segunda-feira, setembro 10, 2012

retratamento


Em outubro de 2010, escrevi um pequeno post intitulado penacho onde de forma ligeira, reconheço, comentei algo que na altura me pareceu estranho: o facto de uma escola do 1º ciclo desenvolver um trabalho pedagógico em torno de Saramago que (além de ser um dos meus autores favoritos) é autor cujos livros não são de "leitura fácil", e que escreveu apenas uma obra dedicada ao público infanto-juvenil: A maior flor do mundo.

Acabei por fazer nesse post uma das coisas que mais critico: uma apreciação apressada, ligeira, injusta.
Penitencio-me por isso e peço desculpa aos colegas dessa escola a quem, assim me disseram algum tempo depois, esse meu comentário compreensivelmente não agradou.

O colega Carlos Trincão, coordenador da EB1/JI Templários, a quem agradeço, teve a gentileza de me oferecer recentemente Uma flor para Saramago, o resultado do trabalho meritoso da escola em torno desse livro e que prova que eu fui injusto nessa apreciação impetuosa.

Aos colegas da EB1/JI Templários e todos os outros, votos de um profícuo novo ano letivo.
Aos milhares de docentes do quadro com horário zero para quem as direções escolares andam a "inventar" trabalho, fruto do aumento do número de alunos por turma e da (des)organização curricular economicista; aos milhares de docentes que não obtiveram contrato (ambas as situações apelidadas insistentemente pelo sr ministro de fantasias), particularmente aos da minha decepada disciplina onde nem UM em todo o país foi contratado, a minha solidariedade e um voto de esperança: mais tarde ou mais cedo quem desgoverna há-de abrir os olhos e perceber, a bem ou a mal, que um país que quer ter futuro não pode brincar com a educação.

e agora vou para Lisboa, que tenho reunião geral de docentes daqui a pouco....

Sem comentários: