Hoje que, com a escolha do mordomo se dará o pontapé de saída para a próxima Festa dos Tabuleiros, é um bom dia para falar de património intangível, e da sua intangibilidade tanto em Tomar como genericamente no País.
Quando já se fala numa eventual candidatura da Festa dos Tabuleiros a tal designação é importante, sem a emoção que ofusca a razão com que por vezes (ou muitas) se discute a festa, ou a falta de conhecimento sobre as matérias que também abunda, perceber do que se fala, quais as vantagens e desvantagens, e o que fazer para poder ambicionar lá chegar.
Para tal é desde logo importante perceber que, em Portugal não existe nenhuma atribuição dessa designação embora já várias tenham sido tentadas. O que é que falhou? Bom, esse é um bom ponto de partida para analisar a coisa com profissionalismo, e perceber que quando se quer levar a cultura e o património, e o espectável turismo a sério, é preciso que nem se caia no amadorismo bacoco e inconsequente, nem na catedra pretensiosa e compremetida apenas com o soldo do projecto.
Fica o dado de que, embora se falem noutros, o processo que está aparentemente mais avançado e com possibilidades de vir a ser o primeiro aprovado para o nosso país, será a candidatura do Fado.
Diga-se ainda que os campeões de património intangível registado são a China com 29 elementos e o Japão com 16. A nossa vizinha Espanha já tem 4.
Embora trabalho básico de pesquisa para um paper académico que estou a preparar, deixo aqui para meu registo, mas também para todos os que quiserem ler e saber mais, alguns links sobre o assunto:
O que é o Património Intangível, a Convenção de 2003 que cria essa designação como uma das facetas do Património Mundial (World Heritage), os domínios em que podem ser apresentadas candidaturas, entre várias outras questões, podem ser encontradas aqui.
Também a lista completa dos 90 elementos já constantes como Património Intangível Mundial e alguns exemplos por mim escolhidos:
Samba de roda do Recôncavo da Baía (Brasil); Tango (Argentina e Uruguai); Royal Ballet (Cambodja) (2ª foto ilustrativa); Canto polifónico dos Pigmeus Aka (República Centro-Africana); vivência cultural da praça Jemaa el-Fna de Marraquexe (Marrocos) (3ª foto ilustrativa); Timbila dos Chopi (Moçambique);
e ainda:
Descrição sucinta das fases de candidatura; Formulário a ser apresentado pelo país com património candidato; guias gerais de implementação da Convenção do Património Mundial (que inclui entre mais, os critérios de selecção) e algumas notícias da Unesco sobre património intangível.
Nota à margem: Não deixa de ser revelador que os links no site da UNESCO para o Convento de Cristo e Castelo Templário não funcionem.
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