Por traje, o negro
Negros, negros
não enterram o passado
esperançam o futuro
negros, negros
manchados de esforço, estudo
risos sem compromisso
e também lágrimas!
Negros, negros
entranhados em nós como suor
e a nossa pele neles protegida, enobrecida
negros, negros!
Como as noites de boémia, estudantada
crisântemos brancos que não de morte, de vida, ao luar
pombas pardais, no negro iguais
e dias ressacados, ao nosso mocho protector
negros, negros, negros
agora os despedimos ingratos
na mão que treme ao ar no segurar a pasta
fitas cores, amizades amores
negros, negros, negros
abandonados, perdidos em estridente silêncio
refúgios de embriaguez
sabem agora a acre
ao fel da despedida
uma gota de saudade já caÃda
negros, negros negros, estendidos no chão
negros negros, negros
a praxar o coração.
Maio de 1999
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