segunda-feira, setembro 12, 2005

10 de Outubro

publicado no jornal Cidade de Tomar de 9 de Setembro

O dia seguinte. Ontem foi dia de eleições autárquicas.
Hoje é dia de descanso da grande azáfama e adrenalina de ontem e dos dias, semanas, meses que se antecederam. É também dia já de preparação das novas equipas, que na Câmara e nas Freguesias vão aplicar os novos projectos sufragados, e tentar aplicar o seu esforço na melhoria de vida dos cidadãos desta terra.
Não sei quem ganhou, existiam várias listas em disputa.
Sei que quem quer que tenha sido vai justificar essa escolha. O Povo é soberano, e por isso terá escolhido bem.
Terá escolhido certamente em primeiro lugar pelos atributos que julgo serem mais importantes nos políticos: a seriedade, a honestidade, a disponibilidade sincera, no amor à sua terra e aos seus próximos, e a vontade em trabalhar por e com eles. Afinal os cidadãos conheciam bem os vários candidatos em disputa, ou como é costume dizer num certo partido, as pessoas conhecem os protagonistas.
Sei que por entre o folclore das cores, dos papeis, das bandeiras, por entre os boatos e as histórias mal contadas, por entre o que sabem agora e o que sempre souberam, por entre as intrigas, por entre os títulos ou a falta deles, por entre as ideias pré-concebidas, sob o amontoado de todo o lixo, as pessoas souberam ver, souberam sentir quem é verdadeiro, souberam acreditar e ter esperança, na sua vontade de algo novo, mas seriamente diferente, as pessoas souberam “ver com olhos de ver�.
Sei que as pessoas escolheram conscientemente, analisaram as equipas, sabendo que o conjunto das pessoas é importante, e não apenas este ou aquele, ou os rostos que se vêm primeiro. Analisaram os programas, os projectos, souberam distinguir os que visam os interesses do concelho e dos cidadãos, dos projectos eventualmente “mais pessoais�; perceberam os que são mais sérios, mais consistentes, coerentes, trabalhados, e vão certamente depois, exigir, criticar, condenar ou aplaudir, em função dessas promessas.
Estou certo que os eleitos, no poder ou na oposição, agirão de acordo com essa escolha, e de acordo com os resultados expressos quem ganhou saberá ouvir e reunir os consensos possíveis, sendo ainda assim firme na governação; e quem perdeu não fugirá, não abdicará do seu papel de oposição. Sei que todos sabem que é o que acontecerá…
Estou certo que a votação ontem foi em massa, que as pessoas não abdicaram do seu direito e dever de votar, não recusaram a co-responsabilidade da escolha, e dos efeitos dessa escolha na sua vida futura.
Às vezes diz-se que as sociedades têm o que merecem, e por isso sei, que ontem escolheram para merecer mais, para merecer melhor.
Sei que ao longo destes quatro anos seguintes não vão poder atacar os candidatos eleitos, nem fazer-lhes críticas como se não tivessem votado neles, porque sabem que foram também responsáveis pela sua eleição, quer tenham votado, quer não.
Estou muito expectante e optimista, porque sei que hoje começa uma nova história para Tomar, inicia-se um novo percurso, e Tomar vai recuperar o brilho e glória de outros tempos, Tomar vai novamente fazer parte do mapa, vai estar no trilho do desenvolvimento, da modernidade, mas também no lote dos concelhos de prestígio, das cidades emblemáticas e referenciais deste país. E todos nós vamos viver melhor.
Porque todos nós respondemos à chamada; soubemos, de jeito humilde e disponível, ser mais um elemento da equipa, e sentimos Tomar como um Projecto de Todos Nós. E por todos nós, soubemos escolher, de entre nós, os melhores.
E assim, diferente no que deve ser diferente, e igual ao que igual deve ser, Tomar vai ser melhor.

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