quinta-feira, dezembro 09, 2004

O carácter dos tristes e esquecidos

Há uma frase de Winston Churchil que diz mais ou menos que "os adversários estão lá fora, mas os inimigos estão no meu partido". Cada vez mais concordo com ele.

Felizmente, e ainda que como o mesmo Churchil diz, "já a mentira deu uma volta ao mundo ainda a verdade se está a vestir", certo é que, normalmente, mais tarde ou mais cedo ela aparece.
E já que me deu para citações, tenho ainda que dizer esta: "É possível enganar alguma gente durante algum tempo, mas é impossível enganar toda a gente durante todo o tempo".
E em algumas pessoas, o mau carácter de tão forte e evidente, tem cheiro, gosto, tacto, e vê-se à distância.
Mas ainda bem que existem, porque são esses que em primeiro lugar me fazem esforçar para ser diferente deles, e depois, reconhecer e agradecer a existência de outros que não esses.

Gosto de me surpreender, acho que se na vida não houvesse surpresas, se tudo fosse sabido, conhecido, explicado, pouca graça teria viver. E as maiores caixinhas de surpresas são as pessoas.
Infelizmente, no equilíbrio de forças entre as boas e as más surpresas, há alguma tendência para as últimas ganharem em quantidade. Felizmente porém, por entre a podridão dominante, sempre vai germinando aqui e ali espécimenes de grande nobreza. Como uma pequena flor solitária num deserto, são a esses que damos valor e são esses que lembraremos, e ainda bem.
Tal como muitas negativas surpresas me vão acontecendo, outras há que de boas e inesperadas ainda me fazem comover. E espero comover-me ainda por muito tempo.
Até porque nestes mundanos jogos sociais que o ser humano faz, tantas vezes inúteis jogos de poder, baseados na intriga, na mentira, na inveja, no cinismo e na mesquinhez, na ambição desmedida, e tudo o que de fútil sucede nesta cada vez mais sociedade do acessório e da imagem, é preciso não esquecer as tão "simples" palavras da raposa ao ingénuo e por isso puro principezinho: "o essencial, é invisí­vel para os olhos".

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