sexta-feira, janeiro 20, 2012

inventem-se novos políticos

Entretanto, já que destaquei a reportagem antes referida n'O Templário, devo referir também no mesmo jornal a entrevista ao Nuno Ferreira, o novo líder da Juventude Socialista em Tomar.
As capacidades do Nuno, que são extensíveis a um alargado número de jovens a surgir na política em Tomar (oxalá não sucumbam à habitual desmotivação), é bem perceptível logo na capacidade de análise que fazem de si próprios e que está sintetizada na frase que serve de cabeçalho à entrevista "os jovens têm vasta oferta de interesses mas esquecem-se do activismo social".
Não podia estar mais de acordo, apesar de sentir que felizmente isso está aos poucos a mudar.

Há uns anos atrás Daniel Sampaio escreveu um livro chamado Inventem-se Novos Pais, onde me socorro para dar título a este texto. Nele, defende (resumido assim de forma muito ligeira) que a responsabilidade pela forma como os filhos "se tornam pessoas" é precisamente de como os seus pais lidam com eles.
Na política também é assim e infelizmente tenho visto muitos jovens políticos da minha geração (falo do país e não propriamente de Tomar, até porque quase não os há) a muito cedo copiar as piores caraterísticas dos mais velhos.

Ora, em Tomar, num curto espaço de tempo, tanto a Juventude Socialista (JS) como a Social Democrata (JSD) e a Popular (JP) tiveram processos eleitorais com a eleição de novos líderes e equipas, o que no caso desta última significa mesmo um renascimento.
(É verdade que na JSD algo há que me preocupa, essa coisa de um tão grande grupo de filhos de autarcas e ex-autarcas não costuma dar bons frutos, mas enfim, esperemos que sejam melhores que os seus progenitores).
Independentemente das ideologias de cada um, são bons sinais. Em vez da habitual ausência de discussão, importante é precisamente a capacidade de discussão das ideias contrárias e quantos mais forem a aparecer com projetos e com vontade de fazer algo, melhor.

É que isto é coisa de velho e custa muito a mim dizê-lo com os meus 34 mas é a verdade, se não forem os mais jovens a fazer qualquer coisa de novo, isto está mal e só vai piorar pelas margens do nabão.
Por mais que pensem que isto pior não pode ficar, PODE, e a larga maioria dos políticos nabantinos (quase todos em "atividade" há muitos anos) estão bons mesmo é para pantufas, fraldas geriátricas e chá de tília.
Mas cuidado, não abusem da tília porque o uso contínuo pode causar taquicardia e isso em certas idades...

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2 comentários:

Anónimo disse...

Pantufas já tenho, chá de tília também já tomo. Com a necessária moderação, já se vê. E em vez de...
Agora ando à procura de promoções das fraldas geriátricas. Se o Hugo souber de alguma, ou de algum subsídio para, a gerência agradece.

HC disse...

Não se preocupe prof. Rebelo, parece-me que no seu caso ainda não precisa.

O problema da geriatria política (e não só política) nabantina está mais no espírito que no físico.

De qualquer forma, é natural que não as encontre, é para a quantidade de porcaria que alguns políticos nabantinos têm feito nos últimos largos anos não há stock de fraldas que chegue!

:)