Esta coisa do ritmo do nosso relógio interno é de facto algo normalmente bom, mas que ainda assim, devia ter um qualquer sistema de regulação, que isto de acordar à hora em que os aspersores começam a regar os jardins, só porque o tivemos que fazer nos dias anteriores, torna-se uma grande chatice quando nos deitámos quase a essa mesma hora, e quando ao fim de uma semana, dormimos pouco mais que dormem muitos numa só noite.
Esta não deixa no entanto de ser uma fase interessante do dia: pela janela é possÃvel vislumbrar os pardais brincando no alcatrão vazio e frio da estrada, os passeios ainda igualmente despidos de gente, à excepção de um ou outro estudante que regressa de uma árdua noite de trabalho, e o silêncio interrompido apenas pelo chilrear dos pássaros convida à leitura, como a luz virgem do sol ainda ausente é promessa de mais um dia de descobertas e conquistas, assim o consigamos cumprir.
Hum... este tique poético a esta hora matinal, será porque vou estar hoje no paraÃso entre umas vinte mil mulheres?
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