sexta-feira, abril 20, 2012

A nomenclatura das ideias

A minha crónica do passado dia 11 de Abril, com o título em epígrafe, na rádio Hertz:

«De quando em vez é preciso, mesmo a quem sendo político esteja na oposição, ou a quem se limite a comentar ou opinar sobre algo, apontar algo de positivo, algo bem feito, algo bom.
É claro que, em Tomar e em relação ao que ao município ou mais em particular ainda, à câmara municipal se refere, é difícil. É mesmo muito difícil apontar algo bem feito pela nossa câmara municipal nos últimos largos anos.
Bom mas, nem sempre nem nunca, esta semana aconteceu. Foi esta segunda-feira inaugurado o Centro de Apoio à Família nas instalações da antiga cooperativa Nabância, que são agora propriedade do município, mediante um conjunto de parcerias desenvolvidas no Conselho Local de Ação Social, no âmbito da Rede Social concelhia.
Este Centro de Apoio à Família, constituído ao abrigo de normas e dispositivos instituídos pela segurança social nacional, vem demonstrar o acerto das políticas sociais de nova geração, imprimidas e implementadas pelo anterior governo socialista, numa perspectiva de partilha de saberes e recursos entre as instituições e as pessoas, e a que cada vez mais os municípios terão de saber dar resposta e prioridade, em detrimento da política do betão.
Em Tomar fazem para já parte deste projecto o CIRE, o Lar de São Mateus, o Centro de Assistência Social de Tomar bem como a generalidade dos centros sociais disseminados pelo concelho: Serra, Asseiceira, Venda Nova, Além da Ribeira, Olalhas, Paço da Comenda, São Pedro e Paialvo. E outras instituições podem e devem vir a juntar-se.
Deve, aqui, fazer-se um parêntesis para elogiar quem merece, dizendo que antes da iniciativa municipal, já o núcleo de Tomar da Cruz Vermelha havia avançado com a criação de uma Loja Social situada na rua de São João.
E este Centro de Apoio à Família não é nada mais que isso mesmo, uma Loja Social aqui assente sobre uma rede concelhia de instituições diversas, criando um só local, uma espécie de balcão único para assuntos sociais onde os cidadãos se podem dirigir. A mesma loja social de iniciativa municipal que há mais de quatro anos o PS anda a propor, o mesmo projeto que constou no programa eleitoral autárquico de 2009 do PS, o mesmo que o PS conseguiu obrigar o PSD a colocar em orçamento municipal já para 2011 mas que até agora sempre havia sido recusado.
E isso deve ser lembrado. O presidente de câmara disse mesmo na inauguração deste espaço tratar-se de um momento histórico, mas a verdade é que há mais de quatro anos que se recusavam a concretizar algo que não só não representa nenhum esforço financeiro da autarquia, apenas necessitava de vontade em trabalhar, e que representa sim um importante serviço aos cidadãos mais carenciados.
Tarde é o que nunca chega, e é verdade que é melhor agora que nunca, mas deve dizer-se que há muito podia estar feito. Aliás, neste entretanto muitos outros concelhos avançaram com esta ideia, e só por isso mesmo a câmara de Tomar acabou por avançar também. Em Tomar anda-se sempre atrás do prejuízo. Lembremos que Tomar foi o penúltimo, repito, o penúltimo concelho do país a implementar a sua Rede Social, e apenas porque foi obrigado pelo governo. E isso de Tomar ser o último dos últimos, infelizmente, tem-se tornado hábito em quase todas as matérias.
Tal como o hábito já implementado de, por mais tempo e persistência que o PSD em Tomar vá recusando as propostas do maior partido da oposição, o partido da alternativa, mais tarde ou mais cedo acaba por ter que dar razão e implementar essas medidas e essas ideias, mesmo que, como agora, não reconheça nem a paternidade da ideia nem, e principalmente, o tempo perdido.
Neste caso foram apenas quatro anos. Há vários outros temas em Tomar onde o tempo perdido é bem maior, e muitos há onde ainda se anda a perder tempo, incapaz que é esta câmara em tomar decisões, muito menos ainda, decisões acertadas.»

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