“Estávamos à beira do precipício, mas conseguimos dar o passo em frente.”
Esta gafe conhecidíssima do mundo do futebol dita há uns anos atrás por um jogador sobre o seu clube no fim de um jogo, parece ser afinal o que nos promete o PSD nos seus recém estreados cartazes. Naturalmente que desejo que o concelho ande em frente, se desenvolva de forma equilibrada, planeada, sustentada. Mas a andar como tem andado o bom mesmo é que pare rápido.
Que tudo seria mais do mesmo há muito que vínhamos dizendo, mas que o PSD não tentasse sequer disfarçar não se esperava. Dizem-nos eles que “Tomar não pode parar”, mas fora tudo o que sabemos, tudo o que aqui vamos vivendo e desta Câmara assistindo, chega-nos agora um estudo publicado há poucos meses, um estudo sério intitulado “Indicador Sintético de Desenvolvimento Económico e Social ou de Bem-estar dos Municípios do Continente Português”, feito por académicos competentes no âmbito do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da Universidade da Beira Interior, com critérios e análises objectivas, e não aquelas fantochadas que alguns jornais às vezes fazem para gosto da nossa Câmara, que coloca Tomar como o 130º município nesse índice, o que sendo já suficientemente grave, mostra ainda que em apenas dois anos (o estudo anterior é de 2007) descemos 31 lugares! É nisto que não podemos parar?!
Só para compararmos ao nível distrital, Tomar aparece atrás de concelhos como Constância (6º), Alpiarça (15º), Alcanena (22º), Entroncamento (30º), Benavente (39º), Almeirim (57º), Sardoal (58º), Torres Novas (73º), Santarém (75º), Ourém (86º), Golegã (90º), Rio Maior (97º), Salvaterra de Magos (106º), Cartaxo (118º), Abrantes (128º),
Ou seja, em 21 concelhos no distrito, Tomar é o 16º! Salvaterra de Magos, Sardoal… bem, já vivi uns meses em Salvaterra, e Sardoal é uma vila giríssima tenho lá grandes amigos, mas eles conseguem ter melhor qualidade de vida que nós?! É neste “andar” que o PSD nos quer manter? Quando em 1997 o PSD ganhou a câmara com António Paiva, prometeram “tomar o rumo”, era isto afinal?! Um concelho sem prestígio, esquecido nas poeiras do tempo, com uma cidade bonitinha e um concelho cheio de potencial, mas onde o que fica destes doze anos é dinheiro desbaratado, obras mal planeada e inconsequentes, arrogância e falta de senso, e um infindável lote de oportunidades perdidas?
Confirma-se, vamos conseguindo estar à frente de Ferreira do Zêzere, mas por quanto tempo?
Se for para isto, então Tomar tem mesmo de parar! Se for para continuar a gerir a Câmara conforme os humores do dia; se for para continuar a não planear com rigor, a não ter rasgo de visão para projectar o futuro, a não investir a sério, criando prioridades de investimento coerentes e transparentes assentes em estratégia e plano de acção, capazes de mudar esta trajectória descendente e ruinosa, de total amorfismo e desnorte, sem a mínima capacidade de agir sobre o desenrolar dos tempos, incapazes de perceber as necessidades dos cidadãos, do concelho, e entender as formas de como uma autarquia deve ser hoje gerida, deve ser orientada, e de que formas deve actuar, então Tomar tem mesmo de parar.
Sejamos capazes de dar descanso ao PSD que tão incapaz e prejudicial tem sido em Tomar, queiramos mudar, sabendo como todos sabemos, sem disfarces do real e com análise conscienciosa que por entre a pulverização de candidaturas para todos os gostos, apenas uma equipa e um projecto têm sido coerentes e persistentes, que apenas uma candidatura tem seriamente capacidade e vontade, energia e determinação, seriedade e abnegação, para ser a alternativa responsável e capaz – a candidatura que agrega numa só ‘Geração’ mulheres e homens de diferentes idades, formações e experiências de vida, unidos na defesa da nossa terra, geminados na certeza da capacidade em fazer melhor e onde com essa disponibilidade Todos Somos Precisos – a candidatura do Partido Socialista.
Combater os medos e os tiques dos tempos da outra senhora!
Não podia terminar, agora que os processos de candidatura finalizaram, as listas estão feitas e entregues em tribunal, de prestar homenagem a todos os que em nome do PS, às quase três centenas de candidatos que perfazem a candidatura “Geração Tomar”, mostraram essa disponibilidade e essa vontade para dar de si, do seu tempo, das suas capacidades, das suas vidas, em nome dos ideais socialistas, mas acima de tudo em nome de Tomar.
E esta homenagem, num país que se crê democrático, mas que ainda há pouco anos o não era e onde resistem ainda muitos vícios e medos desses tempos, é por demais necessária e merecida. Merecida pois a mim que nasci depois do 25 de Abril, provoca-me alguma consternação que no ano de 2009, num mundo da internet e da soberba da informação, onde tudo está à disposição e o conhecimento e a cultura não são privilégios de ricos ou brasonados, alguém ainda tenha receio de integrar uma lista assumindo uma opção partidária, por medo de represálias laborais ou sociais; que num tempo onde se acarinha e se estimula a participação feminina, a paridade e a Igualdade, mulheres não aceitem integrar uma lista porque “o marido não deixa”; ou talvez mais que tudo o resto, na falência cívica dos que não sabem o que é ter uma ideologia, (e não falência das ideologias que essas permanecem), ponderem ser candidatos de manhã por um partido A, à tarde por partido B, e à noite acabem deitados com outro partido ou força política qualquer.
Por contraste com esses, aqui fica em nome do PS o agradecimento, e vamos ao trabalho. Tomar Somos Todos, e para os que gostamos da nossa terra, para os que continuamos a querer viver por cá, e ter condições para cá trabalhar; para todos os que nos orgulhamos com o que os que cá viveram antes de nós fizeram, e os que gostaríamos de algo semelhante deixar para os que depois de nós vierem, e acima de tudo criar condições, para que em Tomar possa não só ser melhorado o presente, mas talvez mais ainda, que possa existir futuro; para todos os que se preocupam e não se limitam a criticar, vamos em frente sim, mas vamos pela mudança, e a mudança faz-se aqui, com o PS, e com todos nós. É tempo de separar as águas, os que querem continuar nesta marcha titubeante e sem sentido, e os que querem um concelho a um ritmo certo. Como sempre, cabe a todos não fazer de conta que não é consigo, e decidirem conscientemente em que posição se colocam. Para que depois não continuem a queixar-se no vazio.
E você, de que lado está?
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