sexta-feira, julho 29, 2005

Ora portanto, cá estou.

E claro, cada regresso a Tomar, ainda que após alguns dias apenas, é como a caixa de bombons do Tom Hanks no Forrest Gump - nunca sabemos o que vamos encontrar.
Precisei de um dia para mais ou menos perceber o que desde sexta-feira tinha mudado, e ainda não percebi bem se mudou muita coisa, ou se na realidade está tudo na mesma.

A primeira reacção foi de imensa felicidade ao ver que a 8ª maravilha do mundo, a linda rotunda cibernética, já funciona outra vez. E fico contente porque enquanto o resto do país se queixa com falta de água, é ver ali aguinha da rede a jorrar sem parar. Tomar é afinal um concelho rico.

Fiquei igualmente feliz ao saber que já foram cerca de três mil os idosos a participar este ano nas viagens promovidas pelas juntas de freguesia. Nada como usar bem os dinheiros públicos.

Depois, o Bloco já tem manifesto, e admiro-me ao ver uma referência à minha pessoa no seu manisfesto autárquico. Começo a sentir-me importante, e contente por ver que o Bloco tem os seus objectivos bem definidos.

O PSD já tem mais nomes para mostrar, mas só isso. Tenho pena de nada mais ter para dizer sobre o partido do poder em Tomar, mas pronto, é só isso.

Fiquei também estupefacto com os nomes de algumas pessoas de algumas listas já anunciadas ou por anunciar. A coerência e a coragem são dois dos atributos que mais aprecio. Só não sei bem como definir cobardia disfarçada de coragem.

E claro, abriu definitivamente a corrida dos iluminados sebastiões nabantinos, prova do muito que já disse, e do muito mais que não disse, mas que também não digo agora.
Falta só saber se os sebastiões ficam, ou se como de costume, se esfumam no nevoeiro.
De publicidade gratuita, e outros interesses maiores, sempre se viram muitos à procura, mas há limites para tudo.

Seja como for, o estar longe ajuda a ver mais acima, e algumas reflexões são importantes.
Por exemplo: os portugueses, e os tomarenses muito em particular, gostam de ditadores, gostam de ser conduzidos, gostam de criticar mas preferem quem faça o trabalho por eles.
Os portugueses, e os tomarenses muito em particular, cultivam a aparência, gostam da fachada, gostam da ilusão, adoram um bom romance, adoram o mito e a lenda, em especial quando eles se personificam em alguém. E depois somos uma terra de salvadores em busca da sua própria salvação, e de iluminados da lâmpada fundida, nem tanto por culpa dos próprios, mas de aqueles que por ingenuidade ou adoração, ou por interesses menos claros, os elevam a essa condição.

É certo, a complexidade é uma característica do ser humano. E depois há os portugueses. E depois há os nabantinos.

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