... para nos desencorajar.
ELE: Posso pagar-lhe uma bebida ?
ELA: A bem dizer, prefiro que me dê o dinheiro.
ELE: Viva. Não nos encontrámos já uma ou duas vezes ?
ELA: Só pode ter sido uma. Eu nunca cometo o mesmo erro duas vezes.
ELE: Onde é que foi buscar tanta beleza ?
ELA: Devem-me ter dado a sua parte.
ELE: Quer sair comigo no próximo sábado ?
ELA: Lamento. Vou estar com dores de cabeça.
ELE: Essa carinha deve dar a volta a muitas cabeças.
ELA: E essa deve dar a volta a muitos estômagos.
ELE: Vá, não seja tÃmida. Peça-me para dar uma volta.
ELA: Está bem: vá dar uma volta.
ELE: Acho que eu a podia fazer muito feliz.
ELA: Como ? Vai-se embora ?
ELE: Que me diria se eu lhe pedisse para casar comigo?
ELA: Nada. Não consigo falar e rir ao mesmo tempo.
ELE: Pode dar-me o seu nome ?
ELA: Porquê ? Não lhe deram já um ?
ELE: Por onde tem andado, que só agora a conheci?
ELA: A esconder-me de si.
ELE: Não nos encontrámos já num lugar qualquer ?
ELA: Já. É por isso que nunca mais lá fui.
ELE: Esse lugar está vago ?
ELA: Está. E se você se sentar, este também.
ELE: O seu corpo é como um templo.
ELA: Lamento, hoje não há missa.
ELE: Se eu pudesse vê-la nua, morria de felicidade.
ELA: Se eu o visse nu, morria de riso.
contribuição da Ana Rita Melo
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