Hoje, vou ter que ficar por Lisboa, e tendo já terminado as aulas por hoje, aqui estou na sala dos prof's a aproveitar um tempinho para pôr alguns email's em dia e também aqui escrever qualquer coisa, que essas coisas de tempo e vontades não têm estado para internet's.
O país anda cinzento, não fosse o verão, que cada vez mais se anuncia fraquito fraquito, o outro tempo, o financeiro também não está fácil, sendo disso a face mais evidente o preço dos combustíveis, como evidente era o ter que acontecer, assim como evidente é que, por algo que atenue pontualmente, a tendência será sempre para agravar. Quando o dizia há uns tempos, chamavam-me maluco...
Portugal não tem dimensão nem meios para fazer frente a isso, e a única forma de atenuar esse crescente problema, é a de reduzir a sua dependência face aos combustíveis fósseis, seja pela procura de outras energias, seja pela diminuição do uso, particularmente do automóvel.
Infelizmente, os portugueses gostam de andar de carro e fazem-no para tudo, às vezes para se deslocarem cinquenta metros. Quando se usa exemplo de outros países, por exemplo para o preço dos combustíveis ou o imposto sobre estes, era bom também que se usasse os exemplos que não dão jeito ver, como a utilização dos transportes públicos ou outros, como a bicicleta.
Em Portugal, é chavão dizer que os transportes públicos são maus... está bem, mas então vão andar de metro em Paris ou Londres a ver se lá é que é bom...
Andar de bicicleta é irrealista? Então mas porque é que em França, na Holanda, ou outros que gostamos tantas vezes de usar como exemplo, se usa tanto esse transporte, será porque têm condições atmosféricas mais atractivas?
Tomar é para isto um bom exemplo. Uma cidade pequena, que não é plana, mas ainda assim com desnível de pouco significado e apenas entre as duas margens, e no entanto a maioria das pessoas usa o carro nas pequenas deslocações.
Dir-me-ão: isso não resolve o problema. Talvez, mas resolverá mais do que fazer boicotes saloios à GALP, ideias que mostram o que as pessoas se informam sobre os assuntos. Pois se é a GALP que abastece as outras companhias em Portugal...
Bom, as eleições do PSD estão aí para colorir um bocadito, mesmo que por pouco tempo, o cinzento destes dias. Enfim, não sei quem vai ganhar, nem me preocupa muito, provavelmente Ferreira Leite. Há contudo apenas uma relevância: Passos Coelho é o único a levar a sério, destes quatro, e se nenhuma hecatombe acontecer, o único com futuro. Futuro entenda-se, no que à condução do PSD e relevância para o país possa implicar. É também, na minha análise, o mais perigoso pois é, ao menos no discurso, o mais neo-liberal, e o mais populista e por isso mesmo o mais disposto a todas as promessas, independentemente da responsabilidade do estado e da realidade do país.
E sobre Tomar, enfim, o que dizer? A começar na virtualidade dos já costumeiros (sinistros, dementes, pacóvios,... é acrescentar a gosto!) de grande parte dos comentários bloguísticos, continuando pelo esbanjar de dinheiro por parte da câmara, como na bancada para o campo sintético dito estádio, ou no apagar do erro fonte cibernética, responsabilidade dessa câmara, a par de tantos outros, Tomar afunda-se, afunda-se, afunda-se, e os responsáveis são sempre os outros.
Sempre os outros: para a Câmara o Governo, para a generalidade dos cidadãos os políticos. Porque aos concelhos vizinhos são dadas melhores condições, ou tem melhores acessibilidades, ou... sei lá! Nunca a responsabilidade é "nossa".
Os milhões que têm sido gastos em obras erradas, em obras mal planeadas, em obras feitas e desfeitas; em processos judiciais, em acessorias de amigos ou das suas empresas, as oportunidades perdidas e deixadas a outros, quem é responsável?
E se a câmara faz todos estes disparates, quem é responsável?
Podia continuar, tanto há para dizer... mas por agora mais vale acabar com esta frase que muitas vezes uso, em especial no partido onde me cabem responsabilidades, e que devia ser lema de todos: pessoas individuais, instituições, concelhos, países...
Não esperem que façam os outros, o que nós por nós não soubermos fazer.
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