segunda-feira, janeiro 03, 2011

desejos de ano novo

Votos para 2011 solicitados pelo jornal Cidade de Tomar e publicados na sua edição de 31 de Dezembro. (presumo, uma vez que ainda não vi os jornais locais da passada semana)

Nunca gostei, ainda para mais neste tipo de solicitações, de formular desejos materiais. Apesar de sabermos que o próximo ano vai ser ainda difícil nacional e mundialmente. Localmente, além das questões relacionadas com a crise temos também as estruturais que há anos afectam o nosso concelho. E este ano temos ainda a lamentar o tornado que atravessou Tomar e que fará mais difícil o Natal de muitas famílias, com efeitos em muitas delas a prolongarem-se por 2011. Por isso, porque apesar da ambição não devemos sucumbir à ilusão, é realista que os nossos desejos se centrem em que esse que chega, ao menos não seja pior do que este que termina. Por muito que, por exemplo ao nível salarial, boa parte de nós vá sentir já em Janeiro o cinto apertar mais uma vez.

Atravessamos a maior crise económica e social de que há memória na história humana, mas como em todas as outras temos apesar de tudo, de conseguir encontrar as forças necessárias para superarmos as dificuldades. E é possível fazê-lo, sem cedermos ao pessimismo, melhorando a capacidade de gestão das nossas vidas pessoais, centrarmo-nos nas coisas realmente importantes da vida, focando-nos mais na vivência comunitária, na partilha, na efectiva existência social, com desapego às questões materiais e consumistas que infelizmente se tornaram primordiais para tantos.

É nas horas mais difíceis ainda mais importante apelar àquilo que nos faz mais humanos: à Solidariedade, à Tolerância, à Disponibilidade de uns para os outros. Mas também à Cidadania, à participação, ao combate ao alheamento generalizado dos cidadãos perante as questões políticas e sociais, que só agrava as contrariedades.

Se criarmos e potenciarmos em cada um de nós estes valores, por maiores que sejam as dificuldades materiais individuais, vamos colectivamente ser uma melhor comunidade, com melhor qualidade de vida, obrigando além do mais as entidades públicas a ter melhores prestações naquele que é e deve ser o seu serviço à sociedade.

E o que se aplica genericamente para o país, aplica-se muito em particular a este concelho médio/pequeno, amorfo e conservador que somos e que, ao contrário de ficarmos à espera do que outros possam fazer por nós, começará por ser sim, aquilo que nós que cá vivemos dele fizermos.

Numa frase, o que desejo é que todos queiramos e nos disponibilizemos para fazer mais.

Sem comentários: