foto rádio Hertz |
Ao meu anterior adversário em tempos de jota, e também de debates radiofónicos, os sinceros parabéns!
Claro que, uma coisa são os votos pessoais, outros são os políticos. Em relação a esses, deixo a minha crónica da passada quarta na rádio Hertz:
«Esta próxima sexta dia 16 haverá eleições para a liderança do PSD em Tomar. Eu não tenho por hábito falar da vida interna de partidos que não o meu, mas esta não é apenas uma questão interna do PSD.
Não só porque o PSD é o partido que desde 1997, há 15 anos gere os destinos do concelho, como um dos dois candidatos à liderança é Carlos Carrão, o atual presidente de câmara e o auto anunciado candidato às eleições autárquicas do próximo ano.
Não é novidade, já em 2009 Carlos Carrão anunciara que seria candidato nas eleições desse ano quer o PSD o escolhesse quer não. O PSD escolheu o já afastado Corvêlo de Sousa, mas Carrão recuou e aceitou ser o segundo, especulando-se desde aí que, com um acordo prévio para que Corvêlo saísse a meio do mandato, como veio a acontecer.
E agora, se o PSD não escolher Carrão, manterá ele a intenção de ser candidato mesmo que numa lista independente ou voltará a aceitar um lugar secundário?
Aconteça como acontecer, passe o líder a ser Carlos Carrão, mas mais ainda se for João Tenreiro, o PSD terá sempre a intenção, como já vem acontecendo nos últimos tempos, de dizer que este é outro PSD, que não tem nada a ver com os protagonistas e as opções por estes tomadas ao longo destes 15 anos, opções erradas e muito lesivas para Tomar e para os tomarenses como se vem demonstrando e, tanto, que há ainda a revelar!
Isso é o que tem de ser contrariado, ninguém se pode deixar levar por tal falacioso discurso. Os partidos são entidades coletivas, e é o coletivo responsável pela escolha dos protagonistas e das acções que tomam, o coletivo é o responsável pelas ideias e pelos projetos, e o PSD tem de ser responsabilizado não apenas pelo passado nestes 15 anos, mas também por aquilo que representa de dificuldades no presente e que continuará a ter implicações por muitos anos no concelho nabantino.
A elevada dívida do município, as obras dispendiosas e inúteis, os investidores mal tratados e afugentados, os jovens que deixaram o concelho, as, tantas, oportunidades perdidas. Mais que qualquer responsável individual há um responsável colectivo por tudo isso a quem não podemos permitir que tente passar uma borracha pela memória da nossa comunidade: o grande responsável pelo estado a chegámos é o PSD.
Além disso, aconteça o que acontecer à liderança do PSD nabantino na próxima sexta, estas são as mesmas pessoas, estas são as mesmas opções que escolheram António Paiva, os mesmos que acompanharam e permitiram todas as fantasias, as teimosias, todas as faltas de lógica, de bom senso, de razoabilidade daquele que se veio a tornar, na minha opinião, o pior e mais lesivo presidente de câmara que as margens do nabão já conheceram depois do 25 de Abril.
Os seus sucessores Corvêlo e Carrão, seus anteriores vereadores e como tal seus primeiros conluiados, representam apenas a continuidade da mesma lógica, acrescida somente da decadência de ideias e falta de visão e audácia, próprias de um ciclo político que chegou ao seu fim.
E essa é precisamente a mesma condição dos que no PSD se afirmam agora a alternativa: apoiantes, defensores, muitos deles autarcas ao longo destes 15 anos, onde não apresentaram críticas, não discordaram, nada fizeram, antes pelo contrário, para alterar o rumo ruinoso, esse rumo que em campanhas sucessivas afirmaram que viria a ser o certo, mas que a realidade hoje demonstra e mais demonstrará, que era fantasioso porque completamente desfasado da realidade; que era errado porque baseado numa ideia elitista de cidade onde se priveligiaram os com mais e se mandaram os outros embora, particularmente os jovens; que era ruinoso porque 15 anos depois todos os dados – de número de habitantes, de empresas, de vitalismo do comércio, de desemprego, de qualidade de vida, da gestão e dívida do município – todos, todos pioraram.
Eu não sei nem me preocupa quem ganhará a liderança do PSD nabantino na próxima sexta, mas o reconhecimento destas evidências é o que eu gostaria de ouvir por parte do novo líder; um reconhecimento de todos os erros e daqueles que os cometeram; e depois, qual é o projeto, qual é a estratégia, que ideias novas diferentes do que andaram a fazer nestes 15 anos, têm afinal para Tomar?
