quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Paternidade

Este é um comentário que coloquei há pouco no "Condado do Flecheiro". Já que ando a produzir tão pouco fica também aqui.
Os que estiverem fora do contexto vão ter que fazer um esforço, desculpem lá.

"Caro Fernando Oliveira,
e aos demais,

Devo dizer que estranho e me diz pouco esta questão da paternidade do referendo local. (embora não duvide da sua, certamente muita, pertinência política)
Estranhei de facto quando, talvez há duas horas atrás, uma jornalista me telefona a indagar sobre o assunto, isto depois de outros telefonemas pessoais ao longo do dia.

Dou como disse, pouca importância ao assunto, mas depois de ser informado e de verificar que, tanto pessoalmente como o partido que represento aqui somos referidos, entendo dever dizer o seguinte:

Sobre o referendo local à construção da ponte do flecheiro, já em 2004 o PS levantou a ideia, (o que é fácil confirmar para quem tem andado pela política ou minimamente atento), e só não a levou mais à frente por diversas razões de ordem política que não entendo serem agora relevantes, nem carecerem de pertinente discussão neste fórum.
Segundo, já em 2006, e em especial nas últimas semanas do corrente ano o PS voltou, desta vez apenas em discussões internas e com conversas casuais com personalidades exteriores ao partido, a reflectir sobre a hipótese do referendo à ponte, sendo que nas últimas semanas essa ideia se colocava por oposição ao referendo ao mercado.

Lembro que o referendo para poder ser viável só pode conter uma questão.
A decisão recaiu na segunda hipótese de referendo, e as razões dessa decisão reservo-me a discuti-las pessoalmente com os líderes dos outros partidos e grupos, o que espero venha a ocorrer breve, se assim forem desse entendimento.

O facto de só termos anunciado essa ideia no passado sábado, dia em que agendáramos um debate público, tem a ver com o facto de, ao contrário do PSD na autarquia, não “adjudicarmos decisões” antes de ouvirmos opiniões.

Caro Fernando Oliveira, apesar de, de qualquer forma, não o ter ouvido defender nenhum referendo, mas apenas invocar tenuemente essa hipótese na Assembleia Municipal; e apesar de tudo o que antes referi, e de poder ser eu a acusá-lo de querer "assumir os filhos dos outros"; se está tão obstinado a ser o “Professor Marcelo” do referendo em Tomar, por mim, que seja.

Reafirmo no entanto, e isso é que julgo importante, a disponibilidade, permanente, pessoal e do PS, para discutir tudo o que, duma forma séria e profícua seja a bem de Tomar e dos Tomarenses.

E à margem, aproveito para duas notas finais:
Primeiro, se fizer o favor, não nos acuse de divisionistas, porque a inteligência facilmente demonstra quem o é.
Segundo, era tempo de vocês que tanto gostam de se denominar de independentes, parassem de tentar interferir nas questões internas do PS.
O PS não é nenhum grupo personalizado e a prazo, é uma instituição com história e com regras. Entre outras coisas, continuar sub-repticiamente a tentar colocar em causa os órgãos legitimamente eleitos com cerca de 70% dos militantes eleitores não só é de uma inconsequência extraordinária, como mais uma vez não é abonatório de inteligência, ou do apregoado desprendimento, rigor, e verdade.

Ao dispor, cumprimenta
Hugo Cristóvão
Presidente do PS Tomar "

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