa dita luta.
Afinal, os heróis que "lutam contra o sistema", são também eles criação do próprio sistema que deles necessita, como equilÃbrio contrário e agitação suficiente que esconda a banalidade evidente das vivências dos indÃviduos na sua globalidade.
Nada de novo afinal, já o vimos no Matrix.
Enfim, daqui a nada começa um novo ciclo, e vivemos isto tudo outra vez... ou não.
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