artigo publicado no jornal Cidade de Tomar de 6.11.2009
No mês que passou os tomarenses foram a votos e escolheram os seus autarcas. Bom, 22.767 (58,8%) dos 38.724 escolheram os seus autarcas. Os outros, fosse lá porque fosse não foram votar, e independentemente das opiniões, para mim isso não é uma forma de escolha mas sim de alheamento – salvas as verdadeiras excepções, muito menos que este número, dos que realmente não podiam mesmo ir votar.
Enfim, a escolha fez-se. Não aquela que realmente gostaria, mas fez-se. E não vejo grandes razões para começarmos desde já a reclamar. Todos somos responsáveis, desde logo os quase 15000 (14.899 mais 1058 brancos e nulos) que não votaram pois só esses eram suficientes para eleger um presidente com maioria absoluta, qualquer que ele fosse.
Deu no que deu: o mesmo partido, o mesmo presidente, uma maioria relativa que não permite com realismo a uma câmara governar. Perante isto o que deveria o PS fazer? É certo que o PS foi a única força das representadas na Câmara Municipal que subiu de votação, mas contas são contas, ficou em segundo.
Que forma de actuação deveria o PS adoptar? Dar prioridade ao combate político, oposição pura e dura, mais quatro anos de muito trabalho que apesar da sua qualidade ser algo inconsistente por pouca atenção merecer por parte dos cidadãos? Ou priorizar sim a responsabilidade para com a comunidade, numa leitura moderna e consciente das responsabilidades dos eleitos, perceber que com as prioridades do concelho não se brinca, e que Tomar precisa de políticos responsáveis que saibam adequar as suas actuações às prioridades de cada momento?
Goste-se ou não, foi o PSD que teve maior apoio dos cidadãos ganhando a autarquia, e Tomar não pode ficar à espera quatro anos. O PS sempre teve a postura de fazer parte das soluções e não dos problemas, e se problemas há muitos de soluções tem havido défice. O PS está convicto de ter muitos contributos a dar, e querer cooperar com eles para o melhor de Tomar. Uma coisa é certa, ao contrário dos últimos 12 anos teremos na câmara um PSD que terá de dialogar, e estamos certos de, com dificuldades seguramente, mas com lealdade, frontalidade e permanência, com vista aos interesses de Tomar, conseguirmos ter esse diálogo.
Grandes desafios são colocados a esta nova câmara, desde logo porque este é o último mandato em que existirão fundos comunitários como até aqui os conhecemos. Muito há a fazer, será preciso visão, comunicação, planeamento, capacidade de decisão e execução. Tomar e os tomarenses exigem esse trabalho e estaremos cá para o apoiar, mas também reprovar quando disso caso for.
Desenganem-se os que acreditam que ficará o PS manietado com este acordo. Temos grande confiança nas nossas propostas, e naqueles que em cada momento as defendem como agora o farão principalmente os vereadores José Vitorino e Luís Ferreira, mas não deixará o PS de ser atento e crítico, apontando formas e caminhos, à luz do nosso pensamento colectivo e do programa sufragado.
Todos Fomos Precisos para chegar aqui, e todos fomos responsáveis. Todos Somos Precisos para nos levar em frente, com mesma responsabilidade que a todos compromete, na acção e na inacção, exigindo que esteja sempre Tomar em Boas Mãos!
Nota final, porque não o fiz ainda de forma escrita, para em nome do PS desejar um bom trabalho a todos os eleitos nas nossas listas. Um abraço para todos os não eleitos – é assim a Democracia – e a participação, e em especial na dimensão política, é algo que a todos engrandece enquanto cidadãos. Um abraço especial ao Fernando Nunes e ao Tomé Esgueira, que em Alviobeira e Olalhas terminaram as suas funções enquanto presidentes de junta. Como disse Mário Soares, só é derrotado quem desiste de lutar, as vossas comunidades continuarão a precisar de vós.
Um abraço igual ao Carlos Silva – um capítulo fechado, muitos outros pela frente. Tomar e o PS continuarão a precisar de ti, se de outra forma não for liderar-nos-ás pelo teu exemplo de postura cívica. A todos vós, obrigado.
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