segunda-feira, julho 26, 2004

as razões que nos levam para longe

Pois é, estas alturas de sol calor e fogos, são também alturas de viagens, e amanhã, aliás, hoje, mais uma semana me ausento desta terra onde os Templários quiseram ficar, e onde agora, eu e alguns outros ainda, assim teimamos também.
Não, não vou de férias, mas também não é bem trabalho, o que fazemos por prazer, e aquilo que nos tira da rotina, nunca é...
Quando voltar será Agosto, e é sempre um gosto voltar (adoro estas conjugações fáceis!)

até, deixo estas palavras do Mourão por mim, que me parecem apropriadas:

Nocturno

Eram, na rua, passos de mulher.
Era o meu coração que os soletrava.
Era, na jarra, além do malmequer,
espectral o espinho de uma rosa brava...

Era, no copo, além do gim, o gelo;
além do gelo, a roda do limão...
Era a mão de ninguém no meu cabelo.
Era a noite mais quente deste verão.

Era, no gira-discos, o Martí­rio
de São Sebastião, de Debussy...
Era, na jarra, de repente um lí­rio!
Era a certeza de ficar sem ti.

Era o ladrar dos cães na vizinhança.
Era, na sombra, um choro de criança...
David Mourão-Ferreira

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