sábado, dezembro 31, 2005

2005 - In memorium

Publicado no jornal Cidade de Tomar de 30.12.2005

Este ano que agora se extingue, teve naturalmente momentos principais, foi ano de eleições autárquicas, e estes anos são sempre marcantes para a vida de um concelho.
A cidade viu abrir mais um pavilhão desportivo, e do qual efectivamente precisava, o Pavilhão Jácome Ratton, sito ao lado da Escola com o mesmo nome, e que para além de servir esta escola, serve também a comunidade e muito em particular o Sporting de Tomar. É aliás um exemplo de como deve ser feita a gestão de equipamentos e infra-estruturas; aqui, através da parceria entre a autarquia e o Ministério da Educação.
Fica por inaugurar, embora tenha já sido utilizado, o outro, o Municipal junto ao rio, e que ao contrário deste, é o exemplo de tudo o que não deve ser feito.
Soubemos já que o custo do estacionamento no parque que encerra por debaixo, será ao preço da chuva, mas a chuva poderá ser também o factor a determinar para quando vamos verdadeiramente ter o primeiro aquário subterrâneo para veículos automóveis, coisa certamente única neste ou noutro país.
Este ano foi também o ano do Parque de Estacionamento atrás da Câmara, outra excepcional obra de engenharia colocada ao serviço dos cidadãos tomarenses, e que mais não seja, deve provar que não há falta de estacionamento em Tomar, ou não estivesse ele sempre vazio. Excepção feita, ao que consta, nos dias de casamentos, em que a afluência às fotografias no jardim da várzea pequena, e por ser dia de festa, justificará os 80 cêntimos por hora.
Trânsito é enfim, algo que está sempre presente em Tomar, e este ano apesar de mais algumas obras, todas elas cuidadosamente planeadas e executadas, estou certo – como algumas novas rotundas, ou a sementeira de lombas que tanta polémica têm originado – o trânsito continua o caos que tem sido com tendência a agravar-se. E tal poder-nos-ia parecer estranho, numa terra que perde habitantes e que não tem grandes empresas, mas em verdade, seguramente, deve-nos é encher de orgulho, pois nós aqui podemos ser pequeninos e provincianos, mas temos trânsito ao nível das melhores capitais!
E porque continuamos no trânsito e nas estradas, há igualmente que assinalar algumas renovadas e ansiadas vias nas freguesias rurais. E 2005 é também o ano que marca o início do que resta do IC3 para que fiquemos ligados à Auto-estrada. Esperemos então que 2006, como estou certo, seja o ano da inauguração. Faltam no entanto, os bons acessos do IC3 à cidade.
Vimos também lá pelos inícios de Setembro aparecer as carrinhas vermelhas aí pela urbe, às quais se convencionou chamar de transportes urbanos, e os tomarenses tiveram a oportunidade de passear à borla durante 4 meses. Vejamos agora em Janeiro, quando supostamente passará a ser pago, como fica a afluência...
O Verão de 2005 foi também ano de incêndios. Tomar, mais uma vez foi um concelho bastante afligido, e por isso esperamos que em relação ao próximo ano algo esteja já a ser feito. Enfim, nesta época festiva, podemos desejar coisas bonitas...
2005 foi também mais ano em que diversos atletas tomarenses, em diversas modalidades, e em representação de vários clubes ou associações, granjearam títulos e admiração, o que vai provando que o que Tomar tem de melhor ainda são as pessoas. Mas às vezes...
Tomar, e o Convento de Cristo em particular, voltaram a ser palco de produções várias, mas Tomar e os tomarenses, continuam nas várias asserções da palavra, como meros figurantes.
Por falar em cinema e afins, este ano que termina, marcou também o fecho da única sala de cinema em Tomar, o cinema Templários, o que, no meu entender, também é sinónimo de como vai o cada vez mais fraco pulsar da vida tomarense. Ainda assim, a autarquia, e bem, prontamente colmatou a falha, sendo que começou já a passar cinema no Cine-Teatro Paraíso, que também se diga, não serve para muito mais que isso. Vamos ver se isso ao menos, ultrapassada a primeira e fracassada experiência, corre bem.
Enfim, 2005 não foi, no global, um ano bom para Tomar, os principais problemas do concelho ter-se-ão acentuado: a falta de desenvolvimento económico, a escassez de emprego, o preço da habitação, a burocracia e morosidade de muitos dos serviços que a autarquia presta, o custo da vida em Tomar, e a qualidade desta, que ao contrário do que se apregoa, e com efectivos casos pontuais, é no global, cada vez menor.
Ainda assim, porque além de tomarenses, somos portugueses, a par do pessimismo temos sempre o optimismo da esperança, ainda que este último dificilmente o confessemos, mas no fundo, sempre esperançados esperamos. Que o poder autárquico mude muito da sua postura, que ouça, que decida em consensos se os conseguir, que saiba respeitar o sentir e o viver nabantino. Que a autarquia passe a ser um ente facilitador, moderador, impulsionador
Que a oposição trabalhe como real oposição, mas trabalhe coerente, séria e responsavelmente. Que a política não seja um circo. O PS fá-lo-á.
E a todos nós cidadãos também cabe, como sempre, comprometimento. Que saibamos assumir as escolhas que fizemos; que saibamos ver e analisar, por entre os ruídos dos mitos e das falácias; que saibamos criticar e intervir, com seriedade, com acutilância, com inteligência. Que saibamos ser atentos, participativos, e coerentes, e percebamos que a responsabilidade pelas decisões acerca dos locais onde vivemos também é nossa. Tomar é a nossa terra, e não abdiquemos de sobre ela, ajudar a decidir. Todos assim ganharemos.
Em nome do Partido Socialista em Tomar faço votos sinceros, de um favorável 2006 para todos nós, pleno de sucessos e realizações.

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