Isso gostaria eu de ouvir, e eu bem sei que sou suspeito, mas do PSD em Tomar não acho ser possível esperar alguma coisa. Mas isto, sou eu… o que conta mesmo é o que pensa o coletivo comunitário que somos. O que pensam os já menos de 40000 eleitores tomarenses: vivem ainda na ilusão, ou já perceberam que é preciso mudar?»
Não só porque o PSD é o partido que desde 1997, há 15 anos gere os destinos do concelho, como um dos dois candidatos à liderança é Carlos Carrão, o atual presidente de câmara e o auto anunciado candidato às eleições autárquicas do próximo ano.
Não é novidade, já em 2009 Carlos Carrão anunciara que seria candidato nas eleições desse ano quer o PSD o escolhesse quer não. O PSD escolheu o já afastado Corvêlo de Sousa, mas Carrão recuou e aceitou ser o segundo, especulando-se desde aí que, com um acordo prévio para que Corvêlo saísse a meio do mandato, como veio a acontecer.
E agora, se o PSD não escolher Carrão, manterá ele a intenção de ser candidato mesmo que numa lista independente ou voltará a aceitar um lugar secundário?
Aconteça como acontecer, passe o líder a ser Carlos Carrão, mas mais ainda se for João Tenreiro, o PSD terá sempre a intenção, como já vem acontecendo nos últimos tempos, de dizer que este é outro PSD, que não tem nada a ver com os protagonistas e as opções por estes tomadas ao longo destes 15 anos, opções erradas e muito lesivas para Tomar e para os tomarenses como se vem demonstrando e, tanto, que há ainda a revelar!
Isso é o que tem de ser contrariado, ninguém se pode deixar levar por tal falacioso discurso. Os partidos são entidades coletivas, e é o coletivo responsável pela escolha dos protagonistas e das acções que tomam, o coletivo é o responsável pelas ideias e pelos projetos, e o PSD tem de ser responsabilizado não apenas pelo passado nestes 15 anos, mas também por aquilo que representa de dificuldades no presente e que continuará a ter implicações por muitos anos no concelho nabantino.
A elevada dívida do município, as obras dispendiosas e inúteis, os investidores mal tratados e afugentados, os jovens que deixaram o concelho, as, tantas, oportunidades perdidas. Mais que qualquer responsável individual há um responsável colectivo por tudo isso a quem não podemos permitir que tente passar uma borracha pela memória da nossa comunidade: o grande responsável pelo estado a chegámos é o PSD.
Além disso, aconteça o que acontecer à liderança do PSD nabantino na próxima sexta, estas são as mesmas pessoas, estas são as mesmas opções que escolheram António Paiva, os mesmos que acompanharam e permitiram todas as fantasias, as teimosias, todas as faltas de lógica, de bom senso, de razoabilidade daquele que se veio a tornar, na minha opinião, o pior e mais lesivo presidente de câmara que as margens do nabão já conheceram depois do 25 de Abril.
Os seus sucessores Corvêlo e Carrão, seus anteriores vereadores e como tal seus primeiros conluiados, representam apenas a continuidade da mesma lógica, acrescida somente da decadência de ideias e falta de visão e audácia, próprias de um ciclo político que chegou ao seu fim.
E essa é precisamente a mesma condição dos que no PSD se afirmam agora a alternativa: apoiantes, defensores, muitos deles autarcas ao longo destes 15 anos, onde não apresentaram críticas, não discordaram, nada fizeram, antes pelo contrário, para alterar o rumo ruinoso, esse rumo que em campanhas sucessivas afirmaram que viria a ser o certo, mas que a realidade hoje demonstra e mais demonstrará, que era fantasioso porque completamente desfasado da realidade; que era errado porque baseado numa ideia elitista de cidade onde se priveligiaram os com mais e se mandaram os outros embora, particularmente os jovens; que era ruinoso porque 15 anos depois todos os dados – de número de habitantes, de empresas, de vitalismo do comércio, de desemprego, de qualidade de vida, da gestão e dívida do município – todos, todos pioraram.
Eu não sei nem me preocupa quem ganhará a liderança do PSD nabantino na próxima sexta, mas o reconhecimento destas evidências é o que eu gostaria de ouvir por parte do novo líder; um reconhecimento de todos os erros e daqueles que os cometeram; e depois, qual é o projeto, qual é a estratégia, que ideias novas diferentes do que andaram a fazer nestes 15 anos, têm afinal para Tomar?
Isso gostaria eu de ouvir, e eu bem sei que sou suspeito, mas do PSD em Tomar não acho ser possível esperar alguma coisa. Mas isto, sou eu… o que conta mesmo é o que pensa o coletivo comunitário que somos. O que pensam os já menos de 40000 eleitores tomarenses: vivem ainda na ilusão, ou já perceberam que é preciso mudar?»
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