- O cansaço profundo que chega sempre no fim de uma campanha a que nos entregamos totalmente, apoderou-se de mim. Mas igualmente a satisfação de uma boa campanha, com uma ou outra falha, como não podia deixar de ser, mas com a consciência tranquila de quem deu o seu máximo. Assim fez o PS e os seus candidatos, seguros nas suas ideias, na sua motivação, no seu projecto. Agora cumpre a todos votar, também em consciência.
- Ontem quando nos cruzamos em campanha, Bruno Graça e Sílvia Serraventoso mostram-se muito indignados comigo, a princípio sem entender bem porquê, depois lá percebi mais tarde, porque escrevi num artigo (colocado aqui no post anterior) que a candidatura da CDU não tinha sequer um espaço na internet.
Bom, lamento, mas fartei-me de perguntar e não encontrei ninguém que o tenha visto, não o consigo sequer encontrar numa pesquisa no google, e quando já ontem mais tarde encontrei Bruno Graça novamente, também não me soube dar o endereço. Se alguém souber, faça favor de dizer.
- O dinheiro gasto pelos (in)dependentes de Pedro Marques na campanha é escandaloso e foi assunto de conversa de todas as forças políticas, tal como é dos cidadãos em geral. Gastaram muito, muito mais que todos as outras seis candidaturas juntas.
Basta ver que enquanto os maiores partidos PS e PSD, com uma estrutura partidária e uma organização mais consistente, andaram a usar sobras de outras campanhas, daquele grupo dito antipartidário, todos os dias saiam truques novos como se possuidores de um saco sem fundo.
A falta de noção dos princípios que devem nortear a coisa é tal, que um elemento dessa lista confessou-me como se fosse a coisa mais natural: "não te preocupes, aqui ninguém põe dinheiro do bolso, sei que há umas empresas a apoiar, mas não sei bem quais"!
Veremos depois de amanhã como se zangam as comadres na hora no pagamento.
- Li há pouco no Nabantia, a indignação pela abertura do IC9 em período de campanha, comparando o seu autor o PS com o PSD.
Totalmente errada a comparação. Não houve inauguração formal (e isso sim, posso garantir que foi por influência do PS em Tomar, o bom senso o obrigava), nem ninguém do PS esteve presente nessa que foi apenas uma abertura, quando ao que soube esteve sim o Presidente da Câmara, candidato do PSD Côrvelo de Sousa e a sua comitiva, embora não perceba bem a fazer o quê.
Do que soube, os problemas técnicos numa barreira foram resolvidos esta semana, e assim a Estradas de Portugal, sem inauguração governamental, decidiu simplestemente abrir a estrada.
Este facto não pode ser acusado de eleitoralismo, não só pelo que já afirmei mas também porque como é evidente, os próprios ecos na comunicação social só chegarão pós eleições.
Estranho é que o PSD de Miguel Relvas, que foi contra o IC9 tal como é contra o IC3, tenha ido para lá fazer voltinhas na estrada.
- O debate na rádio Hertz entre cabeças de lista à Assembleia Municipal, onde estive na quinta à noite, foi verdadeiramente delicioso de participar só para assistir ao despique entre o PSD que se assume, e o que passou a ser contra.
No debate, Miguel Relvas foi assumindo as suas posições, enquanto Jorge Neves (IPT), e Herculano Gonçalves (CDS), aqui falando das propostas de Ivo Santos, tiveram de se torcer para tentar passar a ideia, que são agora contra tudo o que defenderam enquanto membros do PSD e em seu nome ocuparam cargos. Jorge Neves foi mesmo capaz de dizer, em resposta à minha acusação de lá por ter agora deixado de pertencer ao PSD não deixar de ser responsável por tudo o que fez ou não, apoiou e defendeu; que era do PSD e continuaria a ser, mas estava só a fazer uma pausa!
Esta coisa de saltar do partido quando ele já não nos dá jeito dá nisto: espinha torta.
É por isso que em política, prezo muito mais aqueles que tem ideias e ideais e os assumem, por muito diferentes que sejam dos meus, do que aqueles que os não têm, ou vão tendo conforme dá jeito.
- Globalmente, e na maioria dos candidatos e forças partidárias, esta campanha correu como deve correr, com seriedade, elevação e responsabilidade ética, e espírito democrático.
Mas continuam sempre a existir alguns deslizes para a política baixa e asquerosa.
Como o documento que o candidato do PSD à freguesia da Sabacheira andou a distruibuir, ou texto chegado aos jornais provindo de familiares da candidata do PS aos Casais. Houve também algumas pessoas que foram coagidas a não integrar listas do PS, ou coagidas a integrar outras com ameaças e/ou falsas promessas de favores à mistura, vindas essencialmente de uma força política. Tudo isso se perceberá mais tarde. Muitas mostraram-se felizmente firmes e incorruptíveis, outras foram enganadas ou deixaram-se enganar.
Houve ainda outros exemplos de espinha torta, aqueles que dizem apoiar este, e depois aquele, e depois o outro - enfim, facetas da natureza humana.
Tudo faz parte da evolução, esperemos que o saldo apesar disso seja sempre positivo, e que os cidadãos saibam separar o trigo do joio.
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