sexta-feira, dezembro 14, 2012

Arrependimento

Por onde andas agora?
Clamo a tua presença
na ilusão de que me queiras ainda, talvez...
na minha amargura acredita
se que me pesam os passos te disser
ao pensar na figura tua...
o vento forte fustiga as árvores
de sólidos troncos e frágeis ramos de verde
dançam a valsa que nos embalou
e o beijo último que por dar ficou
perdido anda na folhagem.
Pequenas, brancas, fofas nuvens
leves e calmas navegando
entre cinzentas outras aglutinantes
nostálgico, clamo a tua presença
quando me fervilha o pensamento
e me devora dentro
deste corpo estático, um fogo insaciado
ardendo nos que, me não foram permitidos
ou que atempadamente não desejei
segredos de teu corpo.
Os meus medos crescem alto, acima
das nuvens que passam ao julgar-te
nos braços de outro
e atormentado por essas imagens
o dia escurece nostálgico e frio,
uma ave no firmamento voa só.
E no rio correndo cheio para a foz, a tua imagem...
- Como pequenas folhas compõem todo este barulho
ao serem lavadas pelo vento!?
Onde estarás? Pensarás em mim? Se eu te dissesse...
talvez pudesse... talvez não
talvez o turvamento do rio me engane
e tudo é como aquele rio, temo
cuja água ainda que suja não voltará a ser a mesma
e um grande amor é grande apenas
enquanto não forem apenas pó
as águas puras que o banham.

Lá do fundo do baú das memórias, porque é quase fim de semana, quase fim de ano, e quase fim do mundo... :)

1 comentário:

Anónimo disse...

Lindo!!!