segunda-feira, setembro 03, 2012

setembro

eu sei que a imagem parece não ter nada a ver mas,
acreditem, tem... 
Em boa parte do mundo ocidental as coisas estão organizadas para pararem durante a silly season, particularmente agosto. Por isso setembro é o mês do reçomeço, o verdadeiro início do novo ano.

O meu ano recomeça amanhã em Lisboa que dez anos depois, volta a ser duplamente local de trabalho e residência. (entre 2007 e 2009 lecionei em Lisboa, mas fazia o percurso diariamente).
Para Tomar ficam os fins de semana.
Bom, há uns anos que não tinha tanto tempo de férias seguidas (e há muito mais esta sensação, irreal mas forte, de não fazer nada), ainda por cima de verão que não é de todo a minha época favorita do ano, e por isso uma coisa é certa... Finalmente é setembro, estou farto de férias!

Entretanto, o país liga as máquinas para a realidade. Os números desastrosos da governação austera e sem estratégia estão aí, com a troika a dizer que a culpa é do Governo, mas a malta anda toda distraída com a RTP, com as entradas e saídas dos jogadores dos três grandes (e do Sporting também :), e com as novelas da SIC e da TVI.

Na saúde e na educação há cada vez mais para "uns" e para "outros", e o incentivo a procurar no privado. No particular da educação que me toca profissionalmente, não só temos a baixa partidarite a entrar dissimulada na gestão das escolas como nunca se viu neste país democrático, como um ministro que chama fantasia ao maior despedimento coletivo que este país já conheceu, e é o responsável por uma reorganização curricular praticamente sem qualquer ponto positivo cujo único fundamento é o cego economicismo.
É que nem tentem comparar com a governação anterior. Lembram-se que PSD e CDS votaram pouco tempo antes de serem governo, contra a reorganização curricular que assim impediram, agregações de escolas e afins, e estão agora a fazer muito pior que o governo socialista propunha?

Bom, e com a gana de acabar com a administração pública, despedir toda a gente e vender tudo, que é em rigor a única estratégia que se conhece a este Governo (além de empobrecer o país e "convidar" à saída de parte da população), porque não "concessionar" também as forças armadas, os tribunais... Afinal de contas, o Governo da República também já está concessionado aos amigos do sr. Relvas e do Sr. Borges!
E o Sócrates é que era mau!...

E o CDS, lembram-se do partido do sr. Portas? Antigamente, além de gostar de submarinos, também gostava muito de professores, de agricultores, de enfermeiros, de polícias... e agora ninguém o vê a não ser para dizer que ficou amuado por o Borges saber mais que ele dos planos de Relvas para a RTP, sabendo bem que esse é assunto para o qual os portugueses estão tão preocupados como com quase tudo o resto que não lhes toque com força no umbigo - é vê-los por aí em todo o lado a encolher os ombros em expressão de fúria!...
Vá, siga a festa que o povo quer é pão e circo. O problema é quando começa a faltar o pão.
Se bem que, para este Governo a falta pão será encarada como aspeto positivo, a malta emagrece o que só traz vantagens, desde logo na diminuição de despesas em roupa e saúde!...

Eu sei que estou a passar ao lado dos incêndios que desde ontem lavram em Tomar (e também Ourém), mas sobre isso apetece-me dizer apenas que acho muito estranho a forma como começam estes "pequenos" incêndios com várias frentes.
Um grande bem haja aos bombeiros e outros elementos de proteção civil, e uma reprimenda a muitos daqueles que os criticam, mas que se esquecem que tinham um papel que não cumpriram na prevenção - governantes incluídos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Hugo boa noite.

Tenho pena que as aulas sejam em Lisboa. Assim Tomar perde alguém que só regressa aos fins-de-semana. Por outro Tomar ganha um olhar de alguém que é tomarense e que vê com olhos de turista, de deslocado, sei lá. Mas será um modo de olhar terrífico dado que a realidade vista assim choca ainda mais. Pelo menos a mim choca-me. Mas enfim, os tomarenses têm o que merecem...pelo menos alguns.

Um abraço e um bom ano escolar. Ernesto Jana

HC disse...

Caro prof. Jana,

Obrigado pelas palavras.
Eu sempre tentei ver Tomar com diferentes olhos, entre mais, também para tentar perceber precisamente porque é que os tomarenses, ou boa parte deles, gosta de ser masoquista, gosta de ver a sua cidade e o seu concelho a definhar - é que só podem gostar, porque apesar de tudo o que acontece, nada fazem para o alterar e mesmo no mais simples gesto da democracia, o voto, continuam a fazer as mesmas escolhas. Por isso, porventura, boa parte tem mesmo o que merece.

Grande abraço.