Da CMT, os três PSD a cujas "ideias" se juntou José Vitorino. foto Cidade de Tomar |
Já ninguém, há muito, espera nada de bom da atual Câmara de Tomar, e aquilo que todos podemos fazer, é tentar diminuir os estragos que ainda possam tentar neste ano que falta até às próximas eleições.
Essa é a principal razão porque toda a oposição votou contra o novo empréstimo que a CMT queria fazer que servia, não para "apoiar a economia local" como tentou o presidente Carlos Carrão convencer, conseguindo-o apenas com os dos do seu partido. E este foi um daqueles momentos em se deixaram mesmo convencer que era verdade, tal a ferocidade que estavam a defender aquilo.
Entre tantos outros dislates, o presidente de junta da freguesia de Santa Maria dos Olivais, relevando uma falta de espírito democrático habitual naquelas hostes, até teve a distinta lata de dizer que quem votasse contra, ou seja, quem tem uma opinião contrária àquela que lhe disseram para ter, "devia ser preso"!
(Respondi-lhe lá, escuso-me de o fazer aqui)
Um empréstimo que empenhava (mais) o município para os próximos 14 anos, e não apenas o município mas também os munícipes com o aumento de uma série de taxas no caso de incumprimento. Um empréstimo (que poderia chegar ao máximo de 3,6 milhões de euros) que servia para pagar dívidas que se resolvem com melhores opções de gestão e com os cerca de 2 milhões de euros que o estado central deve. Um empréstimo que servia, palavras do presidente, para "aliviar a câmara para outras despesas".
Pois, esse é que é o problema, nós estamos bem habituados ao tipo de "despesas" que a gestão municipal em Tomar tem feito, e "aliviar" a câmara para fazer despesas neste ano que fiquem depois todos a pagar, não seria responsável.
Quem o defende, ou não estudou bem os dossiês (o que é hábito), ou então tem interesse noutra coisa qualquer que não os interesses coletivos de Tomar. Há, realmente, "quem não se enxergue"...
É uma câmara, desde o início do mandato, desorganizada, sem planeamento, sem estratégia, sem capacidade para ouvir sugestões, totalmente avessos e reagindo mal às críticas, sem visão do que quer que seja, sem capacidade política. A tal cambada.
A capacidade política por exemplo, que obrigaria um presidente de câmara sem maioria (ou mesmo que a tivesse) que sabe que precisa da Assembleia para aprovar alguma coisa que entende importante, a reunir previamente, a dialogar, a explicar, a flexibilizar, a encontrar pontos comuns - como eu e outros há muito alertamos, mas que este ou o anterior presidente nunca quiseram, nem sabem fazer.
Nunca quiseram, naturalmente, também se percebe, porque desde início acharam ter o PS no bolso. O anterior presidente já próximo do seu fim político, chegou a dizer-mo em confidência. Já deviam ter percebido, o PS e os socialistas nabantinos não se vendem. Se alguém o faz, fá-lo a expensas próprias...
O Presidente de Câmara só reúne com a bancada do seu partido - e engana-os! Isso tem sido notório em muitos momentos, foi-o na sexta feira passada por exemplo em relação à questão do pagamento dos suplementos de salário aos dirigentes da autarquia, em que o PSD fez a defesa da questão com base em argumentos errados e foi apanhado na curva (dois elementos do PSD até saíram para não votar a coisa), e ontem foi evidente em ambos os pontos, quer na questão do PAEL, quer na questão da extinção das freguesias onde nem sabiam bem o que estavam a votar. Bom, mas isso é problema que é mesmo do PSD, andam assim há 15 anos, e se continuam bem assim, deixem-se estar...
O que apesar de tudo me faz alguma confusão é como é que pessoas que têm sido enganadas, ao votar ano após ano, assuntos que se vêm depois revelar errados, más opções, ou mesmo apenas ridículos, continuem a acreditar no pai natal, que é o mesmo que dizer, entre outros já fugidos, na pessoa que agora em funções de presidente, está há 15 anos em funções políticas na câmara, tendo, por exemplo, tido sempre a responsabilidade pelas finanças na autarquia - e em que bom estado elas estão!
E depois têm o desplante de ainda dizer que a culpa é da oposição! Quando estes senhores governaram 12 anos em maioria absoluta onde fizeram tudo o que quiseram, estragaram o que quiseram, fizeram as negociatas que entenderam, e chegados a este mandato, com Tomar no buraco, sem capacidade para fazer coisa nenhuma, sem querer ouvir ninguém, convencidos que isto ainda se fazia condicionando este ou aquele a algum interesse menos claro, com toda a sua credibilidade destruída, ainda são capazes de dizer que a coisa está a ir bem! Aprenderam com o Governo, lá está: a malta saltou do avião e o paraquedas não abriu... mas até ao último metro antes do chão está tudo ótimo!
Sobre o PSD, e deixando de lado a defesa ternurenta, quase apaixonada, da ação política de Miguel Relvas, há mais pormenores interessantes que, seriam uma delícia se alguém ligasse a mínima a isto. Como por exemplo, aquela de Carlos Carrão (que reage muito mal às críticas, mas devia saber que quem anda à chuva molha-se), que consegue dizer com aquele ar grave e sério, sem o esboço mínimo de um sorriso de consciência pesada: "aqui na câmara nunca foi gasto dinheiro em campanhas"!
Enfim, é o que temos, lata não falta aos mais responsáveis, e como disse ontem em off um presidente de junta do PSD às outras bancadas: "os tomarenses é que têm a culpa, votaram em nós"!
1 comentário:
"aqui na câmara nunca foi gasto dinheiro em campanhas"!Só uma CARRAda de cegos não consegue alcançar...Tenho acompanhado à distancia 'este tema'(s) e custa ver tão obsuletamaneira de governar uma autarquia. Deviam ter ética e alguma vergonha.
A triste 'estória' com Mrelvas é simplesmente triste...tout court!
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