terça-feira, novembro 18, 2008

Bom, bom, era só "dar aulas"...

Os dias não vão fáceis para quem sendo professor, é também socialista e dirigente do PS, e mais que isso, acredita na generalidade das medidas do Ministério da Educação - mesmo que não acreditando na capacidade política de quem o dirige, falta que está por demais demonstrada.

O que penso sobre o assunto escrevi-o em Fevereiro deste ano, está actual e não me apetece repeti-lo. Aliás a actualidade só lhe veio dar mais razão, com a diferença que na altura ainda acreditei que a Ministra fosse substituida, e agora, continuando a achar que o deveria ter sido, acredito que já não acontecerá antes do fim do mandato.

A actual situação é um braço de ferro com fim difícil de antecipar, que tendo como responsáveis todos no geral, do ministério aos professores, passando pelos sindicatos e pela gestão das escolas, confirma vários princípios:
- Não se pode gerir contra os seus recursos humanos. A ministra tentou fazê-lo.
- Alguma vez seria bom ter um professor (do ensino não superior!) na equipa ministrial. Talvez assim conseguisse perceber pequenas grandes coisas do dia-a-dia dos 16o mil professores, números redondos, que tutela.

Por outro lado:
- Os grandes sindicatos, em especial a FENPROF, estarão sempre contra tudo o que implique mudança, mesmo que seja uma mudança que tenha antes pedido. No início de qualquer negociação já todos sabemos que vão estar contra. (e eu contínuo a defender a limitação de mandatos!)
- Os professores são portugueses como os outros, e as escolas organizações com décadas de tiques e hábitos adquiridos, alguns que até vêm de tempos de outras ideologias reinantes, que como tal tem por condição o conservadorismo/resistência à mudança, ainda para mais como organização pesada/lenta/burocrática que é a Escola. Ora, além do mais, os professores como portugueses que são, têm como quase todos esta tão lusa mania de complicar o que à partida era simples.

Para mim, toda esta novela da avaliação começa assim: um processo relativamente simples embora novo (sim, já havia avaliação, mas falemos de coisas sérias...), que o ministério não soube inroduzir e que todos foram complicando, complicando...
Mas enfim, talvez eu esteja em vantagem nesta matéria por já ter avaliado e sido avaliado, quando há uns tempos desempenhei outras funções, no sistema onde o modelo dos professores se inspira, e que é o aplicado na restante função pública, o SIADAP.

Essencial, essencial, é que os professores têm muitas questões das quais se queixarem. A avaliação não é seguramente uma das mais importantes.
Seja como for, este ano o natal promete...

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