quarta-feira, janeiro 04, 2012

a longa e aguda crise nabantina

"Tomar: lojas fecham por causa da crise", informa O Templário.

A "Casa Martins" na Corredoura. (Foto d'O Templário)
Pois... pode até ser por causa da crise, mas em Tomar a crise tem barbas.
Há muitos anos que "a crise" se instalou por cá. Basta ver os números oficiais da evolução da última década nos índices de qualidade de vida, desemprego, eleitores, residentes, etecétera...
Opções erradas, teimosias, falta de visão e capacidade, e para boa parte das questões a simples falta de interesse e bom senso por parte dos responsáveis político/públicos, ditaram o estado em que estamos: ultrapassados por quase todos os concelhos da região, os mesmos para quem durante séculos fomos referência e líderes.

Claro que nestas matérias a responsabilidade é sempre mais vasta. Desde logo porque os tais responsáveis públicos não chegaram sozinhos a esses lugares e devem-no sim à ação, inação ou omissão de muitos.
Mas também com muitas responsabilidades próprias de muitos desses cidadãos individuais ou coletivos.

Os comerciantes então... ui!
Habituados durante décadas a que bastasse abrir a porta, a maioria não foi capaz de inovar, muito menos competir com a facilidade que agora qualquer cidadão tem de se deslocar, tanto a concelhos vizinhos como aos grandes centros ou à capital, e aí encontrar maior variedade, melhor oferta, melhores preços.
Falar daqueles tantos que, dos concelhos vizinhos, vinham a Tomar de propósito para as compras nem vale a pena porque isso é já apenas uma memória difusa, uma ideia quase absurda, pouco mais que uma lenda na qual os mais novos dificilmente podem acreditar.

Felizmente que, no que aos comerciantes diz respeito, vão finalmente aparecendo alguns bons exemplos, novas ideias, novas formas de trabalhar.
Mas falta o essencial, as questões estruturais, e essa responsabilidade compete ao município. Pensar no centro histórico e na própria cidade como um todo, e encontrar soluções globais que permitam "vender" a imagem coletiva e aglomerar todo o tecido comercial.

Mas numa terra que tem um mercado municipal a funcionar numa tenda, precisamente aquele instrumento que  na generalidade das cidades, particularmente as de inclinação turística, no país ou no estrangeiro, é o primeiro cartão de visita no que ao comércio se refere, dizer o quê mais?

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