artigo publicado no jornal O Templário de 20 de dezembro.Em 1997, quando o PSD chegou ao poder municipal, fizeram-no prometendo rumo certo. E o “rumo” foi sempre o slogan da era Paiva. E o rumo é o que se tem visto, em frente e sem hesitar rumo ao abismo.
Em 2009, garantiram que “Tomar não pode parar”, e de facto não parou. Continuou a piorar.
Quando este mandato se iniciou todos sabiam que Corvêlo sairia a meio e deixaria Carrão no seu lugar. Mentiram descaradamente negando sempre essa evidência.
Nas últimas legislativas, andaram a dizer aos nabantinos para votar PSD, porque Relvas ia para o governo ajudar Tomar. Tomar foi dos primeiros locais a ter cortes no hospital, e hoje até tem uma “nova” autoestrada com portagens para a qual até o provedor de justiça recomenda os cidadão a recorrer aos tribunais…
E agora, depois de tudo, como se fosse a coisa mais normal do mundo, temos o ainda Presidente da Assembleia Municipal a dizer que nas próximas eleições vota em Lisboa. Eu chamo a isso fazer chacota dos tomarenses.
Vão agora contrair um empréstimo, mais um, mas este ilegal porque não foi aprovado dentro das normas na Assembleia Municipal. Curiosamente, por exemplo, na mesma semana em que aprovaram em Câmara, manter as despesas de representação aos dirigentes da autarquia, num valor a rondar os 50000€ anuais.
Apesar das ilegalidades e irresponsabilidades, montaram o circo a ponto de vir o Secretário de Estado da Administração Local a Tomar ajudar a gozar com a democracia, os eleitos na oposição que votaram legal, responsável e conscientemente, e com todos os tomarenses que não concordam com a atuação vergonhosa do PSD e de Carlos Carrão nesta matéria.
Mentiram e continuam a mentir, com o falso argumento de que sem aquele empréstimo não conseguem pagar as dívidas aos fornecedores locais. Não é verdade, e vamos ver durante 2013, como de repente vai começar a haver dinheiro para fazer algumas obras. Pudera! As eleições são em outubro…
Isto é apenas uma gota de todo o rio de pantominices que quem tem gerido o município nos tem brindado.
O PSD é culpado? Sim. Mas é o principal culpado? Não. Como dizia um presidente de junta desse partido numa das últimas assembleias, “os culpados são os tomarenses que votaram em nós”.
Tomar, terra conservadora e ostentadora de emblemas cada vez mais ocos, parece gostar de estar como está, cada vez mais vazia, parada, triste, envelhecida. E gozada à descarada por quem tem mais responsabilidade.
E serão os nabantinos muito diferentes dos outros portugueses? Talvez não. Os portugueses reclamam da justiça e dos políticos, e usam aqueles chavões de que “são todos iguais”, “querem todos tacho”, “só lá estão para se encher” e “ninguém é condenado”. Mas quando a justiça atua e condena, os cidadãos acabam por a desacreditar e agir contra ela.
Há vários concelhos deste país onde autarcas foram condenados em tribunal e ainda assim novamente eleitos pelos cidadãos. Muitos outros onde, apesar de serem difíceis de provar há suspeitas demasiado evidentes, e onde apesar disso os cidadãos elegem repetidamente quem não os respeita e abusa da sua confiança para interesses menos legítimos.
Há depois outros concelhos, menos, onde podem até não existir autarcas deliberada e objetivamente a proteger interesses particulares, mas onde claramente o interesse coletivo também não é acautelado, onde a gestão é danosa e onde os efeitos da errada administração do município prejudicam irremediavelmente o presente e o progresso da comunidade.
Tomar está, pelo menos, neste grupo. Os efeitos da gestão da última década e meia são evidentes. Tomar está pior em todos os números, em todos os índices das estatísticas.
E isso qualquer um consegue observar. Na economia, com destaque na indústria e comércio; no galopante desemprego; nos jovens e menos jovens que fogem do concelho; na desorganizada, desadequada, alienada gestão dos serviços municipais – entre tantos mais setores. Nas obras inúteis, na dívida, na falta de estratégia para o concelho.
Há apesar disso quem não reconheça o que passa com Tomar. Há até quem objetivamente goste do estado em que isto está.
A realidade é como é, a opinião pública é como é. Aliás, se não fosse, Tomar seria seguramente muito diferente, que isto é fácil culpar os políticos, mas estes são apenas a escolha e o espelho das comunidades a que pertencem. E em Tomar têm sido escolhidos sempre os mesmos.
Será porque isto deve estar bem assim. A mim e a outros resta-nos dizer que, não, parece-me que isto não está bem assim.
E assim, política à parte, aproveito para desejar um Natal repleto de Amizade e Solidariedade, e um 2013 que, mesmo difícil, seja cheio de Esperança e energias renovadoras. Um ano para fazer a Mudança.
1 comentário:
Isto é mesmo uma pantominice pegada, estou de acordo!
http://pantominocracia.blogspot.pt/
Um espaço de opinião que nos leva da Democracia à Pantominocracia
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