Georges Papandreou, o Primeiro-ministro grego, é o meu mais recente herói.
Quanto meia dúzia de fracos dirigentes europeus, sem uma ideia de Europa que não passe por resolver os seus quintais e os outros que se lixem, que não souberam atuar com rapidez e eficácia deixando que pequenos problemas se tornassem gigantes, julgam que mandam e desmandam nos pequenos países, deixando ainda que os mercados mandem na política, eis que contra todas as "lógicas" e numa manobra de altíssimo risco, o Primeiro-ministro desse pequeno país que nos ensinou o que é a democracia, endireita a coluna e grita: - Calma! Andam a brincar connosco, vamos lá então todos brincar um bocadinho. Nós agradecemos o dinheiro que nos vendem com alto lucro, mas primeiro vamos ouvir o povo!
É realmente arriscado, nunca se sabe no que pode resultar um referendo, mas se correr bem este primeiro-ministro passará a ter uma legitimidade como poucos outros no contexto europeu.
E entre aqueles que acham que se devia suspender a democracia por uns tempos, e os que mesmo sabendo que às vezes a democracia apresenta muitos riscos contra si mesma e ainda assim têm a coragem de arriscar, eu prefiro os segundos. E acima de tudo não gosto daqueles que "à lá Portas" vêm falar da vantagem da unidade e estabilidade, querendo em verdade dizer, "mantenham-se mansos que é melhor para vocês!". A esses prefiro os que dizem: - "manso é a tua tia pá!"
Bom, eu não sei se o referendo chegará a ir para a frente (vai depender muito da moção de confiança de amanhã), se o Papandreou vai resistir muito tempo, se a Grécia se safa ou acaba por abandonar o euro e atrás de si outros como Portugal, mas Georges Papandreou para mim já figura como um dos poucos líderes europeus que os tem no sítio.
ADENDA: Pronto, afinal parece que não é preciso esperar até amanhã, o referendo já era e assim sendo Papandreou também não deve demorar muito. É o mundo em que vivemos, coitados dos pequeninos...
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