Toda a comunicação social, nacional
ou mundial, atravessa profundas mudanças provocadas pelas
circunstâncias da crise que se reflete na redução do consumo e
mais na quebra dos anunciantes (que verdadeiramente são quem paga os
custos das publicações), além disso dispersos por um maior número
de suportes informativos.
Esses novos suportes tecnológicos e a
rapidez que estes imprimem à transmissão de informação, atraem
todos os dias novos utilizadores que os consomem ainda em simultâneo
e num crescendo gradual, em exclusivo.
Ainda assim a imprensa local tenderá,
na perspetiva do leitor, a resistir um pouco mais à supremacia da
internet, uma vez que boa parte dos leitores terá uma idade mais
avançada, alguma aversão às novas tecnologias, e um apego maior ao
suporte em papel.
Mas a evolução está a acontecer. Eu,
que já não sou assim tão jovem, sou diário frequentador da
comunicação social online, e apesar de continuar a ler a versão
impressa dos dois jornais locais, faço-o, confesso, quase apenas por
uma auto submetida obrigação de cidadania de quem quer estar
informado e a par do que acontece e é dito.
Obrigada pela voraz evolução dos
tempos, a imprensa terá que saber conjugar muito bem a sua atividade
com os suportes de internet que serão cada vez mais o canal
principal, e adequar aquilo que relega para o papel.
O papel tem apesar de tudo um outro,
charme, chamemos-lhe assim. Como o livro, o ato de folhear e ler um
jornal parece-nos mais afetuoso, desde que seja objeto interessante
nos seus mais diversos aspetos.
Como é coloquialmente costume
dizer-se, os olhos também comem, e por isso o primeiro aspeto é o
da imagem. O design do jornal e tudo o que isso envolve, do layout às
imagens, do tipo de letra à organização dos conteúdos, deve ser
apelativo e bem cuidado. Um mau exemplo entre outros, é aquela
tentação que os jornais locais têm por vezes de, pela limitação
do espaço e do custo de impressão, “atafulhar” conteúdos.
Sobre o conteúdo propriamente dito não
é preciso quanto a mim inventar muito, apenas apostar bem nas
fórmulas conhecidas: sempre centrado nas questões locais, algumas
notícias da atualidade; uma secção de notícias breves, pouco mais
que o elencar de alguns assuntos ocorridos; uma ou outra reportagem
mais desenvolvida; um conjunto de cronistas regulares que escrevam
bem e sobre assuntos que os leitores desejem, criando fidelização;
e, não menos importante, ter uma boa e inteligente secção
humorística que verse sobre a atualidade.
E no fim, talvez o mais difícil, com
um jornal atrativo, convencer os anunciantes de que a publicidade
(que deve obedecer às mesmas regras de atratividade) compensa
trazendo retorno.
De algo não tenho dúvidas, uma
imprensa local proeminente continua a ser necessária para a
identidade e consciência crítica de uma comunidade, e instrumento
para avaliar do seu maior ou menor dinamismo.
Pelo 78º aniversário do Cidade de
Tomar, os merecidos votos de Parabéns e os maiores desejos de bom e
enérgico trabalho para enfrentar as dificuldades presentes. O Cidade
de Tomar faz parte da história da comunidade nabantina e continua a
ser nela importante.
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