segunda-feira, junho 27, 2011

estou Seguro II

Sobre o meu post anterior, escreveu António Rebelo no seu Tomar a Dianteira um pequeno comentário a que entendi dever dar a resposta abaixo, e que também aqui coloco para memória futura.
(E aproveito para deixar o link para a página de apoio a AJS no Ribatejo: http://www.ribatejoseguro.info/)

«Caro Prof. Rebelo,

Já por outras vezes lhe transmiti a crítica de que em relação ao PS e aos seus dirigentes (e a alguns em particular, como eu) é demasiado ligeiro na forma como comenta ou julga actos ou declarações.
Tem todo o direito de o fazer, mas de forma alguma isso lhe dá qualquer dom de detentor da Verdade. Várias vezes fica mesmo muito longe dela, como é o caso presente.

Desde logo em relação a mim. Quem verdadeiramente me conhece, mesmo fora da política, sabe que abomino “aparelhos”, “caciques” e outras coisas do género. Coisas que aliás me levam a ter discussões e por vezes algumas zangas dentro da política.

Mas também em relação a AJ Seguro está enganado, o que é normal para quem analise apenas a espuma das notícias, mas não acompanhe por dentro e em permanência o conteúdo. Se Seguro fosse do aparelho, teria concorrido contra Sócrates em 2004 como muitos (incluindo eu) desejávamos. E curiosamente é Assis quem tem a máquina de Sócrates, e surge praticamente obrigado a concorrer, depois de outros nomes terem sido internamente apontados, como representante daqueles que não querem perder lugares e outras benesses. Esta é a verdade, por mais que o que é transmitido à comunicação social, ou a forma como esta o transmite possa parecer outra (num primeiro momento, claramente favorável a Assis, também por razões óbvias para “quem está por dentro”). Por outro lado, Assis é um excelente parlamentar, mas não o vejo como líder, desde logo pela forma como surge a sua candidatura.

Em relação às primárias, devo informá-lo que ambos os candidatos as defendem, como já João Soares as defendeu na sua candidatura em 2004 – e veja lá bem, até usou o exemplo da concelhia de Tomar como uma das que defendia o mesmo. Porque defendemos! Porque é uma discussão que iniciámos, com profundidade, na concelhia de Tomar, e que só não foi implementada em 2005 (apesar do presidente da concelhia de então, Luís Ferreira, o desejar) porque é algo que para ser genuíno e eficaz não pode ser imposto dum dia para o outro. A verdade é que tanto militantes como sociedade em geral não estavam ainda cultural e mentalmente preparados para esse facto e foi por isso que, embora defendendo a medida, entendia então que não era ainda o momento de se avançar com esse procedimento, e fui assim um dos que me opus a que a coisa avançasse para 2005.

Mas em 2009, apesar de não serem ainda primárias a 100%, a verdade é que o processo que escolhemos foi um passo em frente e um teste ao processo que deve (na minha opinião, mas essa é uma decisão que compete à Comissão Política) para 2013 ser ainda mais aprofundado. Deveria sabê-lo, uma vez que foi, mesmo não sendo filiado, candidato nesse processo. Quantas concelhias do PS ou qualquer outro partido conhece que sejam tão abertas ou sequer próximas na escolha dos seus candidatos?

Portanto amigo Rebelo, saiba que quando apoio declaradamente alguém faço-o por convicção. E no caso de AJ Seguro, o meu apoio é como referi “óbvio”! Óbvio porque admiro a firmeza das suas convicções e identifico-me com elas;
óbvio porque ainda hoje passados já muitos anos, é considerado o melhor líder, o que mais marcou com qualidade a acção da Juventude Socialista em Portugal;
óbvio porque o conheço pessoalmente;
óbvio porque deixou marca enquanto governante no Governo de Guterres, entre outras, em áreas que me tocam particularmente como o Associativismo e a Juventude, áreas onde tive responsabilidade pública e política entre 2005 e 2007, e onde ainda se sentia a marca deixada muito antes por Seguro, e onde senti a falta de não ter na tutela um governante com a mesma capacidade, o mesmo empenho, a mesma motivação que ele;
óbvio pela experiência política, pela marca que deixa em quem com ele trabalha, ou porque vê primeiro as pessoas e depois os números;
óbvio porque são pessoas assim, com conteúdo e com marca, com quem me identifico, e como já antes aqui o referi mas também já publicamente o disse várias vezes, desde 2004 que espero que se candidate.

Chegou finalmente o dia. Não sei se demasiado tarde para Seguro, mas como bem disse Soares “Só é derrotado quem desiste de lutar”.

os melhores cumprimentos.»

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